
Com lucro líquido de R$ 221 milhões no primeiro trimestre, a Lojas Renner teve salto de 58,7% nesse resultado em relação a igual período de 2024. O bom início de ano, conforme o CEO da empresa, Fabio Faccio, deve-se ao aumento da base de clientes e da satisfação e da lealdade dos consumidores medida pelo NPS (net promoter score).
— É um salto importante no ano em que temos datas relevantes, fechamos 20 anos como a primeira corporation (empresa sem controlador definido) brasileira e completamos 60 anos de história — disse Faccio à coluna.
Os bons resultados e o cenário que, se não é o ideal ao menos permite a manutenção dos planos, confirmam o plano de expansão de R$ 850 milhões.
— Boa parte será destinada à abertura de novas lojas e a reformas em já existentes. Em Porto Alegre, vamos melhorar as unidades da Avenida Otávio Rocha, no centro, e a do BarraShoppinSul. Também a do Park Shopping em Canoas — detalhou.
É bom também, admite o executivo, começar bem um ano marcado pelo desembarque de uma concorrente de peso no Brasil. A sueca H&M pretende abrir quatro lojas no país até dezembro – nenhuma no RS.
— Competição sempre é boa, principalmente quanto tem as mesmas leis, impostos e regras que todos têm. Já competimos com a H&M no Uruguai e temos o maior desempenho — observa.
Falta de isonomia
O comentário sobre impostos, claro, está relacionado ao conturbado episódio da taxação das vendas por plataformas estrangeiras, especialmente asiáticas (Shein, Shoppe, Temu).
— Não pagavam imposto até o final do ano passado. Desde então, pagam a metade do que qualquer empresa que trabalha no Brasil paga. Não é uma situação justa. O ideal seria que as nacionais também pagassem a metade — defendeu Faccio.
Apesar de criticar a falta de isonomia, o CEO da Renner pondera que, depois da taxação, as plataformas estrangeiras já não têm "venda tão expressiva" e estão se tornando marketplaces (shoppings virtuais) de vendedores nacionais.
— Isso mostra o quanto empresas que trabalha no Brasil são boas e produtivas — sustenta.