A quinta temporada da série Sessão de Terapia, que estreia nesta sexta-feira (4) no Globoplay, marca o reencontro de dois velhos amigos. Selton Mello, que dirige a obra e interpreta o protagonista Caio Barrone, irá contracenar com Rodrigo Santoro após mais de duas décadas. A última vez que os dois estiveram juntos em frente às câmeras foi em 1993, na novela Olho no Olho. Agora, Santoro encara o desafio de interpretar o personagem Davi Grec, terapeuta de Caio.
— Foi um encontro espiritual, imediato. A gente tem muitas coisas em comum, mantivemos essa amizade por esses anos todos. Sempre torcendo de coração um pelo outro — conta Mello em coletiva de imprensa.
A relação entre os dois será conturbada no início. Sem Sofia por perto, Caio acaba decidindo tornar Davi seu psicólogo. Contudo, o personagem é especializado em crianças, fato que gera tensão entre os dois.
— Tem esse embate entre eles. "Que linha é essa?", "Por que eu estou aqui?", "Estou me sentindo muito infantilizado" (...) É bonito porque são dois terapeutas, mas também são dois atores então, às vezes, a gente se pegava falando coisas que poderiam ser eu e o Santoro — afirma Mello.
A nova temporada terá enfoque na vida familiar de Caio. Com a notícia da morte da mãe, ele começa a entrar em conflito com sua irmã Mariana (Bruna Chiaradia), a qual insiste para que ele conheça seu irmão Miguel (Dalton Mello). Por Dalton e Selton serem irmãos na vida real, traços da própria convivência entre eles poderão ser vistos na série.
— Nunca trabalhamos juntos na TV antes e ainda bem que nós fizemos isso, por nós mesmos. Foi emocionante atuar com ele e tem um espelhamento desse encontro com o Santoro também, que é meu amigo. O público se emociona com o episódio, mas, ao mesmo tempo, fica viajando com o fato dos dois irmãos estarem finalmente juntos — diz Mello.
Mesmo os brasileiros que nunca pisaram em uma sala de terapia poderão se identificar com a série. Selton acredita que as pessoas poderão se ver tanto nos pacientes quanto nos psicólogos e, a partir disso, refletir sobre seus sentimentos.
— Você falar sobre um problema, compartilhar ele com alguém, pode ser benéfico. Pode te ajudar. Essa capacidade que se tem de levar uma pessoa para um consultório de terapia e a pessoa poder vivenciar aquilo, mesmo que seja através do personagem, acho que desmistifica um pouco (o conceito) da terapia ser para poucos — aponta Jaqueline Vargas, escritora da série.
Caio também atenderá novos pacientes nesta temporada. Entre eles, está Manu (Letícia Colin), uma mulher que enfrenta a depressão pós-parto após realizar o sonho de ser mãe.
— Temos a questão de idealizar a vida e, de repente, você vê que apostou todas suas fichas naquilo e não é o que você imaginava. Não é porque ela é mãe que virou a Mulher-Maravilha — avalia Jaqueline.
Para viver Davi, Santoro explica, em vídeo disponibilizado na coletiva, que conversou com diversos psicólogos. O personagem é o resultado de várias conversas que teve durante o processo de pesquisa.
— Ele é um mosaico de todas as coisas que escutei e senti conversando com esses profissionais — conta.
Além disso, o artista ressalta que é de "uma relevância absoluta" falar sobre saúde mental em meio à pandemia. A escritora Jaqueline explica que a crise da covid-19 apenas permeia os personagens, mas não é o foco na série.
— A situação que está acontecendo agora é atípica. As questões dos dois personagens podem acontecer a qualquer momento com qualquer pessoa. Como muita gente acabou tendo vários problemas durante a pandemia, como fobia e ansiedade, de repente eram coisas que já estavam ali, e a pandemia foi um gatilho — explica ela.
Originalmente, a série foi adaptada do original israelense Be Tipul. A partir da terceira temporada, a escritora Jaqueline Vargas, o produtor Roberto d'Avila e Mello começaram a apostar em um conteúdo original. Além dos 10 primeiros episódios da nova fase da trama ficarem disponíveis no próximo dia 4, a Globoplay vai disponibilizar mais cinco todas as sextas-feiras.