Após debruçar- se sobre as origens dos imigrantes italianos Daniele Caberlon (o tataravô materno) e Luiggi Zattera (o trisavô paterno), a leitora e pesquisadora Idelene de Fátima Zattera resgatou também a trajetória de seu trisavô materno, o pioneiro Luiggi Marchesini.
É um resumo dessa história, que perpassa mais de um século, que traremos a seguir.
Filho de Marco Marchesini e Angela Zordan, Luiggi Marchesini nasceu na comuna de Gazzo, província de Pádova, em 11 de fevereiro de 1850. Aos 32 anos, em 12 de dezembro de 1882, casou- se com a conterrânea Maria Ercole – filha de Antonio Ercole e Anna Speggiorin. A primogênita do casal, Anna Marchesini, nasceu em 4 de fevereiro de 1884, seguida por Giuseppe, em 21 de setembro de 1885.
Conforme informações repassadas por Idelene de Fátima Zattera, a família resolveu deixar a Itália e rumar ao Brasil após o falecimento de Anna, então com apenas três anos. A bordo do navio Provence, os Marchesini saíram do Porto de Marselha, na França, em 5 de dezembro de 1887, chegando ao Rio de Janeiro no dia de Natal. Dali, seguiram para Porto Alegre, onde permaneceram em uma hospedaria até o dia 3 de janeiro de 1888.
Foi quando rumaram ao Travessão São Virgílio da Segunda Légua, em Caxias do Sul. Por aqui, Luiggi e Maria tiveram mais seis filhos: Maria Magdalena e Luiggi vieram a óbito ainda pequenos. À idade adulta chegaram Marco, Antonio, Giulia e Angela. Os dois rapazes casaram com duas irmãs da família Onzi – Marco com Maria Onzi; Antonio, com Angelina Onzi (todos na foto acima). Já as duas moças uniram- se a dois irmãos Bampi – Giulia casou com Pietro Bampi; Angela, com Francisco Bampi.
VOCAÇÃO RELIGIOSA
Segundo as informações apuradas pela descendente Idelene Zattera, a família Marchesini sempre teve na sua essência a fé e a religiosidade. Foi por influência dessa formação que o jovem Olímpio Marchesini (Frei Ildefonso), filho de Antonio e Angelina, ingressou no Seminário dos Freis Capuchinhos, em Veranópolis, aos 14 dias de julho de 1937.
Já a ordenação sacerdotal, conferida pelo então bispo de Caxias do Sul, Dom José Barea, chegou em 24 de dezembro de 1950 – mesma data em que Frei Ildefonso celebrou sua primeira missa, na capela de São Virgílio da Segunda Légua (imagem abaixo). Na fotos vemos, a partir da esquerda, o vice- prefeito de Caxias, Angelo Costamilan; Pedro Bampi, Frei Ildefonso, Frei Afonso, Frei Serafim, o vigário Neividio Bolcato e o senhor Isidoro Moretto (pai do bispo emérito Dom Paulo Moretto). A criança não foi identificada.
GENEALOGIA
Informações desta página são uma colaboração da pesquisadora Idelene de Fátima Zattera. Idelene é filha de Diva Bampi Bettiato, neta de Alfredo Bampi, bisneta de Giulia Marquesini e trineta de Luiggi Marchesini e Maria Ercole.
SOBRE OS PIONEIROS
Por ocasião do centenário da imigração italiana em São Virgílio, em 1980, Frei Ildefonso escreveu:
“Tudo o que disser a respeito dos colonizadores será pouco, uma vez que só uma coragem gigantesca poderia aceitar o desafio de cultivar aquelas encostas, aquelas pedreiras, onde se tornava difícil até de abrir uma toca para plantar um pé de milho. Eles aceitaram o desafio. Dominaram uma natureza hostil. Dominaram a pedra, escrevendo soberba epopeia de trabalho e heroísmo.”
A saber: o patriarca Luiggi Marquesini faleceu em 26 de dezembro de 1918. A matriarca Maria Ercole, em 21 de janeiro de 1934. O neto Ildefonso Marquesini morreu em 4 de março de 2011, aos 87 anos. Todos estão sepultados no jazigo da família, em São Virgílio da Segunda Légua.