Para ver todo tipo de filme — dos vencedores do Oscar aos premiados nos festivais de Berlim, Cannes e Veneza, dos desenhos animados da Disney e da Pixar e das aventuras de super-herói da DC e da Marvel aos clássicos de Chaplin, Hitchcock, Fellini e Bergman, do Cinema Novo brasileiro ao novo cinema asiático —, quais e quantas plataformas de streaming precisam ser assinadas? Quanto custa? Vale mais a pena do que ir ao cinema?
Essas e outras perguntas surgiram a partir do comentário de um leitor na coluna sobre os melhores filmes de 2021 até agora. Identificado como Antônio Constantine, ele apontou o que chama de "superelitização do acesso às obras cinematográficas". Sim, o streaming amplia a disponibilidade e reduz custos para o frequentador de cinema — que não tem de pagar uma fortuna em um saco de pipoca, nem gastar em transporte ou estacionamento, nem multiplicar o preço do ingresso pelo número de pessoas com quem vai assistir a um filme.
Mas, na opinião do leitor, a pulverização do mercado — já são mais de 20 plataformas no Brasil (veja abaixo) — desperta, pelo menos no público mais aficionado, a "necessidade de assinar vários serviços". O acesso acabou "restrito àqueles que podem gastar quase R$ 200 por mês na diversão". Ele finaliza com uma sugestão: "Que tal fazer uma coluna comparando preços, serviços, os melhores serviços e quanto o cidadão tem de gastar caso queira ver um premiado pelo Oscar, mas também um vencedor de Cannes?".
Então, aqui está uma espécie de guia do streaming no Brasil. Na primeira parte, trago informações básicas e os preços das assinaturas. Depois, apresento o perfil de cada plataforma e o que chamou minha atenção nos seus menus (vale dizer que não me sinto familiarizado com todas, pois eu desconhecia algumas antes de fazer esta pesquisa). Por fim, em uma segunda coluna, faço a soma dos custos e comparo com o hábito de ir ao cinema — o link estará ao fim do texto.
O foco da avaliação está nos filmes, por serem o denominador comum, mas o catálogo de séries também foi levado em consideração — afinal, é trunfo de algumas plataformas. Como não assino todos os serviços, evitei aspectos mais técnicos, como qualidade da imagem, velocidade do download, navegação pelo menu e adequação às diferentes telas. O principal é mesmo a relação entre preço e títulos oferecidos. Mesmo assim, não espere um veredicto ou um conselho de vida: acho que tem streaming para todo mundo, a questão é saber qual (ou quais) mais combina com seu gosto e com seus gastos.
Quanto custa cada streaming
Amazon Prime Video
A assinatura mensal custa R$ 9,90, e o plano anual sai por R$ 89 (equivalente a R$ 7,42 por mês). Depois de fazer cadastro, pode-se testar por 30 dias. Oferece vantagens como frete grátis em compras na Amazon e acesso — pago — a canais como MGM (mais R$ 14,90), Paramount+ (mais R$ 19,90) e Starzplay (mais R$ 14,90). É disponível via computador, tem aplicativo para celular, tablet e diversas Smart TVs e permite usar até três dispositivos ao mesmo tempo. Filmes e séries podem ser baixados para ver offline.
Apple TV+
A assinatura mensal custa R$ 9,90, com sete dias grátis. A compra de um dispositivo Apple elegível pode dar de três a 12 meses de isenção (depende do aparelho adquirido). Pode ser acessada via Apple TV, dispositivos de transmissão, alguns modelos de Smart TV, iPhone, iPad, iPod Touch, Mac e outros computadores.
Belas Artes à La Carte
A assinatura mensal custa R$ 9,90, e o plano anual, R$ 108,90. Dá para alugar filmes que estão em lançamento. É disponível via computador e tem aplicativo para celular (via espelhamento), tablet e alguns modelos de Smart TV.
Crunchyroll
Pertencente à Sony, a plataforma dedicada à cultura pop oriental tem uma versão gratuita — com anúncios na exibição dos conteúdos e apenas uma tela — e duas pagas: Fan (R$ 25 mensais) e Mega Fan (R$ 32, sendo R$ 315 no plano anual). Ambas contam com teste gratuito de 14 dias, oferecem até quatro telas simultâneas e permitem baixar conteúdos para offline. Disponível via computador e aplicativos para celular, tablet e alguns modelos de Smart TV.
