Para escrever uma nova página em sua ampla história nas Copas do Mundo, a Seleção Brasileira desembarcou há 20 anos para o Mundial da Coreia e do Japão com as chuteiras carregando o peso das interrogações.
As desconfianças tinham como cerne os maus resultados de um passado recente e no estado físico de jogadores como Rivaldo e Ronaldo, referências do time, mas que voltavam de lesões. As dúvidas foram sendo dirimidas e trocadas por exclamações a cada jogo até Cafu erguer o prêmio mais cobiçado do planeta bola.
Desta sexta-feira (24) até o dia do aniversário do Penta, GZH publicará uma série de conteúdos que contam a trajetória do time de Luiz Felipe Scolari rumo à apoteose do futebol mundial.
O receio de uma equipe defensivista devido ao sistema com três zagueiros, trauma herdado da Copa de 1990, se liquefez com a multiplicação dos gols a cada rodada e se transformou na melhor campanha da história brasileira em Mundiais, com sete vitórias (em 1970 a taça foi erguida em seis jogos).
Mesmo com fama de retranqueiro, Felipão não desperdiçou a chance de escalar Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho juntos, apesar de os dois primeiros carregarem o fardo da desconfiança em relação às suas condições físicas. Foi encontrado ainda espaço para um imberbe Kaká na lista de convocados.
Nas últimas duas décadas, a vida levou os pentacampeões mundiais em 2002 para diversos continentes e vários países, mas manteve a maioria deles em torno do futebol. Depois de 20 anos da conquista do Penta, o grupo de 23 jogadores daquela Seleção Brasileira convocada por Luiz Felipe Scolari conta nos dias atuais com dirigentes, treinadores, comentaristas e empresários. Saiba por onde andam os pentacampeões após viverem seus primeiros 20 anos de eternidade.
O penta foi conquistado com uma campanha de 100% de aproveitamento. O Brasil venceu Turquia, duas vezes, China, Costa Rica, Bélgica, Inglaterra e, por fim, Alemanha, na grande decisão. Capitão daquela conquista, Cafu conversou com o programa "Show de Bola", da Rádio Gaúcha, neste sábado (25), e relembrou o quinto título mundial da Seleção.
No período pré-Copa de 2002, o técnico Vanderlei Luxemburgo foi acusado de falsidade ideológica e enfrentou problemas com o fisco. Emerson Lesão, seu substituto, foi demitido no aeroporto antes de uma viagem de retorno ao Brasil que durou 30 horas. A tudo isso acoplava-se o risco de ficar pela primeira vez fora de um Mundial. Apesar do cenário, Felipão aceitou o desafio de treinar o time um ano antes do início do torneio na Coreia e no Japão.
Um dos aspectos mais importantes da campanha brasileira da Copa da Coreia e do Japão foi a criação de uma ramificação da árvore genealógica da Família Scolari.
Um dia antes da estreia na Copa do Mundo de 2002, o volante Emerson, capitão do time de Luiz Felipe Scolari, se lesionou ao jogar um gol durante o treino da Seleção Brasileira. Felipão tinha poucas horas para resolver três problemas: tinha de escolher um substituto para o jogo contra a Turquia, um novo capitão e convocar mais um jogador.
Comandada por um gaúcho, a Seleção do Penta tinha outros integrantes nascidos no Estado na comissão técnica. Em campo, Scolari convocou dois atletas oriundos do Rio Grande do Sul. O time ainda contava com nomes vinculados ao RS. Relembre quem eram eles.
Demonizado pelos Brasileiros após a Copa de 1990, o esquema com três zagueiros voltou à Seleção com Luiz Felipe Scolari. Saiba as razões que levaram o treinador a utilizar esse sistema, que começava a ganhar espaço entre os times brasileiros.
Relembre as crônicas marcantes escritas por David Coimbra sobre a estreia do Brasil contra a Turquia, a virada sobre a Inglaterra nas quartas de final e sobre a final da diante da Alemanha.
Integrante da equipe da RBS na Copa do Mundo de 2002, o narrador Pedro Ernesto Denardin conta uma inusitada história vivida por ele e seus colegas no embarque para Yokohama, onde o Brasil enfrentou a Alemanha na final do torneio.
Os tempos eram outros em 2002. Integrante da equipe de enviados da RBS para a cobertura do Mundial, José Alberto Andrade relata como era a relação da comissão técnica e dos jogadores com a imprensa durante a campanha do penta.
Comentarista do Grupo RBS na Coreia e no Japão, Maurício Saraiva relembra histórias de bastidores de sua estreia em cobertura de Mundiais. Ele também relata a emoção de ser chamado para cobrir uma Copa do Mundo in loco pela primeira vez.
Uma longa cobertura em um país tão distante e de cultura tão diferente abre um leque de possibilidades para crônicas. David Coimbra pegou algumas situações para escrever seus textos, como um fantasma no corredor do hotel, o terremoto em Yokohama na véspera da final e o orgulho de ser brasileiro em terras tão distantes.