Filme de guerra é um gênero cinematográfico praticamente inesgotável. Primeiro porque não faltam conflitos atuais a serem retratados ou antigos a serem revisitados. Segundo porque esse tipo de produção permite a seus realizadores tanto exibir seu esmero técnico quanto exprimir suas ideias políticas.
E terceiro porque existem várias vertentes a serem exploradas. Uns assistem por causa da reconstituição de batalhas e do detalhamento de estratégias. Outros apreciam as histórias de heroísmo (ou covardia) dos soldados na linha de frente. Há quem entenda que o papel desse tipo de produção é o de denunciar o horror e a loucura, a desumanização e a mortandade. E temos também os personagens históricos marcantes e não raro controversos _ como Napoleão Bonaparte e J. Robert Oppenheimer, ambos cinebiografados em 2023.
Esses quatro perfis de espectador podem encontrar dezenas de opções nas plataformas de streaming. Na lista a seguir, separei 60 títulos, de clássicos a bem recentes, muitos deles premiados no Oscar ou em festivais como os de Berlim e Cannes.
Atenção: priorizei filmes nos quais combates estão no centro da trama, mas há várias exceções que não poderiam ficar de fora. Aliás, pena que estão indisponíveis obras como Julgamento em Nuremberg (1961), de Stanley Kramer, Guerra e Paz (1966-1967), de Sergei Bondarchuk, Cruz de Ferro (1977), de Sam Peckinpah, Gallipolli (1981), de Peter Weir, Ran (1985), de Akira Kurosawa, A Vida É Bela (1997), de Roberto Benigni, O Dia do Perdão (2000) e Kedma (2002), ambos de Amos Gitai, Terra de Ninguém (2001), de Danis Tanovic, Dias de Glória (2006), de Rachid Bouchareb, O Labirinto do Fauno (2006), de Guillermo del Toro, Guerra Sem Cortes (Redacted, 2007), de Brian De Palma, Katyn (2007), de Andrzej Wajda, e Cavalo de Guerra (2011), de Steven Spielberg. E eu tenho muita curiosidade de ver a superprodução chinesa The Battle at Lake Changjin (2021), de Dante Lam, Chen Kaige e Tsui Hark, que fez um tremendo sucesso de bilheteria (US$ 902,5 milhões) e gerou uma continuação.
P.s.: os leitores apontaram pelo menos uma ausência injustificável: a de Os Canhões e Navarone (1961), ambientado em uma ilha grega durante a Segunda Guerra Mundial, indicado a sete Oscar, incluindo melhor filme e direção (J. Lee Thompson) e disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube. E também fizeram outras boas sugestões, confira nos comentários abaixo.
Melhores filmes sobre a Primeira Guerra Mundial
1) Asas (1927)
De William A. Wellman e Harry d'Abbadie d'Arrast. Dois jovens apaixonados pela mesma mulher (Clara Bow), um rico e outro de classe média, tornam-se pilotos dos EUA na Primera Guerra Mundial. Foi o primeiro ganhador do Oscar de melhor filme e conquistou também um troféu pelos efeitos na reconstituição de combates aéreos. (Disponível para aluguel em Apple TV)
2) Sem Novidade no Front (1930)
De Lewis Milestone. Este clássico do cinema adapta o livro que Erich Maria Remarque consagrou como libelo pacifista e ganhou os Oscar de melhor filme e direção. O protagonista encarnado por Lew Ayres é um jovem soldado alemão que vê o orgulho de lutar por seu país na Primeira Guerra Mundial se transformar em desilusão e trauma, tamanhos são os horrores que testemunha no front. (Disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
3) A Grande Ilusão (1937)
De Jean Renoir. Dois aviadores franceses (Jean Gabin e Pierre Fresnay) são capturados pelas tropas alemãs. No campo de prisioneiros, vão fazer amizade com outro militar (Marcel Dalio) e empreender várias tentativas de fuga. Este libelo pacifista foi a primeira produção não falada em inglês a concorrer ao Oscar de melhor filme. (Belas Artes à La Carte)
4) Glória Feita de Sangue (1957)
De Stanley Kubrick. Foi, na definição do meu colega Daniel Feix, o primeiro dos "petardos antimilitaristas" de Kubrick. O general francês Paul Mireau ordena um ataque suicida contra os alemães. Para abafar sua participação na tragédia, ele atribui o fracasso a três soldados, que são julgados e condenados à morte. O humanista coronel Dax (Kirk Douglas) vai defendê-los. (Looke)
5) Lawrence da Arábia (1962)
De David Lean. Épico vencedor de sete Oscar, incluindo melhor filme e direção, sobre o oficial inglês (papel de Peter O'Toole) que, na Primeira Guerra Mundial, uniu povos árabes para enfrentar os turcos. (Disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
6) Feliz Natal (2005)
De Christian Carion. Indicado ao Oscar de melhor filme internacional, é inspirado em uma história real: em meio aos combates de soldados franceses e britânicos contra os alemães, um inusitado cessar-fogo permite que inimigos celebrem juntos a noite especial. Tem no elenco Daniel Brühl, Diane Kruger, Benno Fürmann, Guillaume Canet e Gary Lewis. (Disponível para aluguel em Apple TV, Google Play e YouTube)
7) 1917 (2019)