Darkflix/Bradoky
Os dois canais de cinema de gênero (leia sobre eles mais abaixo) fazem parte da plataforma Würlak. A assinatura mensal custa R$ 19,90, com 14 dias de teste grátis. Disponível para computador, celular, tablet e Chromecast.
Disney+
A assinatura custa R$ 27,90 na opção mensal e R$ 279,90 no plano anual, o que corresponde a R$ 23,32 por mês. Vale dizer que, por um lado, há promoções (em julho, por exemplo, o primeiro mês sai por R$ 1,90) e combos com outros serviços; por outro, a plataforma chega a cobrar R$ 69,90 extra para lançamentos como Cruella e Viúva Negra. É disponível via computador e tem aplicativo para celular, tablet e diversas Smart TV, permitindo até 10 telas simultâneas. Filmes e séries podem ser baixados para ver offline.
Filme Filme
A plataforma oferece a opção de uma conta gratuita, mediante o preenchimento de um cadastro — 20% dos filmes podem ser vistos assim. A assinatura mensal custa R$ 7,50, e o plano anual sai por R$ 81 (10% de desconto). Disponível para computador, celular ou tablet e via espelhamento em Smart TVs. O aplicativo ainda não foi lançado, por isso, informa a plataforma, não há possibilidade de baixar títulos para ver offline.
Globoplay
Tem vários planos, todos disponíveis para computador, com três meses grátis de Apple TV+, 12 meses grátis de Deezer Premium (aplicativo para música), aplicativo para celular, tablet e alguns modelos de Smart TV e possibilidade de baixar filmes e séries para ver offline. O básico, só com o conteúdo do Globoplay e acesso à programação da Globo, custa R$ 22,90 na assinatura mensal e R$ 178,80 na anual (R$ 12,90 por mês). O Globoplay + canais ao vivo (como Multishow, SporTV, GNT, GloboNews, Gloob e Universal, sai por R$ 49,90 mensais (R$ 514,80 no anual) e permite até cinco acessos simultâneos. O combo com Disney+ tem preço mensal de R$ 43,90 (R$ 358,80 no anual). O combo com Disney+ e canais ao vivo custa R$ 69,90 mensais (R$ 718,80 anual), e o que tem canais ao vivo mais Telecine sai por R$ 74,90 mensais (não há opção anual, segundo o site).
Google Play/YouTube Movies
Não são serviços por assinatura, mas também podem ser considerados como plataformas de streaming. A busca pode ser feita no próprio Google, que indica se o filme está disponível e o preço a cobrar — varia bastante: R$ 3,90, R$ 11,90, R$ 29,90...
HBO Max
Até o dia 31 de julho, está com um desconto de 50%. Portanto, o plano Mobile (para smartphones e tablets, uma tela por vez, qualidade padrão de imagem e possibilidade de baixar até cinco títulos) está saindo por R$ 9,95 mensais, em vez de R$ 19,90. O Multitelas (disponível para todos os dispositivos, imagem em alta definição e tecnologia 4k, três telas simultâneas e possibilidade de baixar até 30 títulos) custa R$ 13,95 mensais, em vez de R$ 27,90.
Kinopop
A assinatura mensal custa R$ 15. Disponível para computador, celular, tablet, Apple TV, Roku e alguns modelos de Smart TV. Filmes e séries podem ser baixados para ver offline.
Looke
A assinatura mensal custa R$16,90 e dá direito a três telas. Também há a opção de comprar ou alugar um filme. É compatível com computador, celular, tablet e alguns modelos de Smart TV. Os conteúdos podem ser baixados para ver offline.
MUBI
A assinatura mensal custa R$ 27,90, e a anual tem desconto de 39%: R$ 202,80 (o equivalente a R$ 16,90/mês). Disponível para computador, celular, tablet e alguns modelos de SmarTV e de reprodutores de mídia (como Apple TV+, Roku e Chromecast). Permite duas telas simultâneas e baixar filmes para ver offline.
