Já está mais do que na hora de revelar minha lista dos melhores filmes do ano. A seleção inclui títulos que são de 2023 (ou até de 2022) mas que só chegaram nesta temporada a Porto Alegre (incluindo a participação em festivais) ou às plataformas brasileiras de streaming. Por isso, ficaram de fora obras como Emilia Pérez e A Semente do Fruto Sagrado, que vão estrear apenas em 2025. Anatomia de uma Queda e As Bestas foram lançados comercialmente em 2024, mas já tinham aparecido na seleção dos 15 melhores do ano passado, por causa do Festival Varilux e/ou do Fantaspoa.
O segundo critério foi bem afetivo: entraram na lista os longas-metragens que mais me despertaram a vontade de rever imediatamente. Isso explica algumas presenças polêmicas ou algumas ausências gritantes, tipo Ainda Estou Aqui. É um filme bom e importante, mas, sinceramente, não me apaixonei.
Aqui estão os 25 escolhidos, em ordem apenas alfabética. Clique nos links se quiser ler mais:
1) Meu Amigo Robô (2023)
De Pablo Berger. Na Nova York dos anos 1980, um cachorro compra um robô pra fazer companhia a ele. Animação linda e sem diálogos sobre solidão, amizade e lealdade. (MUBI)
2) Caminhos Cruzados (2024)
De Levan Akin. Em meio à tristeza e à opressão em uma jornada entre uma cidade da Geórgia e Istambul, surgem momentos de ternura, alegria, otimismo e até dança. (MUBI)
3) Dahomey (2024)
De Mati Diop. Documenta a devolução de tesouros saqueados pela França do antigo reino de Daomé: motivo de júbilo ou de discussão? (MUBI)
4) Deadpool & Wolverine (2024)
De Shawn Levy. A sala de cinema virou estádio de futebol, tamanha a vibração do público. (Disney+)
5) O Dia que te Conheci (2023)
De André Novais Oliveira. Comédia romântica nada hollywoodiana, com casal suburbano e temas como o racismo. (A estrear no streaming)
6) Dias Perfeitos (2023)
De Wim Wenders. A arte do komorebi, a beleza da rotina e o prazer das coisas simples. (MUBI)
7) Divertida Mente 2 (2024)
De Kelsey Mann. O campeão de bilheteria em 2024 faz rir, chorar e refletir. (Disney+)
8) Furiosa: Uma Saga Mad Max (2024)
De George Miller. O filmaço que foi um fracasso. (Max)
9) Jurado Nº 2 (2024)
De Clint Eastwood. Foi um crime lançar direto no streaming o que pode ser o último filme do grande cineasta. (Max)
10) Malu (2024)
De Pedro Freire. Neste filme autobiográfico, atriz decadente vive às turras com a mãe e com a filha. (A estrear no streaming)
11) Motel Destino (2024)
De Karim Aïnouz. Noir cearense com altíssima voltagem erótica. (Telecine)
12) Não Fale o Mal (2022)
De Christian Tafdrup. Enfim chegou ao Brasil o filme dinamarquês sobre o perigo da civilidade. (Reserva Imovision)
13) Oeste Outra Vez (2024)
De Erico Rassi. Faroeste goiano aposta no não-dito para falar sobre a masculinidade frágil. (Estreia em março 2025)
14) Pobres Criaturas (2023)
De Yorgos Lanthimos. Obra-prima feminista ou ofensiva fantasia masculina? (Disney+)
15) A Primeira Profecia (2024)
De Arkasha Stevenson. Conheça a mãe do Anticristo. (Disney+)
16) Rivais (2024)
De Luca Guadagnino. Um filme cheio de tênis e de tesão. (Amazon)
17) A Sala dos Professores (2023)
De Ilker Çatak. Ao investigar furtos em escola alemã, professora afunda na areia movediça do campo da ética. (Max)
18) Segredos de um Escândalo (2023)
De Todd Haynes. Recria história real de pedofilia e examina o tema da duplicidade. (Amazon)
19) O Sequestro do Papa (2023)
De Marco Bellocchio. O mestre italiano equilibra o conflito religioso, a crítica política e o drama familiar. (Plataformas de aluguel)
20) A Substância (2024)
De Coralie Fargeat. A diretora francesa usa o body horror para mostrar cmo os corpos das mulheres são objetificados e vendidos antes de serem descartados. (MUBI)
21) Todos Nós Desconhecidos (2023)
De Andrew Haigh. Não merecia a esnobada no Oscar 2024. (Disney+)
22) As Três Filhas (2023)
De Azazel Jacobs. As atrizes Carrie Coon, Natasha Lyonne e Elizabeth Olsen brilham. (Netflix)
23) Tudo que Imaginamos como Luz (2024)
De Payal Kapadia. O filme indiano merece todos os prêmios e as indicações que vem recebendo. (Sala Paulo Amorim)
24) Vidas Passadas (2023)
De Celine Song. Jamais é manipulativo ou maniqueísta no retrato de um triângulo amoroso que pergunta: se aquela paixão do passado reaparecer, o que a gente faz? (Telecine)
25) Zona de Interesse (2023)
De Jonathan Glazer. Vencedor do Oscar internacional, perturba ao mostrar o cotidiano familiar do nazista comandante de Auschwitz. Ganhou também a estatueta de som: existe o filme que a gente vê e o filme que a gente ouve. (Amazon)
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