De Sam Mendes. No começo de abril de 1917, no front francês de combate, dois jovens soldados ingleses, os cabos Blake (Dean-Charles Chapman) e Schofield (George MacKay), recebem a missão de atravessar a chamada Terra de Ninguém, cruzando territórios sob o domínio ou recém abandonados pelos alemães, para entregar uma mensagem que pode salvar 1,6 mil vidas do exército britânico. A decisão de filmar como se fosse um longo e único plano sequência, ou seja, sem cortes, traduz a incumbência dos personagens: eles não podem parar, precisam estar sempre em movimento, o tempo corre contra eles. 1917 recebeu os Globos de Ouro de melhor drama e melhor diretor (Sam Mendes) e venceu o Oscar nas categorias de fotografia, mixagem de som e efeitos visuais - concorria a outras sete estatuetas, incluindo a mais cobiçada, a de direção e a de roteiro original, que acabaram ficando nas mãos do fenômeno sul-coreano Parasita. (Disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
8) Nada de Novo no Front (2022)
De Edward Berger. A primeira adaptação alemã do clássico de Erich Maria Remarque sobre a Primeira Guerra Mundial ganhou quatro troféus no Oscar: melhor filme internacional, fotografia, design de produção e música original. As primeiras sequências são sublimes, ainda que lúgubres, em mostrar a guerra como uma máquina de moer vidas em moto-perpétuo. Nessa indústria da morte, tudo precisa ser reciclado, tudo precisa ser passado adiante: as botas e os uniformes saem de um cadáver para o próximo corpo a ser exposto às baionetas, às granadas, ao gás, ao frio, à fome, à lama.
O personagem Paul Bäumer é interpretado com assombro e sensibilidade pelo estreante Felix Kammerer. Quando a trama começa, ele e outros jovens amigos alistam-se "pelo Kaiser, por Deus e pela pátria". Estão radiantes, mas logo estarão profundamente amedrontados — "Quero ir pra casa!", chora um deles diante do trabalho árduo e absolutamente insalubre em uma trincheira. Alternadamente, acompanhamos os bastidores políticos, nos quais estão envolvidos o diplomata alemão Matthias Erzberger (Daniel Brühl), que era contrário à guerra, e o marechal francês Foch (Thibault de Montalembert), implacável e irredutível em seus termos para o cessar-fogo. Nessas passagens, Nada de Novo no Front opõe a realidade dura e suja dos soldados ao luxo dos lugares frequentados pelos oficiais do alto escalão de ambos os lados. Já dizia aquele célebre aforismo: "A guerra é um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam se matam, por decisões de velhos que se conhecem e se odeiam, mas não se matam".(Netflix)
Melhores filmes sobre a Segunda Guerra Mundial
9) O Grande Ditador (1940)
De Charles Chaplin. Uma das obras mais icônicas de Chaplin, que interpreta Adenoide Hynkel, uma paródia escrachada do líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler. Jack Oakie dá vida a Benzino Napaloni, que ironiza a figura de Benito Mussolini, o comandante da Itália fascista. Lançado em 1940, antes de os Estados Unidos entrarem na Segunda Guerra Mundial, foi o primeiro longa falado do astro e recebeu cinco indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e ator. (Canal Telecine do Amazon Prime Video e do Globoplay)
10) Casablanca (1942)
De Michael Curtiz. Humphrey Bogart e Ingrid Bergman vivem Rick e Ilsa, casal separado na tomada de Paris pelos nazistas. Tempos depois, eles se reencontram em Casablanca, no Marrocos. Ele é dono de um bar, e ela chega com o novo companheiro, Victor Laszlo (Paul Henreid), líder da resistência aos alemães. Com um dos mais famosos triângulos amorosos de todos os tempos, Casablanca faturou os Oscar de melhor filme, direção e roteiro. (HBO Max)
11) A Um Passo da Eternidade (1953)
De Fred Zinnemann. Em um alojamento do exército havaiano, nos dias que antecedem o ataque a Pearl Harbor, um soldado solitário e campeão de boxe (Montgomery Clift) se recusa a lutar, preferindo tocar clarinete. O rapaz é submetido a uma série de torturas e punições sob ordens do severo capitão Holmes (Philip Ober), cuja esposa (Deborah Kerr) inicia um romance com o sargento Warden (Burt Lancaster). Ganhou oito Oscar, incluindo melhor filme, direção e ator coadjuvante (Frank Sinatra). (Disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
12) A Ponte do Rio Kwai (1957)
De David Lean. Em um campo de prisioneiros dos japoneses na Birmânia, oficial britânico é obrigado a comandar a construção de uma ponte para o inimigo. Ganhou sete Oscar, incluindo os de melhor filme, direção e ator (Alec Guinness). (Disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
13) Fugindo do Inferno (1963)
De John Sturges. Prisioneiros aliados estão confinados em um campo de concentração que os nazistas acreditam ser intransponível. Steve McQueen, astro em ascensão e apaixonado por velocidade, exigiu pilotar uma motocicleta em meio a um tiroteio. (MGM)
14) Patton: Rebelde ou Herói? (1970)
De Franklin J. Schaffner. Ao reconstituir a história do vitorioso militar que se recusou a ir a um encontro diplomático, o diretor discute questões como heroísmo, patriotismo, reconhecimento e honra. Foram sete conquistas no Oscar, incluindo melhor filme, direção, ator (George C. Scott) e roteiro original. (Star+)