Netflix
O plano Padrão custa R$ 32,90, com qualidade de vídeo melhor do que o Básico (R$ 21,90) e possibilidade de duas telas simultâneas — o plano Premium (R$ 45,90) oferece imagem em Ultra HD e até quatro telas ao mesmo tempo. É disponível para computador e tem aplicativo para celular, tablet e diversas Smart TVs. Filmes e séries podem ser baixados para ver offline.
NOW
Segundo a descrição no site, é uma plataforma de streaming exclusiva para clientes Claro/Net e não pode ser adquirida separadamente ou comprada como um pacote adicional. Pode ser acessada via TV a cabo, computador, tablet ou celular (nestes dois casos, com aplicativo). Oferece conteúdos gratuitos e lançamentos para aluguel, com preços variados. Permite baixar até 15 conteúdos para ver offline em até 15 dias.
Oldflix
Tem três planos de assinatura. O Básico custa R$ 14,90 e permite apenas uma tela. O Padrão, R$ 16,90, com duas telas simultâneas. O Premium, R$ 18,90, com até quatro telas. Disponível para computador, celular, tablet e alguns modelos de Smart TV e reprodutores de mídia.
Paramount+
Além da opção via Amazon Prime Video, pode ser assinado em um plano de R$ 19,90 mensais. Depois do cadastro, dá para testar gratuitamente por sete dias. Disponível para computador, celular, tablet, Chromecast, Apple TV, Fire TV e Roku.
Reserva Imovision
A assinatura mensal custa R$ 24,50, e o plano anual, de R$ 245, está em promoção por R$ 211,68 (o que equivale a R$ 17,64). Há também a possibilidade de alugar filmes, por R$ 10,90 cada. Está disponível para computador e tem aplicativo para celular, tablet e alguns modelos de Smart TV. O site não informa sobre simultaneidade de telas.
SPcineplay
O site diz que "é a única plataforma pública de streaming do Brasil". Mantida pela prefeitura de São Paulo, exibe filmes de graça em parceria com o Looke. Não há qualquer tipo de informação técnica, mas há a indicação de como contatar o SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente).
Starzplay
Além da opção via Amazon Prime Video, pode ser assinado separadamente, por R$ 14,90 mensais. Está disponível para computador, Apple TV, Roku, Claro ou Vivo e tem aplicativo para celular e tablet. Permite quatro telas ao mesmo tempo e baixar filmes e séries para ver offline.
Supo Mungam Plus
O plano mensal custa R$ 23,90, e o anual, R$ 199,90 (desconto de 30%). A primeira cobrança só é efetuada após os sete primeiros dias grátis, e dá para cancelar a assinatura a qualquer momento. A plataforma ainda está desenvolvendo um aplicativo, portanto, o site explica como assistir: via computador, conectando o computador na TV, pelo navegador de sua Smart TV ou espelhando pelo celular/tablet (neste caso, é necessário uma Smart TV ou algum aparelho Smart conectado à internet).
Telecine
A assinatura mensal custa R$ 37,90 (o combo com Globoplay sai por R$ 49,90 mensais). Depois de fazer o cadastro, oferece 30 dias de teste grátis. É disponível via computador, tem aplicativo para celular, tablet e alguns modelos de Smart TVs e permite três telas simultâneas.
O perfil de cada plataforma
Amazon Prime Video
O menu não é dos mais amigáveis, mas o catálogo está muito bem recheado. Entre os filmes adicionados recentemente, estão, por exemplo, Dor e Glória, de Pedro Almodóvar, Era Uma Vez em Hollywood, de Quentin Tarantino, Yesterday, de Danny Boyle, Réquiem para um Sonho, de Darren Aronofsky, e o cult Bagdad Café, de Percy Adlon. As produções originais do Amazon Studios atendem a diferentes demandas, desde a turma da pipoca até os que preferem títulos mais artisticamente empenhados. As safras 2020 e 2021 incluem Sem Remorso, com Michael B. Jordan, A Guerra do Amanhã, com Chris Pratt, e quatro concorrentes ao Oscar: O Som do Silêncio, Uma Noite em Miami, Borat: Fita de Cinema Seguinte e o documentário Time. A lista de séries também é tentadora. É lá que encontramos The Boys, Fleabag, Good Omens, Homecoming, O Homem do Castelo Alto, Invencível, Jack Ryan, The Office, Transparent e The Underground Railroad, e também produções latino-americanas como Dom (Brasil), El Candidato (México) e La Jauría (Chile).
