A Wallig foi uma das grandes indústrias brasileiras até o início da década de 1980. O produto mais famoso era o fogão. Em crise financeira, a indústria de Porto Alegre fechou em 1981. Comprado pelo Grupo Zaffari, o terreno da antiga fábrica é ocupado pelo Bourbon Shopping Wallig, inaugurado em 2012 na Avenida Assis Brasil.
Em 1964, a Wallig realizou grande festa para comemorar os 60 anos. Convidados visitaram a linha de produção e participaram de coquetel no ginásio da associação de funcionários em 13 de novembro. A produtora Leopoldis-Som filmou a celebração. O documentário Pequena História de Uma Grande Indústria foi lançado em 1965. Com imagens internas e aéreas da região da fábrica, na Zona Norte, o vídeo faz voltarmos aos tempos de pujança da fábrica, que produzia fogões domésticos, cozinhas e lavanderias industriais, aquecedores e autopeças.
No filme, é possível ver o lançamento de aniversário, o fogão com receptor de rádio. Sim, era possível cozinhar e ouvir rádio no mesmo eletrodoméstico. Também aparecem imagens de cozinha industrial instalada no prédio do Banco do Brasil, ocupado em 1962 na esquina das ruas Sete de Setembro e Uruguai, no Centro Histórico.
Em 15 de novembro de 1964, no dia do aniversário de 60 anos, um programa radiofônico, também chamado Pequena História de Uma Grande Indústria, apresentado por Flávio Alcaraz Gomes, foi transmitido em várias emissoras de rádio do Rio Grande do Sul.
Wallig
Em pequeno galpão, o imigrante alemão Pedro Wallig abriu a firma com os filhos em 15 de novembro de 1904. Inicialmente, cinco funcionários produziam camas de ferro. Em 1906, a empresa ampliou a linha para fogões a lenha, inspirados em modelo alemão.
Com a morte de Pedro Wallig, em 1913, os filhos João e Guilherme assumiram a administração da empresa no bairro Floresta. Em 1927, a empresa foi pioneira ao produzir o primeiro fogão a gás no Brasil. Em 1953, foi ocupado o novo complexo industrial na esquina das avenidas Assis Brasil e Francisco Trein, no bairro Cristo Redentor.
Em 1964, a grande novidade foi o acendimento automático, dispensando o fósforo. A indústria gaúcha também produziu em São Paulo e na Paraíba. As atividades foram encerradas em 1981.
Colabore com sugestões sobre curiosidades históricas, imagens, livros e pesquisas pelo e-mail da coluna (leandro.staudt@rdgaucha.com.br)