15) Tora! Tora! Tora! (1970)
De Richard Fleischer, Kinji Fukasaku e Toshio Masuda. Reencena, tanto do ponto de vista estadunidense quanto do japonês, a preparação, os eventos e os erros que possibilitaram o ataque nipônico à base área de Pearl Harbor, em 1941, fato que forçou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. O título do filme é o código utilizado em caso de sucesso do Japão, que traduzido para o português significa "Tigre! Tigre! Tigre!". No elenco, Jason Robards e Toshiro Mifune. O episódio também foi retratado na barulhenta e melosa superprodução Pearl Harbor (2001), dirigida por Michael Bay e estrelada por Ben Affleck, Kate Beckinsale e Josh Hartnett. (Star+)
16) A Águia Pousou (1976)
De John Sturges. Sequestrar Winston Churchill, o líder e grande estrategista da resistência britânica aos nazistas, é a cartada de Hitler que pode ser decisiva nos rumos da Segunda Guerrra. Para cumprir a ousada missão, uma tropa de elite alemã desembarca em um povoado da Inglaterra. No elenco, Michael Caine e Donald Sutherland. (Looke)
17) O Barco: Inferno no Mar (1981)
De Wolfgang Petersen. Com um impressionante trabalho de cenografia, o filme recria o claustrofóbico interior de um submarino nazista perseguido pelas forças dos aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Interpretado por Jürgen Prochnow, seu comandante é um navegador experiente e grande estrategista que tenta preservar a moral da tripulação em meio à progressiva tensão dos enfrentamentos que vão avariando o submarino e tornando cada vez mais tensa a luta daqueles marinheiros pela sobrevivência. Afora sua excelência como filme de ação, O Barco é também um emocionante manifesto sobre a bestialidade da guerra e a condição humana em situações extremas. Concorreu a seis Oscar, incluindo o de melhor direção. (Disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
18) Vá e Veja (1985)
De Elem Klimov. A representação da violência e selvageria que marcaram os confrontos entre soviéticos e nazistas tem como personagem central um jovem camponês da Bielorrússia (Alexei Jewgenjewitsch Krawtschenko) que, em 1943, junta-se a um grupo de milicianos que enfrentam os alemães. Em meio aos combates, o jovem se desgarra do grupo e passa a vagar sem rumo testemunhando horrores que a câmera de Klimov torna dolorosamente palpáveis. É um dos filmes essenciais do gênero. (Belas Artes à La Carte)
19) A Lista de Schindler (1993)
De Steven Spielberg. A Segunda Guerra Mundial é costumeiramente revisitada pelo cineasta, vide a comédia 1941: Uma Guerra Muito Louca (1979), a aventura O Império do Sol (1987), o drama O Resgate do Soldado Ryan (1998, veja logo abaixo) e a série Band of Brothers (2001), além da franquia Indiana Jones. Em A Lista de Schindler, que ganhou sete prêmios no Oscar (melhor filme, direção, roteiro adaptado, fotografia, montagem, direção de arte e música), ele conta a história verídica de Oskar Schindler, um industrial alemão que salvou mais de mil judeus do extermínio nos campos nazistas. O personagem é vivido por Liam Neeson, que concorreu ao Oscar de melhor ator. Seu antagonista é o comandante Amon Goeth, uma assombrosa interpretação de Ralph Fiennes, indicado ao Oscar de coadjuvante. Esplendidamente fotografado em preto e branco e rodado na Polônia, o filme alia a inventividade visual de Spielberg a um extraordinário poder de emocionar. (Canal Telecine do Amazon Prime Video e do Globoplay)
20) Além da Linha Vermelha (1998)
De Terrence Malick. Um filme de guerra pode ser bonito? É a pergunta que vem à mente diante desta obra-prima de Malick, que venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim e foi indicada em sete categorias do Oscar, incluindo melhor filme e direção. Nick Nolte, John Cusack, Sean Penn, Woody Harrelson, Jim Caviezel e Adrien Brody integram o elenco desta reconstituição poética e filosófica da batalha de Guadalcanal, travada no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial. (Star+)
21) O Resgate do Soldado Ryan (1998)
De Steven Spielberg. Ambientado na Segunda Guerra Mundial, durante a invasão da Normandia pelas tropas aliadas, acompanha a jornada de um pelotão do exército estadunidense liderado pelo capitão John Miller (Tom Hanks), que precisa realizar uma difícil missão: encontrar e resgatar um soldado (Matt Damon) que se encontra atrás das linhas inimigas, no interior da Europa. O tal soldado Ryan é o último sobrevivente de quatro irmãos militares. Indicado a 11 Oscar, incluindo melhor filme e ator (Hanks), e ganhador de cinco estatuetas douradas (direção, fotografia, montagem, efeitos sonoros e som), O Resgate do Soldado Ryan é um dos filmes mais cultuados do gênero. Os 20 e poucos minutos nos quais Spielberg reconstitui, com realismo impressionante, o Dia D (o desembarque nas praias francesas) tornaram-se um dos grandes momentos do cinema hollywoodiano. E, claro, influenciaram bastante as produções de guerra seguintes. (Globoplay e Netflix)