Apple TV+
É importante não confundir com o serviço de aluguel ou compra de filmes, o Apple TV (iTunes). A plataforma de streaming ainda tem uma quantidade de títulos pequena. Entre os filmes, oferece, por exemplo, On the Rocks, a mais recente parceria da diretora Sofia Coppola com o ator Bill Murray, e Cherry: Inocência Perdida, primeiro trabalho dos irmãos Anthony e Joe Russo depois de quatro empreitadas na Marvel — o astro é Tom Holland, que eles lançaram como Homem-Aranha em Capitão América: Guerra Civil. Também tem o desenho animado Wolfkwalkers, que disputou o Oscar, e o documentário Boys State, que quase concorreu. O catálogo de séries inclui a aventura distópica See, com Jason Momoa, Dickinson, uma recriação da vida da poetisa Emily Dickinson (1830-1886), o drama The Morning Show, que reúne Jennifer Aniston, Reese Witherspoon e Steve Carell, e a comédia Ted Lasso, que já rendeu vários prêmios ao ator Jason Sudeikis.
Belas Artes à La Carte
Faz parte de uma empresa que inclui a distribuidora Pandora Filmes e o Cine Petra Belas Artes, um dos mais tradicionais e queridos cinemas de rua de São Paulo. É apenas lá, por exemplo, que se pode ver Apocalypse Now: The Final Cut, a terceira e derradeira versão do clássico de Francis Ford Coppola. Grandes diretores, aliás, são figurinhas carimbadas no Belas Artes à La Carte. Em julho, por exemplo, disponibilizou ou vai disponibilizar A Grande Ilusão (1937), do francês Jean Renoir, Rashomon (1950), do japonês Akira Kurosawa, O Senhor das Moscas (1963), do britânico Peter Brook, A Flauta Mágica (1975), do sueco Ingmar Bergman, e O Rei da Comédia (1983), do estadunidense Martin Scorsese. Também homenageia James Ivory (cinco filmes, incluindo Maurice e Retorno a Howard's End), Oliver Stone (JFK: A Pergunta que Não Quer Calar, Assassinos por Natureza e Entre o Céu e a Terra) e o brasileiro Paulo Thiago (Sagarana: O Duelo, Águia na Cabeça e Policarpo Quaresma, Herói do Brasil). Apesar do viés francamente voltado ao resgate, não deixa de olhar para o novo: neste mesmo mês, passa a exibir Maternal (2019), De Volta para Casa (2019) e O que Será? (2020), assinados, respectivamente, pelos italianos Maura Delpero, Cristina Comencini e Francesco Bruno.
Crunchyroll
Esta é uma plataforma sobre a qual não me atrevo a opinar, porque não acompanho o universo de animes (os desenhos animados japoneses) e doramas (uma espécie de híbrido entre série e novela, muito popular em países como Japão, China e Coreia do Sul). Com certeza seu filho ou sua filha sabe muito mais do que eu.
Darkflix/Bradoky
O Darkflix, diz a apresentação, é dedicado ao cinema fantástico, que engloba os gêneros terror, ficção científica, fantasia, suspense e crime. Diz a lenda que são 666 - o número da Besta - filmes, separados em abas como Assassinos, Loucura & Paranoia, Monstros e Psicológico. Na quarta-feira passada (7), um dos destaques era A Companhia dos Lobos (1984), de Neil Jordan, uma macabra releitura de Chapeuzinho Vermelho. O Bradoky "é feito para os fãs de filmes de ação, aventura, faroeste, guerra e outros gêneros afins". Estavam em evidência, por exemplo, O Homem que Matou o Facínora e O Desafio das Águias, mas ambos apenas nas versões dubladas.
