A faixa de cimento deixou mais rápida a viagem de Porto Alegre a Gravataí. Construída em concreto armado, foi inaugurada em 22 de abril de 1934. O interventor federal no Estado, general Flores da Cunha, viajou com uma comitiva para a festa em Gravataí naquele domingo.
A firma Dahne, Conceição e Cia construiu, a partir de 1933, duas faixas de cimento. A outra obra ligou Porto Alegre a São Leopoldo. Nos dois projetos, a estrada ficou com 3m de largura, além de calçamento de 1,20m de pedras irregulares nas laterais.
No traçado da velha estrada do tempo dos tropeiros, a faixa de Gravataí foi inaugurada poucos dias antes da obra no Vale do Sinos. A festa ocorreu no ponto final, no centro da cidade. No local, fica a Praça do Quiosque, onde monumento celebra a construção.
A faixa começava na ponte sobre o Rio Gravataí, no limite de Cachoeirinha com Porto Alegre. A Avenida Flores da Cunha, em Cachoeirinha, e a Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, em Gravataí, ficam hoje no traçado da antiga estrada.
José Loureiro da Silva, então prefeito de Gravataí, foi o grande incentivador da obra, que começou em 9 de fevereiro de 1933. Quando inaugurada, ele já não estava no cargo. Com cobrança de pedágio, o município arrecadou recursos para pagar a obra.
— O pedágio era cobrado em dois pontos, em Cachoeirinha e Gravataí. Uma corrente ficava amarrada em árvores. Os veículos paravam e só seguiam viagem depois do pagamento — conta o historiador Amon Costa.
Nos primeiros anos, o movimento era baixo. Em relatório de 1938, consta que diariamente passavam 20 automóveis, 25 caminhões e 16 ônibus.
Muitos moradores da Gravataí ainda falam na "faixa" para se referir à Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira. Na parada 72, aproximadamente 30 metros da estrada de concreto estão preservados ao lado da via.