Nas últimas duas décadas, a vida levou os pentacampeões mundiais em 2002 para diversos continentes e vários países, mas manteve a maioria deles em torno do futebol. Depois de 20 anos da conquista do Penta, o grupo de 23 jogadores daquela Seleção Brasileira convocada por Luiz Felipe Scolari conta nos dias atuais com dirigentes, treinadores, comentaristas e empresários.
O 2 a 0 do Brasil sobre a Alemanha na Copa do Mundo da Coreia e do Japão completa duas décadas de vida em 30 de junho. Desde sexta-feira (24) até o dia do aniversário do Penta, GZH publicará uma série de conteúdos especiais que contam a trajetória do time de Felipão rumo à apoteose do futebol mundial.
Hoje, saiba por onde andam os pentacampeões após viverem seus primeiros 20 anos de eternidade.
Goleiros
Marcos
Chegou ao teto do futebol e caiu até o subsolo em 2002. Após o penta, participou da campanha que levou o Palmeiras ao rebaixamento no segundo semestre. Pendurou as luvas pelo clube paulista, único que defendeu na carreira, em 2011. Além das defesas, ficou marcado pelas lesões e declarações sinceras aos finais das partidas. Aos 48 anos, é dono de uma clínica de fisioterapia e de uma marca de cerveja.
Dida
O gigante de Irará-BA foi titular do Brasil na Copa de 2006. Depois do Penta, protegeu as metas do Corinthians e do Milan até 2010, quando saiu dos gramados pela primeira vez. No retorno, jogou pela Portuguesa antes de atuar pela dupla Gre-Nal. Se aposentou em 2015. Alheio a entrevistas,Nelson de Jesus da Silva tem 48 anos e trabalha como preparador de goleiros do Milan.
Rogério Ceni
Terceiro na hierarquia da posição em 2002, Ceni também foi convocado quatro anos depois, entrando no decorrer da partida contra o Japão. Jogou a carreira toda no São Paulo, onde foi multicampeão. Abandonou as traves em 2015, aos 42 anos. Virou treinador e desenvolve seu segundo trabalho no São Paulo.
Laterais-direitos
Cafu
Entre seus recordes está o de jogos pela Seleção (150) e ser o único jogador a disputar três finais de Copas seguidas (1994, 1998 e 2002). Seu fôlego permitiu que atuasse até 2008, quando se aposentou aos 38 anos. O Milan foi o seu último clube. Além de ser empresário, atua como comentarista.
Belletti
Jogou até 2011. Após a conquista do Penta, seu ponto alto foi o gol que deu o título da Liga dos Campeões de 2006 ao Barcelona. Depois, ainda jogou por Chelsea e Fluminense, onde disputou seu último jogo profissional. Exerceu a função de comentarista por alguns até focar no mercado do futebol novamente, com trabalhos como gerente executivo e auxiliar técnico. Até o começo do ano era auxiliar do Cruzeiro.
Zagueiros
Lúcio
O último dos 23 convocados a deixar os gramados, o que ocorreu somente em 2019 pelo Brasiliense. Entre o Penta e o fim da carreira, empilhou títulos por Bayern de Munique, Juventus e Inter de Milão. No Brasil, ainda prestou serviços a São Paulo, Palmeiras e Gama. Esteve presente nas Copas de 2006 e 2010.
Roque Júnior
Aos 45 anos, está livre no mercado como gestor, após ter ficado um ano como comentarista. Depois de 2002, defendeu oito equipes diferentes. Suas primeiras investidas profissionais após se aposentar foram como treinador, com trabalhos no XV de Piracicaba e no Ituano. Faz parte de um seleto grupo que foi campeão da Libertadores e da Champions League.
Edmílson
Peça-chave no esquema de três zagueiros de Felipão, correu em campo até 2011, quando jogava pelo Ceará, depois de passagens por Barcelona, Villarreal, Palmeiras e Zaragoza. Diversificou seus ramos de atuação. Ganha a vida como empresário, embaixador do Barcelona e da Ligue 1, gerencia uma fundação que ajuda crianças carentes e esse ano se aventurou como comentarista.
Anderson Polga
Além da Seleção, defendeu três clubes na carreira. Depois de sair do Grêmio, fincou raízes no Sporting. Após uma década na equipe portuguesa, disputou suas últimas partidas como jogador do Corinthians em 2012, aos 33 anos. Atualmente estuda para trabalhar no futebol.
Laterais-esquerdos
Roberto Carlos
Está em busca de uma oportunidade no mercado, difícil saber em qual função. Deixou os gramados em 2012, quando defendia o Anzhi-RUS. Imediatamente assumiu como técnico do clube russo. Desempenhou a função até 2015, depois de ter assinado naquele ano com o Al-Arabi-CAT e o Delhi Dynamos, mas sem treinar as equipes. Em 2022, aos 48 anos, disputou uma partida pelo Bull in the Barne United, clube amador da Inglaterra. Também atua como embaixador e diretor de relações institucionais do Real Madrid.