Disney+
Tem cinco trunfos gigantescos: é a única plataforma que exibe os desenhos animados da Disney, desde os clássicos Branca de Neve e os Sete Anões e Fantasia aos recentes Frozen e Raya e o Último Dragão; é a casa das versões live-action dos sucessos do estúdio, como O Rei Leão, Malévola e Cruella; é o endereço da Pixar, ganhadora de 23 Oscar com animações do porte de Toy Story, Monstros S.A., Wall-E, Up: Altas Aventuras, Divertida Mente e Viva: A Vida É uma Festa; é onde estão quase todos os super-heróis da Marvel, tanto os de filmes como Vingadores: Ultimato e Viúva Negra quanto os das novas séries (WandaVision, Falcão e o Soldado Invernal e Loki); e é o universo pelo qual circulam os personagens da saga Star Wars, desde aqueles lançados no cinema até os que nasceram direto para o streaming, como o Mandaloriano. De quebra, oferece documentários da National Geographic sobre a vida animal, ciência e inovação, a exploração do espaço e mistérios da antiguidade. O que talvez não se encontre na Disney+, para além de uma produção mais globalizada, é um tanto de gravidade e um pouco de tristeza. Isso sem falar de tabus e temas polêmicos.
Mas uma opção mais adulta do que o Disney+ está para chegar: em agosto, estreia o Star+ (preços ainda não foram divulgados), que terá obras produzidas pela Fox, recentemente comprada pela Disney. Haverá filmes como Bohemian Rhapsody, Deadpool e O Diabo Veste Prada, as franquias Alien, Busca Implacável, Duro de Matar e O Planeta dos Macacos e séries como 24 Horas, American Horror Story, Grey's Anatomy, How I Met Your Mother, Modern Family, Outlander, Os Simpsons e The Walking Dead.
Filme Filme
O mantra da plataforma é fazer o usuário "passar mais tempo assistindo ao filme do que escolhendo". Por isso, aposta na tática do menos é mais. Lança poucos títulos por vez (na aba Em Cartaz) e mantém um catálogo enxuto, mas referenciado por festivais como os de Berlim, Cannes e Veneza: no último dia 7, por exemplo, estavam lá O Amante Duplo (de François Ozon), A Comunidade (Thomas Vinterberg), É Apenas o Fim do Mundo (Xavier Dolan), Martin Eden (Pietro Marcello), Mia Madre (Nanni Moretti), O Passado (Asghar Farhadi), Paterson (Jim Jarmusch) e Synonymes (Nadav Lapid). Também dava para ver Tudo pelo Poder, com George Clooney e Ryan Gosling, e Tese Sobre um Homicídio, estrelado por Ricardo Darín. É importante avisar que, por funcionar com uma ótica de cinema, todos os filmes permanecem na plataforma por tempo limitado — no caso, três meses, informa o serviço.
Globoplay
Exibe filmes como Cópia Fiel, de Abbas Kiarostami, e O Código Da Vinci, de Ron Howard, e séries como The Big Bang Theory, The Good Doctor, FBI, Grey's Anatomy, Killing Eve, Mad Men, Ray Donovan e Wynona Earp, mas o carro-chefe são as produções nacionais (sobretudo as bancas pela Globo). Na área cinematográfica, merece destaque a coleção lançada recentemente com 50 títulos marcantes, de Rio 40 Graus (1955) a Bacurau (2019), passando por documentários do mestre Eduardo Coutinho. Nos seriados, a lista é enorme: 1 Contra Todos, Aruanas, Cine Holiúdy, Felizes para Sempre?, A Grande Família, Justiça, Os Maias, Os Normais, Segunda Chamada, Sessão de Terapia, Sob Pressão, Tapas & Beijos...
Google Play/YouTube Movies
Não têm o charme das demais plataformas, mas oferecem a possibilidade de assistir tanto a clássicos do cinema e tesouros esquecidos quanto a novidades. Ajuda quando você está procurando um título em específico — basta procurar procurar no próprio Google.
