Quando se precisa deles, eles estão lá. Os velhos craques do Brasil, os jogadores renomados, aqueles de quem tudo se esperava tudo deram à Seleção, na sua estreia vitoriosa na Copa do Mundo, ontem à noite em Ulsan (começo da manhã no Brasil). Os 2 a 1 sobre a Turquia aconteceram graças a Rivaldo, sobretudo a Ronaldo, mas também com a ajuda do juiz sul-coreano, Kim Young-Joo, que errou ao marcar um pênalti sobre Luizão.
Alguns dos novos talentos, como Ronaldinho, pouco apareceram. Outros, como Edmilson, comprometeram. Edmílson passou o jogo falhando. Quando os turcos atacavam, ele vacilava. Quando a bola saía de seus pés, saía transformada numa salada de kimchi coreano. Em compensação, o jovem Gilberto Silva, substituto do capitão Emerson, foi muito bem. Jogou com personalidade, protegeu a defesa com competência e ainda deu qualidade à saída de bola.
Outro jogador importante nesta nova Seleção de Luiz Felipe foi Juninho. Cheio de vitalidade, Juninho foi eficaz tanto na armação quanto na marcação. Com tantas boas participações, o Brasil merecia um placar melhor no Estádio de Munsu. Começou criando chances de gol logo aos dois minutos, com Rivaldo. Trinta segundos depois, foi a vez de Ronaldo ter uma oportunidade. O Brasil continuou pressionando e perdendo gols: aos seis, com Ronaldinho; aos oito, com Rivaldo; aos 11, com Ronaldo.
A Turquia só foi atacar com algum perigo aos 17, devido a uma das tantas falhas de Edmílson. O Brasil talvez tivesse marcado antes se Ronaldinho fosse mais ousado. Provavelmente por nervosismo, Ronaldinho não usou de seus dribles rápidos, suas investidas vertiginosas rumo à área inimiga. Inclusive perdeu um gol dos chamados imperdíveis, aos 44 minutos. Por ironia, um minuto depois, a Turquia fez seu gol. Lúcio fez um passe apertado, Juninho perdeu a bola, Sas entrou nas costas da zagas e assinalou 1 a 0.
No segundo tempo, quando a névoa diária de Ulsan baixou sobre o estádio, Ronaldo resolveu. Eram quatro minutos quando Rivaldo cruzou e Ronaldo aparou na pequena área, empatando o jogo. Então entrou Denílson. Eram 22 minutos. Os turcos iam sofrer. Denílson driblou tanto, aplicou tantos cortes nos zagueiros, cruzou e chutou tanto, que o Brasil tinha de ganhar. Ganhou. Aos 40 minutos, Luizão, que entrara em lugar de Ronaldo, foi derrubado fora da área. O juiz coreano não apenas deu pênalti como expulsou Ozalan, o zagueiro que puxou o atacante brasileiro. Sem Ronaldinho em campo, Rivaldo foi escalado para cobrar. O bom goleiro Rustu foi no canto certo, mas não impediu o gol da vitória. No final do jogo, antes de cobrar um escanteio, Rivaldo ainda cavou a expulsão de Unsal. Aí, o sul-coreano entendeu que era hora de encerrar a partida.