22) O Pianista (2002)
De Roman Polanski. Acompanha o inferno vivido por Wladyslaw Szpilman, famoso pianista polonês que trabalha em uma rádio de Varsóvia e precisa fugir dos alemães que ocuparam seu país. Venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes e os Oscar de melhor direção, roteiro adaptado e ator, para Adrien Brody. (Amazon Prime Video)
23) A Conquista da Honra (2006) / Cartas de Iwo Jima (2006)
De Clint Eastwood. Neste díptico, o cineasta retrata a guerra no Pacífico por dois pontos de vista opostos. Em A Conquista da Honra, ele conta as histórias dos seis soldados que, em 1945, levantaram a bandeira dos EUA na Batalha de Iwo Jima, ilha que estava sob o domínio do Japão. (Disponível para aluguel em Apple TV e Google Play)
Cartas de Iwo Jima é a contraparte, falada em japonês e estrelada por atores nipônicos. Eastwood inspirou-se na correspondência do general Tadamichi Kuribayashi (encarnado pelo ótimo Ken Watanabe) com sua esposa e os filhos durante os 35 dias de resistência ao massivo ataque das tropas aliadas. Disputou os Oscar de melhor filme, direção e roteiro original. ((Disponível para aluguel em Amazon Prime Video e Apple TV)
24) Desejo e Perigo (2007)
De Ang Lee. Situado durante a ocupação japonesa na China, este thriller de espionagem tem a Segunda Guerra Mundial como pano de fundo. Trata-se de uma trágica e comovente história sobre a impossibilidade do amor, a partir da aproximação de uma jovem ativista (Tang Wei) que integra a resistência chinesa com um político colaboracionista (Tony Leung) que trabalha para os japoneses e que ela ficou incumbida de assassinar. Venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza. (Amazon Prime Video)
25) Os Falsários (2007)
De Stefan Ruzowitzky. Vencedora da estatueta de melhor filme internacional, esta produção austríaca narra a incrível história de um falsário judeu (Karl Markovics) que, preso pelos nazistas, concordou em ajudar seus algozes em uma grande operação de falsificação criada para financiar os esforços de guerra. Depois do conflito, ele fugiu e terminou a vida entre Montevidéu e Porto Alegre. (Belas Artes à La Carte)
26) Bastardos Inglórios (2009)
De Quentin Tarantino. Para muitos, é a obra-prima de Tarantino (aliás, o filme termina com a seguinte narração em off: "Acho que esta pode ser minha obra-prima"). Brad Pitt, impagável, vive Aldo Raine, um matuto tenente dos EUA que lidera um grupo de militares judeus na caça aos nazistas na França ocupada. A ordem é fazer uso de violência extrema, para tocar o terror nos soldados de Hitler. Christoph Waltz, que ganhou o Oscar de ator coadjuvante e recebeu troféu no Festival de Cannes, interpreta Hans Landa, um coronel poliglota da SS. E Mélanie Laurent é Shosanna, uma sobrevivente que assume outra identidade e passa a gerir um cinema de Paris que é frequentado pelos alemães. Parodiando filmes de guerra como Os Doze Condenados (1967), Bastardos Inglórios homenageia o dom de iludir do cinema ao subverter a história da Segunda Guerra Mundial. (Netflix, Star+ e canal Telecine do Amazon Prime Video e do Globoplay)
27) Invencível (2014)
De Angelina Jolie. O atleta olímpico das corridas Louis Zamperini (papel de Jack O'Connell) sofre um acidente de avião e cai em pleno mar durante a Segunda Guerra Mundial. Ele passa 47 dias no oceano e, quando consegue encontrar terra firme, é capturado pelos japoneses. (Star+)
28) O Filho de Saul (2015)
De László Nemes. A trama acompanha, em permanente close, um judeu húngaro (Géza Röhrig) obrigado a trabalhar para os nazistas no campo de concentração de Auschwitz. Ele afirma que um garoto executado é seu filho e cumpre odisseia para dar ao jovem um funeral judaico. Ganhou o Oscar de melhor filme internacional. (Disponível para aluguel em Apple TV, Google Play e YouTube)
29) Até o Último Homem (2016)
De Mel Gibson. Narra a história real do paramédico Desmond Doss, que salvou 75 homens em Okinawa, no Japão, sem disparar um tiro. Foi indicado a seis Oscar, incluindo melhor filme, direção e ator (Andrew Garfield). (Amazon Prime Video e HBO Max)
30) Dunkirk (2017)
De Christopher Nolan. Com US$ 525,2 milhões arrecadados, é a segunda maior bilheteria do gênero. No Oscar, conquistou os troféus de edição, mixagem de som e edição de som e disputou outras cinco categorias: melhor filme, direção, fotografia, design de produção e música original. Está ambientado na Segunda Guerra Mundial, durante a Batalha de Dunquerque, entre maio e junho de 1940, quando cerca de 400 mil soldados aliados ficaram encurralados pelas tropas alemãs no nordeste da França entre a terra e o mar. Na iminência de serem massacrados, britânicos e franceses torcem por um resgate marítimo da Inglaterra. Que, se vier e conseguir escapar do bloqueio inimigo, pode não ser suficiente para salvar todos.