HBO Max
Um substituto incrementado do HBO Go, o HBO Max estreou no finalzinho de junho, agregando conteúdos de diferentes estúdios e canais, como Warner (incluindo New Line, Looney Tunes e DC), HBO, TNT e Cartoon Network. Traduzindo em títulos: estão lá a saga Harry Potter, os filmes e os desenhos animados de super-heróis da DC (como Mulher-Maravilha 1984, Liga da Justiça de Zack Snyder e Jovens Titãs em Ação), personagens como Pernalonga e Patolino, Tom & Jerry e uma coleção incrível de séries premiadas (ou em vias de ser): Band of Brothers, Barry, Boardwalk Empire, Chernobyl, Família Soprano, Game of Thrones, I May Destroy You, Mare of Easttown, Roma, True Detective, Watchmen... Trinta e cinco dias depois da estreia nos cinemas, a plataforma vira a casa de lançamentos como Em um Bairro de Nova York e Invocação do Mal 3. Outros filmes vão direto para o streaming, como o mais recente do diretor Steven Soderbergh, Nem um Passo em Falso.
Kinopop
Tem uma coleção significativa de títulos sob a categoria religiosos. No meio de muitos títulos obscuros, encontram-se algumas joias que foram distribuídas pela Europa Filmes: O Amante da Rainha, Casamento Grego, Durval Discos, Um Homem de Família, Menina de Ouro (mas este, casualmente, vi que tem no Amazon também), O Milagre de Berna, Rush: No Limite da Emoção, Vem Dançar Comigo e A Viagem de Chihiro (e este tem na Netflix).
Looke
A lista de clássicos já abre o apetite: Alexander Nevsky, Amarcord, Ano Passado em Marienbad, A Aventura, Casablanca, Cidadão Kane, A Fonte da Donzela, O Gabinete do Dr. Caligari, Laranja Mecânica, Nosferatu, Tempos Modernos, O Terceiro Homem, O Último Imperador, Um Dia de Cão, Uma Mulher Sob Influência... Mas a plataforma também oferece lançamentos, só que essa aba não pareceu tão saborosa. Entre uma porção de títulos honestamente desconhecidos, enxerguei Godzilla Vs Kong, Judas e o Messias Negro, O Mauritano, Meu Pai, Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre, O Protocolo de Auschwitz e Saint Maud.
MUBI
Serviço global que nasceu com o o nome de The Auteurs, é uma perdição para cinéfilos. A curadoria elege sempre um filme do dia — entre os últimos, estavam Jeannette: A Infância de Joana D'Arc e Moça com Brinco de Pérola, Birdman e Redacted. Há sempre cineastas em destaque — neste momento estão, por exemplo, a estadunidense Kelly Reichardt (de First Cow), o alemão Christian Petzold (de Barbara), a belga radicada na França Agnès Varda (de Os Catadores e Eu) e o chinês de Hong Kong Wong Kar-wai (de Amor à Flor da Pele). Entre as seleções temáticas, temos Sexo, Mentiras e Videotape: Ativismo Feminista Francês e Orgulho Sem Preconceito: Cinema LGBTQ+, De Volta à URSS: Documentários de Arquivo de Sergei Loznitsa e O Cinema Psicomágico de Alejandro Jodorowsky, assim como Obras-Primas dos Anos 1950, 1960, 1970, 1980, 1990 e Modernas. O MUBI exibe redescobertas e estreias de diretores, promove jovens realizadores brasileiros (como Alice Riff, do documentário Meu Corpo É Político, e Leonardo Mouramateus, de Antônio Um Dois Três) e apresenta obras de autores consagrados: O Sacrifício, de Tarkovsky, Tudo Sobre Minha Mãe, de Almodóvar, Masculino-Feminino, de Godard, A Árvore da Vida, de Malick, Ventos da Liberdade, de Ken Loach, Paris, Texas, de Wim Wenders... A lista é rica e fascinante.
Netflix
Pioneira e mais poderosa plataforma de streaming no mundo, tem como um de seus pontos fortes tentar ser, justamente, mundial. Claro que há muitas bombas estadunidenses (como The Ridiculous 6 e Vende-se Esta Casa), mas a Netflix mantém um olhar atento para o cinema contemporâneo produzido longe de Hollywood. Seu catálogo inclui, por exemplo, o documentário brasileiro indicado ao Oscar Democracia em Vertigem (2018), o belga Girl (2018), o britânico O que Ficou para Trás (2020), o francês Mignones (2020), o indiano O Discípulo (2020), o italiano Lazzaro Felice (2018), o japonês Laço Materno (2020), o mexicano Roma (2018), o polonês Rede de Ódio (2020), o senegalês Atlantique (2019) e o sul-coreano A Ligação (2020).
