Bombril virou sinônimo de esponja de aço no Brasil. Em 1948, Roberto Sampaio Ferreira fundou a indústria Abrasivos Bombril Ltda., em São Paulo. Em pouco tempo, começou a distribuir a lã de aço em outros estados. Desde o início, a indústria investiu em publicidade para apresentar Bom Bril, grafia original da marca.
Na década de 1950, as vantagens da "esponja mágica" eram apresentadas nas páginas da revista O Cruzeiro e de outros periódicos. Em Porto Alegre, a Rádio Farroupilha tinha o programa de auditório Bombril. A TV Tupi, de São Paulo, exibia o Circo Bombril.
Em propagandas, a fabricante exaltava que "há sempre novos usos para Bom Bril", "mas cuidado com as imitações, que são menores e têm fios grossos". A lã de aço ajuda na limpeza, desde panelas até vidros, azulejos e ferragens.
O slogan "1.001 utilidades" surge em seguida. Quem nunca colocou um pedaço na ponta da antena da TV para melhorar o sinal?
A linha de produção saiu do bairro do Brooklin, em São Paulo, para uma moderna fábrica em São Bernardo do Campo, em 1976. A marca já era forte, mas multiplicou a relevância no mercado com a campanha do Garoto Bombril. O ator Carlos Moreno virou ícone da propaganda brasileira. Em 1978, gravou os primeiros comerciais da campanha criada pelos publicitários Washington Olivetto e Francesc Petit.
— O personagem era um químico industrial, que trabalhava na Bombril. Criava os produtos e tinha orgulho da empresa, mas era o oposto de um vendedor. Foi um choque, na época, mostrar um cara que não era bonito, que era falível — recordou Moreno em entrevista à Rádio Gaúcha.
A razão social mudou para Bombril S/A em 1984, quando a empresa passou a ter ações negociadas na Bolsa de Valores. O Guiness Book reconheceu, em 1994, a campanha Garoto Bombril pelo recorde mundial de tempo no ar.
Moreno ficou ininterruptamente entre 1978 e 2004, voltou em 2006 e o último trabalho foi em 2019. Em 35 anos de contrato, entre idas e vindas, gravou em torno de 400 comerciais diferentes.
A Bombril, que passou por processo de recuperação judicial entre 2003 e 2006, evitando a falência, mantém outras marcas consagradas, como Limpol, Mon Bijou, Sapólio Radium e Pinho Bril.
Assista à entrevista de Carlos Moreno sobre o Garoto Bombril
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