Nolan intercala três núcleos dramáticos: por terra, o acaso reúne dois jovens combatentes (Fionn Whitehead e Aneurin Barnard, aos quais vai se juntar o cantor Harry Styles, em sua estreia como ator) na briga pela sobrevivência; por água, um veterano marinheiro (Mark Rylance) parte da costa inglesa com o filho e um ajudante, atendendo à conclamação para que barcos civis auxiliem na evacuação dos homens do outro lado do canal; por ar, um piloto inglês (Tom Hardy) lidera um grupo de caças que tenta evitar os ataques dos aviões alemães a embarcações e tropas. Engenhosamente, há três arcos temporais distintos (respectivamente, uma semana, um dia e uma hora), que gradativamente vão convergindo para um clímax simultâneo. (HBO Max)
31) Jojo Rabbit (2019)
De Taika Waititi. Hitler pode ser engraçado? É permitido rir do homem que condenou ao sofrimento e à morte milhões de judeus? Humor e Holocausto combinam? Perguntas como essas assaltam o espectador assim que começa Jojo Rabbit, ganhador do Oscar de melhor roteiro adaptado e indicado a outras cinco estatuetas: melhor filme, atriz coadjuvante (Scarlett Johansson), edição, design de produção e figurinos. (Star+)
32) Sangue e Ouro (2023)
De Peter Thorwarth. Assumidamente inspirado no faroeste italiano e no cinema de Tarantino, o filme alemão se passa durante a primavera europeia de 1945, quando a Segunda Guerra Mundial já está prestes a acabar. Heinrich (Robert Maaser) é um soldado condecorados que desertou (tudo o que ele quer é voltar para casa e reencontrar sua filha) e, agora, é caçado por um nazista fanático (com o perdão do pleonasmo), o tenente-coronel Von Starnfeld (Alexander Scheer), que também está à procura de uma fortuna em ouro que teria pertencido a uma família judia da cidadezinha de Sonnenberg. Como sugere o título de Sangue e Ouro, as cenas de ação violentas são combinadas a um reluzente refinamento técnico. (Netflix)
Melhores filmes sobre a Guerra do Vietnã
33) O Franco Atirador (1978)
De Michael Cimino. Com três horas de duração, é um drama contundente sobre os traumas provocados pela Guerra do Vietnã em três amigos metalúrgicos da Pensilvânia, personagens interpretados por Robert De Niro, John Savage e Christopher Walken. Este último brilha assustadoramente na antológica cena da roleta russa. Ganhou cinco Oscar: melhor filme, direção, ator coadjuvante (Walken), edição e som. (Disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
34) Apocalypse Now (1979)
De Francis Ford Coppola. Vencedor do Festival de Cannes (dividiu a Palma de Ouro com O Tambor, do alemão Volker Schlöndorff) e dos Oscar de fotografia e som, coloca no contexto da Guerra do Vietnã o clássico literário O Coração das Trevas (1899), em que Joseph Conrad narra uma expedição na África colonizada e barbarizada pelos europeus. Martin Sheen vive um capitão do exército estadunidense encarregado de localizar um coronel que desertou, enlouqueceu e virou uma líder messiânico à frente de uma milícia na selva, papel de Marlon Brando. Coppola fez de Apocalypse Now um dos mais impressionantes e precisos registros da insanidade da guerra, visão ilustrada pelo personagem de Robert Duvall, um coronel caubói que se revigora a cada manhã com o cheiro do napalm, combustível das bombas incendiárias despejadas também sobre os civis vietnamitas. (MUBI)
35) Platoon (1986)
De Oliver Stone. Baseado na experiência pessoal do cineasta na Guerra do Vietnã, ganhou os Oscar de melhor filme, direção, edição e som. Evidencia os horrores do conflito pelos olhos de um jovem soldado, vivido por Charlie Sheen. Ambos indicados ao troféu de ator coadjuvante, Tom Berenger e Willem Dafoe se destacam no elenco como militares com visões opostas da guerra, um mais beligerante e outro mais humanista. (Amazon Prime Video)
36) Nascido para Matar (1987)
De Stanley Kubrick. Com o nome original de Full Metal Jacket, tem dois atos. Primeiro, no campo de treinamento onde recrutas são amaciados com sadismo por um sargentão que é a encarnação do diabo em farda e osso. Aliás, Lee Ermey, ator que vive o milico linha dura, era um ex-fuzileiro contratado como instrutor militar. Mas seu colérico desempenho e sua capacidade para gritar e improvisar palavrões e xingamentos impressionaram Kubrick de tal forma que ficou com o papel. O segundo ato mostra os recrutas, entre eles o interpretado por Matthew Modine, em ação no front. Aqui, Kubrick deu nova prova de sua genialidade. Sem querer filmar longe de casa, em Londres, montou o set numa fábrica abandonada. O Vietnã do diretor não tem a selva característica, apenas algumas palmeiras decorativas, e a ação se concentra no enfrentamento dos soldados com um franco-atirador. (HBO Max)
