Em 2002, o dia 30 de junho ficou marcado na história do futebol brasileiro. Em Yokohama, com dois gols de Ronaldo, a Seleção Brasileira, comandada por Felipão, vencia a Alemanha por 2 a 0 na Copa do Mundo e conquistava o pentacampeonato da competição — tornando-se o maior vencedor do maior torneio de seleções do mundo (posto que ocupa até hoje).
O penta foi conquistado com uma campanha de 100% de aproveitamento. O Brasil venceu Turquia, duas vezes, China, Costa Rica, Bélgica, Inglaterra e, por fim, Alemanha, na grande decisão. Capitão daquela conquista, Cafu conversou com o programa "Show de Bola", da Rádio Gaúcha, neste sábado, e relembrou o quinto título mundial da Seleção.
— Não existe importância maior do que ser campeão do mundo. Nós ficamos 24 anos sem conquistar o título, depois de 1970, vencemos em 1994. O jejum de títulos para uma seleção como o Brasil é muito ruim. Aquela conquista foi realmente maravilhosa. O grupo era impressionante, incrível, familiar, todo mundo se conhecia, todo mundo sabia onde tinha que jogar, sabia o que queria. O mais importante era isso, todos sabiam da sua responsabilidade. Isso fez com que fosse um grupo coeso e vencedor, sem vaidade.
Naquela Copa, dois atletas chegaram sob desconfiança na competição. Ronaldo e Rivaldo por mais que fossem Ronaldo e Rivaldo viviam um momento não tão bom antes do Mundial do Japão e da Coreia do Sul. Ao término do campeonato, acabariam como os dois melhores jogadores da competição — ainda que a Fifa tenha escolhido Oliver Kahn, goleiro da Alemanha, como o melhor.
— Os dois (Ronaldo e Rivaldo), por si próprios, queriam demonstrar que tinham condições de estarem na Copa, sendo jogadores importantes. A resposta que eles precisavam dar era para eles mesmo, não precisavam dar resposta para imprensa e torcedor. Eles deram essa resposta, tanto que foram os melhores jogadores da Copa. Nós, como atletas, sempre estivemos do lado deles.
Cafu também falou sobre o técnico daquela Seleção. Felipão chegou para substituir Emerson Leão pouco menos de um ano antes da Copa do Mundo começar. Ex-técnico de Grêmio e Palmeiras, o treinador consagrou-se ao levar aquela equipe ao penta.
— O encontro com o Felipão foi fantástico. Fizemos dois dos melhores jogos da história daquele campeonato (Libertadores de 1995), 11 gols, dois times que jogavam para cima. O respeito era recíproco naquele time. Quando o Felipão assumiu a Seleção, ele era o treinador da Seleção, não do clube. Já os respeitávamos como treinador de clube e passamos a respeitar ainda mais como da Seleção.