Ao mesmo tempo, vem atraindo cada vez mais astros do porte de Chris Hemsworth (Resgate) e Tom Holland (O Diabo de Cada Dia) e diretores renomados — até Steven Spielberg, que era tido como um crítico ferrenho do streaming, assinou um contrato para a produção de filmes. Em 2020, Martin Scorsese (com O Irlandês), Noah Baumbach (História de um Casamento) e Dois Papas (Fernando Meirelles) ajudaram a Netflix a liderar as indicações ao Oscar. Em 2021, a plataforma bateu seu próprio recorde, graças a filmes como Mank (de David Fincher), Os 7 de Chicago (Aaron Sorkin) e Destacamento Blood (Spike Lee), além de Professor Polvo (que inclusive ganhou a estatueta dourada de melhor documentário). Um ponto de atenção é que, embora disponibilize toda a saga de Rocky e Creed, toda a franquia Indiana Jones ou as animações do Studio Ghibili, a memória não é, definitivamente, o forte da plataforma.
As séries são um capítulo à parte, com grande variedade. Tem dramas premiados (The Crown, O Gambito da Rainha), produções badaladas (Bridgerton, Lupin), novos clássicos (Breaking Bad, Fargo), sucessos europeus (La Casa de Papel, Dark), produções brasileiras (Bom Dia, Verônica, Sintonia), comédias elogiadas (Arrested Development, Brooklyn Nine-Nine), humor sobre o luto (After Life, O Método Kominsky), erotismo (Desejo Sombrio, Sex/Life), adaptações de quadrinhos (Lúcifer, The Umbrella Academy), ficções científicas (Black Mirror, Stranger Things), policiais para dar a volta ao mundo e uma coleção sempre renovada de documentários sobre crimes reais.
NOW
É porta da entrada para vários lançamentos recentes, como Druk: Mais uma Rodada, Godzilla vs Kong, Judas e o Messias Negro, Meu Pai, Quo Vadis, Aida?, Tenet e Trolls 2. O menu faz listas temáticas com filmes mais antigos, tipo Fight the Power! (que inclui de Madame Satã e Eu Não Sou seu Negro a Um Limite Entre Nós e Infiltrado na Klan) e Orgulho Queer, além de celebrar atores como Tom Hanks e Meryl Streep. Vale pontuar que o serviço é exclusivo para clientes Claro/Net.
Oldflix
Como o nome diz, é o lugar para encontrar títulos antigos. Aliás, o menu tem cara de videolocadora. Em uma rápida garimpada, deu para encontrar pérolas como Delicatessen e A Honra do Poderoso Prizzi (ambos, acredito, indisponíveis em outros serviços) e coisas que nem mereciam ser resgatadas.
Paramount+
Ainda não tem um catálogo extenso, e alguns conteúdos podem estar disponíveis também no Amazon Prime Video. Mas a lista de atrações é bem interessante. Na parte dos filmes, inclui a trilogia O Poderoso Chefão, os clássicos E.T.: O Extraterrestre e Forrest Gump, os queridinhos Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças e Encontros e Desencontros e os cults Donnie Darko e Drive. Nas séries, despontam The Handmaid's Tale, Yellowstone, Your Honor, Dexter, The Good Wife, Todo Mundo Odeia o Chris e a lendária Twin Peaks (que, em mais um exemplo de sobreposição, também pode ser vista na Netflix).
Reserva Imovision
É uma das mais jovens: criada pela distribuidora Imovision, estreou em abril e foca em filmes exibidos nos principais festivais do mundo. Em maio, por exemplo, lançou quatro ganhadores da Palma de Ouro em Cannes: A Criança, dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, Entre os Muros da Escola, do francês Laurent Cantet, Tio Boonmee, que Pode Recordar suas Vidas Passadas, do tailandês Apichatpong Weerasethakul, e Eu, Daniel Blake, do inglês Ken Loach. O catálogo convida a uma interminável volta ao mundo, conduzida ora por veteranos consagrados, ora por nomes da nova geração. Tem Adeus à Linguagem, do suíço Jean-Luc Godard, e A Bela e os Cães, da tunisiana Kaouther Ben Hania. Tem Amor, do austríaco Michael Haneke, e A Separação, do iraniano Asghar Farhadi. Recentemente, adicionou seis documentários sobre a luta contra o racismo, incluindo os premiados Eu Não Sou seu Negro, Libertem Angela Davis e Black Power Mixtape.
