Para destacar as belezas do Rio Grande do Sul, a coluna vem apresentando uma nova série de verão. A ideia é comprovar que não precisamos ir longe (muito menos cruzar o oceano) para encontrar ótimas opções para curtir as férias.
Para me ajudar na missão, convidei comunicadores do Grupo RBS. Um timaço já passou por aqui e deixou sugestões incríveis.
Até agora, já publicamos as sugestões de Elói Zorzetto, Cris Silva, Marco Matos, Luciano Potter, Cristina Ranzolin, Daniel Scola, Denise Cruz, Neto Fagundes, Rosane de Oliveira, Daniela Ungaretti, Simone Lazzari, Léo Saballa Jr., Giane Guerra, Andressa Xavier, Kelly Matos, Zé Alberto Andrade, Fabrício Carpinejar, Lela Zaniol, Eduardo Gabardo, Rodrigo Lopes, Marta Sfredo, Humberto Trezzi e Josmar Leite.
Nesta quinta-feira (8), a recomendação é de um baita fotojornalista de GZH: Jeff Botega, um dos mais respeitados do Rio Grande do Sul.
A dica do Jeff
Fotojornalista há 27 anos, Jeff Botega, de GZH, domina como poucos a arte de captar imagens — em foto, vídeo e no que mais surgir.
Decidi convidá-lo a participar desta série, porque sabia que a dica dele seria, acima de tudo, visual. E adivinha? Jeff escolheu um cenário deslumbrante no interior de São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra, a cerca de 290 quilômetros de Porto Alegre.
— Nossa aventura vai em direção ao distrito de Silveira, terra do Pico Montenegro. É um local único, o meu refúgio no mundo, onde eu costumo fazer o meu "detox" — destaca ele.
A 21,5 quilômetros da sede de Ausentes, Silveira é uma espécie de santuário verde, cortado por um rio caudaloso e límpido, que dá nome à localidade e que se bifurca em dois braços paralelos, com desnível de 18 metros. Ali, tudo se resume a estar em meio à natureza, mergulhado até o pescoço.
— O som do silêncio, as águas cristalinas que descem de curva em curva corredeira abaixo, as montanhas que parecem tocar o céu, as araucárias com seus pinhões, que você colhe do chão e assa na grimpa, as espécies de pássaros... É incrível. Se você der sorte, vai avistar tatus e até tamanduás — conta o repórter fotográfico, que captou cenas lindas no local usando drone (veículo aéreo não tripulado equipado com câmera).
Adeptos do ciclismo, Jeff e Tati Laschuk, com quem ele divide a vida e as aventuras sobre rodas, costumam pedalar sempre que estão nas redondezas.
— A região é privilegiada: tem subidas, curvas e descidas de tirar o fôlego. Se decidir pedalar por lá, esteja bem preparado, pois o terreno não é de asfalto. Você pode, inclusive, ir de bike até o Pico Montenegro — recomenda Jeff.
Trata-se do ponto mais alto do Estado, a 1,4 mil metros de altitude, que pode ser visitado gratuitamente e sem o auxílio de guias. Sugestão: para uma experiência mais rica e segura, vale a pena contratar um deles junto a agências de turismo ou pousadas da região.
Sobre São José dos Ausentes
Com cerca de quatro mil habitantes, segundo o Censo 2022, o município se destaca pelas belezas naturais. São oito cânions, alguns de fácil acesso e outros em que é preciso usar veículos preparados para andar pelas estradas sem pavimentação, além de cachoeiras e rios. As araucárias se destacam na vegetação e são uma marca registrada da cidade.
Do centro de Ausentes até o Pico de Montenegro, você vai percorrer a Estrada Municipal de Silveira (chão batido) por 43 quilômetros (costuma estar em boas condições). Ao longo do trajeto, placas indicam pousadas e restaurantes, onde você pode se hospedar e almoçar, entre outros atrativos turísticos. Se for de carro, é possível chegar bem perto do pico, o que facilita a caminhada.
Detalhe: o nome Montenegro vem da densa e escura mata nativa que cobre o morro. O local é o ponto de visitação mais procurado da região e não é difícil adivinhar o motivo. Ao lado dele há um cânion. Ao chegar à beira do penhasco, a vista é estonteante.
* Colaborou Maria Clara Centeno