Com o popular nome feminino, a bolacha Maria é um sucesso entre muitas gerações. Mesmo muito antiga, continua atual. Os pacotes, de diferentes fabricantes, estão em todos os mercados, dos pequenos aos grandes. Além de ingrediente na torta, ela pode ser comida pura. Uns preferem acompanhar o lanche com um café, leite ou chá. Talvez vocês coloquem cobertura ou colem uma na outra com o saboroso recheio.
A torta de bolacha Maria é a minha preferida. Nos aniversários, não pode faltar. É daquelas memórias da infância. Sem qualquer dificuldade, aprendi a fazer uma deliciosa torta. Sempre me perguntei quem foi a Maria da bolacha. Imaginava que era um produto brasileiro, mas estava enganado. Não foi nenhuma Maria das nossas cozinhas.
A bolacha parece uma medalha. Não é coincidência. A origem do produto está na homenagem a um casamento real na Inglaterra. A fabricante de bolachas Peek Frean a fez para celebrar o matrimônio, em 1874, da grã-duquesa Maria Alexandrovna, filha do czar russo Alexandre II, com o duque de Edimburgo, Alfredo Ernesto Alberto, segundo filho da rainha Vitória. A cerimônia do enlace das duas famílias reais ocorreu em São Petersburgo, na Rússia.
A "Marie biscuit", nome original em inglês, ficou popular na Inglaterra e rompeu fronteiras. Ela foi uma versão mais sofisticada do biscoito Rich Tea. O nome da homenageada, Maria ou Marie, está no centro da bolacha doce e redonda. Nas bordas, a fabricante colocou um desenho em padrão grego.
A Maria é produzida em vários países, com diferentes nomes. Na Espanha, a galleta María virou símbolo de recuperação econômica depois da Guerra Civil, no final da década de 1930.
A bolacha Maria já estava no Brasil no início do século 20. Em 1904, o jornal Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, publicou um texto do médico Carlos F. de Abreu, que aconselhava a inclusão do biscoito na dieta para o desmame de bebês de aproximadamente um ano. Em 1918, o jornal gaúcho A Federação publicou nota sobre o fornecimento de produtos para a Brigada Militar, desde cachaça até a bolacha Maria, da fábrica Leal Santos.
Grã-Duquesa da Rússia, duquesa de Saxe-Coburgo-Gota e duquesa de Edimburgo, Maria Alexandrovna, a Maria da bolacha, morreu em 1920, aos 67 anos.