SPcine Play
É atraente para quem curte o cinema brasileiro, desde as obras de Zé do Caixão, Rogério Sganzerla, Héctor Babenco, passando por Ana Carolina, Suzana Amaral e Lúcia Murat e chegando às ficções e aos documentários sobre questões ligadas às populações negra e LGBTQIA+. Mas a experiência via Looke não foi nada boa: não há a opção de pausar a exibição e, no celular, a tela não se ajusta quando viramos o aparelho.
Starzplay
Tem muitas séries baseadas em romances literários, histórias reais e até em outros filmes, como The Act, The Girlfriend Experience, The Little Drummer Girl, The Night Manager, The Stand e a trilogia The White Queen/The White Princess/The Spanish Princess, além de Das Boot, Spartacus e três seriados ambientados em Londres: Gangs of London, Luther e Penny Dreadful. O catálogo de filmes me pareceu menos atraente e nada diversificado do ponto de vista geográfico, além de oferecer poucos títulos anteriores aos anos 2000, e alguns deles encontráveis em outras plataformas. O que vi de bom: 8 Mile: Rua das Ilusões, Ali, Amnésia, Blade Runner 2049, Cães de Aluguel, De Repente 30, Miami Vice, Missão Madrinha de Casamento, Nem Tudo É o que Parece, O Plano Perfeito e O Virgem de 40 Anos.
Supo Mungam Plus
Também é cria de uma distribuidora, a Supo Mungam Films, dedicada a filmes autorais e independentes. O catálogo mistura cineastas renomados a jovens realizadores, clássicos a novidades que não raro passam ao largo do grande público. Pode-se, igualmente, viajar mundo afora — e seguindo passos femininos: diretoras são muito presentes na plataforma. Dá para ir de O Piano, da neozelandesa Jane Campion, vencedor de três Oscar, a Juventude, primeiro filme de ficção dirigido por uma mulher do Djibuti, Lula Ali Ismaïl. No caminho, tem homenagens à tcheca Vera Chytilová (1929-2014) e à belga Chantal Akerman (1950-2015) e obras recentes como Wendy e Lucy, da estadunidense Kelly Reichardt, O Chão Sob meus Pés, da austríaca Marie Kreutzer, e Zana, da kosovar Antoneta Kastrati.
Telecine
A aba Top 40 filmes de sucesso que só o Telecine tem destaca títulos bem recentes como O Farol, O Homem Invisível, A Despedida, Predadores Assassinos, Brinquedo Assassino, Jojo Rabbit e Retrato de uma Jovem em Chamas. Não é bem assim: muitos também estão disponíveis no Google Play e no YouTube Movies. Já a lista O melhor dos 125 anos de cinema faz jus ao nome: A Bela da Tarde, Amor, Sublime, Amor, Crepúsculo dos Deuses, Curtindo a Vida Adoidado, a trilogia De Volta para o Futuro, E.T., Forrest Gump, O Iluminado, Jules e Jim: Uma Mulher para Dois, Ladrões de Bicicleta, A Malvada, Metrópolis, Nosferatu, Onde os Fracos Não Têm Vez, Parasita, A Primeira Noite de um Homem, Pulp Fiction, O Sexto Sentido, O Silêncio dos Inocentes, Taxi Driver, A Vida É Bela e um sexteto brasileiro muito representativo: Vidas Secas, Deus e o Diabo na Terra do Sol, Central do Brasil, O Auto da Compadecida, Cidade de Deus e Tropa de Elite.
A soma das assinaturas mensais daria R$ 391,50 se fossem feitas separadamente. Quer saber quais eu escolheria e quanto custaria? Quer comparar com gastos em cinema? Clique aqui para ler a segunda parte deste guia do streaming.