O mundo vivia há 25 anos o temor de um colapso nos sistemas informatizados. A virada de 1999 para 2000 foi marcada pelos preparativos para evitar o Bug do Milênio. Computadores usavam dois dígitos para indicar o ano. O que ocorreria se não entendessem a troca de ano? Quais as consequências se o novo ano nos sistemas fosse 1900 ou 19100?
Os pessimistas alertavam para o risco de colapso nos sistemas de voos, trens, usinas nucleares, bancos, hospitais, etc. Nos Estados Unidos, o chefe da comissão federal para lidar com as consequências do Bug do Milênio recomendou que moradores reservassem comida e água para três dias, além de encherem o tanque do carro. Em algumas partes do mundo, grupos faziam previsões apocalípticas.
Depois da preparação das empresas e dos governos, as falhas foram pontuais. O Bug do Milênio virou anedota. No Rio Grande do Sul, nenhum susto na hora da virada. Luz e telefones em operação normal. Na telefonia móvel, usuários enfrentaram apenas o congestionamento pelo excesso de ligações para desejar felicidades aos amigos e familiares.
Na sede do Banrisul, em Porto Alegre, aproximadamente 300 pessoas viveram um Réveillon atípico. A direção permitiu a presença de familiares dos funcionários que precisaram ficar de plantão. Um bancário inventou uma fantasia de "Bug do Milênio" e divertiu as crianças. A equipe não recebeu nenhuma ligação de reclamação de problemas nos caixas eletrônicos.
No início da madrugada de 1º de janeiro de 2000, pousou no Aeroporto Salgado Filho um voo da empresa Transbrasil. Nenhum problema ocorreu na troca de ano do sistema. Devido ao medo, o avião estava quase vazio. A viagem de Brasília a Porto Alegre teve apenas seis passageiros.