37) Nascido em 4 de Julho (1989)
De Oliver Stone. Ron Kovic (Tom Cruise, indicado ao Oscar de ator) fica paralisado na guerra do Vietnã, passa por um pesadelo em um hospital de veteranos e se torna um ativista político a favor dos direitos humanos e contra a guerra. Concorreu à estatueta dourada de melhor filme e venceu as categorias de direção e edição. (Star+)
38) Destacamento Blood (2020)
De Spike Lee. Cinquenta anos depois, quatro ex-soldados empreendem uma viagem de volta ao Vietnã. Paul (Delroy Lindo), Otis (Clarke Peters), Eddie (Norm Lewis) e Melvin (Isiah Whitlock Jr.) estão à procura de um baú cheio de ouro e dos restos mortais do comandante de seu destacamento, Stormin' Norman (Chadwick Boseman), descrito como uma mistura de Malcolm X e Martin Luther King. Como é característico na sua obra, em Destacamento Blood Lee reflete sobre o racismo, recorre a registros documentais e faz uma ponte entre o passado e o presente. (Netflix)
Guerras no Oriente Médio e na Ásia Central
39) O Paraíso É Agora (Paradise Now, 2005)
De Hany Abu-Assad. A produção palestina teve aclamada trajetória internacional: ganhou o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e concorreu ao Oscar da categoria. A causa palestina no conflito com Israel é abordada por um viés contundente: a lógica que move um homem-bomba. Dois amigos de infância (Ali Suliman e Kais Nashef) alistam-se em esquadrão suicida. Na iminência de um ataque terrorista em Tel-Aviv, eclodem entre eles conflitos familiares, morais e religiosos. (Belas Artes à La Carte)
40) Guerra ao Terror (2008)
De Kathryn Bigelow. Retrata o perigoso cotidiano de um esquadrão antibombas do exército dos Estados Unidos durante o mais recente conflito no Iraque, deflagrado na esteira do 11 de Setembro. No elenco, estão Jeremy Renner e Anthony Mackie. Bigelow tornou-se a primeira mulher a ganhar o Oscar de direção, em 2010, e também levou o troféu de melhor filme. (Netflix)
41) Valsa com Bashir (2008)
De Ari Folman. Na encruzilhada entre documentário e ficção, esta animação nasceu nas sessões de terapia que o diretor fez aos 40 anos, a fim de dar baixa no exército israelense. Tendo servido durante a ocupação de Israel no Líbano no começo da década de 1980, Ari Folman ficou intrigado por não lembrar de quase nada desse período _ em especial do infame massacre de mais de 3 mil civis palestinos nos campos de Sabra e Chatila em 1982 por milícias cristãs apoiadas por Israel, em represália ao assassinato do presidente libanês Bashir Gemayel. Essas memórias bloqueadas foram aos poucos emergindo na mente do autor à medida em que ia conversando com antigos companheiros de farda da época _ quase todos igualmente sofrendo de algum trauma ou amnésia relacionados a sua participação naquela intervenção militar. Ganhou o Globo de Ouro de filme internacional e disputou o Oscar da categoria. (Disponível para aluguel em Apple TV, Google Play e YouTube)
42) Zona Verde (2010)
De Paul Greengrass. A ação provoca sempre uma reflexão nesta ficcionalização de uma história verídica, a de como integrantes do governo George W. Bush fabricaram motivos para invadir o Iraque em 2003. Repetindo a parceria com o ator Matt Damon, da franquia Jason Bourne, o diretor escalou o ator para interpretar o subtenente americano Roy Miller. Ele e sua equipe estão à procura do suposto arsenal de armas químicas e biológicas de Saddam Hussein. Miller começa a desconfiar das fontes de informação e acaba ficando no meio de uma guerra de poder entre um membro do Pentágono (Greg Kinnear) e um veterano homem da CIA (Brendan Gleeson). É uma guerra travada dentro e fora da chamada Zona Verde, área de Bagdá onde se alojou o comando da ocupação estadunidense no Iraque. (Disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
43) A Hora Mais Escura (2012)