Júnior
Junto com Anderson Polga forma a dupla dos mais discretos jogadores do Penta. Se aposentou em 2010 defendendo o Goiás. Desde então, aparece esporadicamente em partidas festivas.
Volantes
Gilberto Silva
Passou por Porto Alegre após a conquista do pentacampeonato. Saiu o Arsenal em 2008, defendeu o Panathinaikos, veio para o Grêmio e deixou de ser um volante em 2013 quando atuava pelo Atlético-MG. Desenvolve trabalhos ligados ao futebol.
Kléberson
Ganhou vaga no time durante a Copa. Também foi convocado para o Mundial de 2010, mas sem o mesmo protagonismo. Oscilou bastante na carreira. Seus últimos chutes foram no futebol dos Estados Unidos, pelo Fort Lauderdale Strikers, em 2017. Segue a vida morando na terra do Tio Sam.
Vampeta
Jogador mais irreverente daquele grupo. Perambulou por sete clubes depois da Copa até sair de cena em 2011 pelo Osasco. Foi dirigente por algum tempo, presidindo o Audax. Desde 2015, trabalha como comentarista. Suas participações são recheadas de causos de bastidores.
Meias
Ricardinho
Se juntou à delegação dois dias depois da estreia contra a Turquia devido a uma lesão de Emerson na véspera do primeiro jogo. Outro que vestiu muitas camisas após a Copa da Coreia e do Japão, foram mais sete. A última delas a do Bahia, em 2011. Entre 2012 e 2018, tentou engrenar a carreira de treinador. Sem resultados expressivos, mudou de profissão para ser comentarista.
Ronaldinho
Entre 2002 e 2006, viveu o auge de sua carreira. Mesmo longe dos melhores dias, ainda ajudou o Atlético-MG a ser campeão da Libertadores. Teve passagem pelo Flamengo, Milan, Barcelona, Querétaro e Fluminense, onde parou de fazer mágica com a bola em 2016. Virou embaixador do Barcelona. Teve problemas com a Justiça no Brasil e no Paraguai. No momento, aproveita o dinheiro e a fama ganhos com o futebol.
Denílson
Atuou em sete países diferentes depois de ter colocado suas digitais na Copa do Mundo. Seu último ano como profissional foi em 2010 no futebol grego. Tem uma carreira de sucesso como comentarista, além de travar uma longa batalha jurídica com o cantor Belo.
Juninho Paulista
Caso a Copa do Catar termine em samba, o ex-meia e atual diretor de seleções da CBF será o elo entre o Penta e o Hexa. Se aposentou em 2010 vestindo a camisa do Ituano. Na sequência, ingressou na vida de dirigente, presidindo o clube do interior paulista.
Kaká
Caçula daquele time, Ricardo Izecson dos Santos Leite sofreu com lesões no final da carreira. Apesar dos problemas físicos, disputou outros dois Mundiais. Deixou os gramados em 2017, quando defendia o Orlando City. Aos 40 anos, se prepara para iniciar a carreira de gestor.
Atacantes
Ronaldo
Um dos principais nomes da conquista conseguiu alongar a carreira até 2011, apesar das lesões e, posteriormente, dos problemas para manter o peso. Seu último clube foi o Corinthians. Trocou as chuteiras pelos ternos e virou um próspero empresário. No mundo esportivo, é dono do Valladolid e da SAF do Cruzeiro.
Rivaldo
Faz parte do time que demorou a pendurar as chuteiras. Deixou os gramados somente em 2015, quando aos 43 anos atuava pelo Mogi Mirim. Depois, virou presidente do clube paulista. Deixou de ser cartola para se tornar empresário. Vive nos Estados Unidos.
Edilson
O Tabuão da Serra, em 2016, foi o último clube de sua carreira, que contou com passagem por 16 equipes. O Capetinha chegou a dar pitacos como comentarista, mas atritos ao vivo e a cores encurtaram a sua carreira no microfone. Também enfrentou problemas com a Justiça por não pagar pensão alimentícia.
Luizão
Importante nas Eliminatórias e na Copa, Luizão marcou seu último gol como profissional pelo Guaratinguetá em 2009. A passagem por grandes clubes se encerrou em 2006 no Flamengo. Trabalha como empresário de jogadores.
Técnico
Luiz Felipe Scolari
Aos 73 anos, ainda está na ativa no comando do Athletico-PR. Nessas duas décadas treinou de tudo um pouco, trabalhando em diversos países e na seleção portuguesa, que comandou na Copa de 2006. Voltou a treinar o Brasil em Copas em 2014.