De Kathryn Bigelow. Resume, em duas horas e meia, os 10 anos da caçada que culminou na execução do terrorista Osama bin Laden por uma tropa de elite da marinha dos EUA, em maio de 2011. A diretora reflete sobre dois momentos distintos da política estadunidense: grosso modo, espelha a força bruta da era George W. Bush na estratégica gestão Barack Obama. No começo, na Arábia Saudita, o agente Dan (Jason Clarke) tortura um prisioneiro que, acredita, tem pistas sobre o paradeiro do líder da Al-Qaeda. Mais adiante, entra em campo a analista da CIA Maya (Jessica Chastain), que aposta na tecnologia, no cruzamento de dados e na intuição. Foram cinco indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e atriz (ganhou em edição de som). (Netflix e Paramount+)
44) Sniper Americano (2014)
De Clint Eastwood. É a maior bilheteria do gênero, com US$ 547,4 milhões, e concorreu a seis Oscar, incluindo melhor filme e ator (Bradley Cooper), e ganhou em edição de som. Conta a história de Chris Kyle (1974-2013), considerado o mais letal atirador de elite dos EUA, totalizando 160 mortes em quatro temporadas servindo no Iraque, desde 2003. No Oriente Médio, o que ele tinha de equilíbrio psicológico acabará comprometido na mesma medida em que sua reputação como sniper cresce. Tal qual seu personagem, o longa despertou opiniões controversas: uns veem um olhar crítico e humanista, outros apontam um tom patriótico exaltado, temperado pelo maniqueísmo e pela falta de contextualização política. (Amazon Prime Video e HBO Max)
45) Mosul (2019)
De Matthew Michael Carnahan. É um raro filme de guerra dos EUA: o conflito contra o Estado Islâmico, no Oriente Médio, é visto pela perspectiva dos iraquianos. Visto e falado: recrutados sobretudo na Ásia e na África, os atores de Mosul travam combates e diálogos exclusivamente no idioma árabe. Em uma dessas conversas, vale frisar, critica-se o modus operandi das forças militares dos Estados Unidos, interessadas na destruição dos alvos, mas não na reconstrução de um país. (Netflix)
46) O Pacto (2023)
De Guy Ritchie. Ambientado durante os últimos anos da Guerra do Afeganistão (2001-2021), O Pacto é um dos melhores filmes do diretor que já foi apelidado de "o Tarantino britânico". Bem, esqueça essa comparação, esqueça o tom cômico e o clima de algazarra associados a Ritchie. Sobriedade e contenção são palavras-chave na história estrelada por Jake Gyllenhaal e Dar Salim, nos papéis, respectivamente, de um sargento do exército estadunidense e de um intérprete envolvidos em uma missão de busca a armamentos e explosivos do Talibã. (Amazon Prime Video)
Guerras na África
47) A Batalha de Argel (1966)
De Gillo Pontecorvo. O diretor italiano dramatizou a guerra civil que levou a Argélia a se tornar independente da França, travada entre 1954 e 1962. E o fez com tamanho impacto, com um registro documental aos moldes de um cinejornal, que, no correr dos anos, o filme consolidou-se como um potente, polêmico e ainda atual libelo contra a opressão a embalar sonhos revolucionários mundo afora. Recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza e três indicações ao Oscar: melhor direção, roteiro original e filme internacional. (Looke)
48) Falcão Negro em Perigo (2001)
De Ridley Scott. Aborda a desastrosa ação militar dos Estados Unidos na Somália, em 1993, quando soldados foram enviados a Mogadíscio para capturar um líder militar que, devido ao seu regime corrupto, levava milhares de habitantes à fome. Traz no elenco Eric Bana, Ewan McGregor, Sam Shepard, Josh Hartnett e Tom Sizemore e ganhou os Oscar de melhor edição e melhor som, fundamentais no trabalho de representação realista e brutal da batalha campal. (HBO Max e Paramount+)
49) Diamante de Sangue (2006)
De Edward Zwick. Indicado em cinco categorias do Oscar, incluindo melhor ator (Leonardo DiCaprio), ator coadjuvante (Djimon Hounsou) e edição, Diamante de Sangue se passa durante a guerra civil em Serra Leoa, no fim dos anos 1990. O diretor busca alertar o consumidor de joias de que seu dinheiro pode estar financiando genocídios e também mostra para o grande público a brutal realidade dos exércitos infantis. (HBO Max)
50) Beasts of No Nation (2015)
De Cary Fukunaga. Conta a história de um garoto que, após ser separado da família durante a guerra civil em um país africano não determinado, é obrigado a lutar ao lado de mercenários. No elenco, Idris Elba. (Netflix)
Outras guerras
51) Dr. Fantástico (1964)
De Stanley Kubrick. O diretor satiriza o clima de paranoia da Guerra Fria: crente de que os soviéticos sabotaram os reservatórios de água dos EUA, general (George C. Scott) decide aniquilar os comunistas com bombas nucleares. Peter Sellers rouba a cena em três papéis: o presidente estadunidense, um excêntrico cientista nazista "convertido" e um militar. Concorreu aos Oscar de melhor filme, direção, ator (Sellers) e roteiro adaptado. (Disponível para aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
52) M*A*S*H* (1970)
De Robert Altman. Na Guerra da Coreia (1950-1953), três cirurgiões (Donald Sutherland, Elliot Gould e Tom Skerritt) da unidade militar estadunidense usam a irreverência e o deboche para lidar com a pressão do seu dia a dia, enfurecendo o comando do Exército. Disputou o Oscar de melhor filme e direção (venceu na categoria de roteiro adaptado) e deu origem a um seriado de TV. (Star+)
53) Tempo de Glória (1989)
De Edward Zwick. Um regimento de soldados negros na Guerra Civil dos EUA (1861-1865), liderado por um oficial branco (Matthew Broderick), luta contra os Confederados e contra o preconceito de seus superiores e precisa provar seu valor no campo de batalha. Valeu a Denzel Washington o Oscar de ator coadjuvante e ganhou também nas categorias de fotografia e som. (Netflix)
54) Coração Valente (1995)
De Mel Gibson. Na Escócia do final do século 13, o rebelde William Wallace (papel do próprio Gibson) lidera seus conterrâneos contra o monarca inglês Eduardo I, após ter sofrido uma tragédia pessoal causada pelos soldados ingleses. Épico vencedor de cinco Oscar, incluindo melhor filme e direção. (Star+)
55) Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo (2003)
De Peter Weir. Na época das Guerras Napoleônicas, no começo do século 19, capitão (Russell Crowe) de um navio da marinha real britânica protagoniza um jogo de gato e rato com uma poderosa embarcação da armada francesa. Ganhou os Oscar de fotografia e edição de som e foi indicado a mais oito categorias, incluindo melhor filme e direção. (Amazon Prime Video)
56) Cruzada (2005)
De Ridley Scott. Reconstitui os conflitos entre cristãos e muçulmanos na Idade Média e que até hoje têm reflexos políticos, geográficos e religiosos. O protagonista é Balian (Orlando Bloom), jovem ferreiro francês que, após a morte da esposa e do filho, junta-se ao pai (Liam Neeson) na missão de manter a paz na Terra Santa. Quando se torna um importante nobre em Jerusalém, Balian se vê às voltas com conspirações que querem pôr fim ao delicado período de paz e também a com a paixão por uma princesa (Eva Green). (Star+)
57) 300 (2006)
De Zack Snyder. Em 480 a.C., o imperador da Pérsia, Xerxes (Rodrigo Santoro), envia seu exército para conquistar a Grécia. Mas os espartanos liderados pelo personagem de Gerard Butler prometem uma resistência feroz. A adaptação da história em quadrinhos de Frank Miller ficou famosa pelas cenas de ação estilizadíssimas. (Amazon Prime Video e HBO Max)
58) Shadow (2018)
De Zhang Yimou. A trama se passa na China da era dos Três Reinos (220-280 d.C). O reino de Pei perdeu a importante cidade de Jingzhou para o reino de Yang depois que o popular e brilhante comandante Ziyu (papel de Deng Chao) foi derrotado em um duelo com o invencível Yang Cang (Hu Jun). Covarde, o rei (Zheng Kai) fica possesso ao descobrir que Ziyu desafiou Yang para uma revanche. Então, rebaixa o general à condição de plebeu. Entrementes, oferece sua irmã, a princesa Qingping (Guan Xiaoteng), para casar com o filho de Yang, de modo a manter a paz.
As intrigas palacianas dominam a primeira hora do filme e envolvem romances proibidos, traições, engodos e desonras. A partir de sua metade, Shadow apresenta um espetáculo sem igual e praticamente incessante. Há ataques coletivos, emboscadas e lutas corpo a corpo, uso de espadas, flechas, lanças e outras armas mais criativas, como guarda-chuvas. Tão deslumbrante quanto a violência coreografada é a maneira como a editora Zhou Xiaolin ordena as cenas, intercalando duelos bem próximos e planos gerais, aumentando expectativas sobre o destino dos personagens. (Disponível para aluguel em Apple TV e Google Play)
59) Os 800 (2020)
De Guan Hu. Épico chinês que faturou US$ 461,4 milhões em plena pandemia. Em 1937, 800 soldados da China lutam para defender Xangai, completamente cercada pelo exército japonês. (Paramount+)
60) Quo Vadis, Aida? (2020)
De Jasmila Zbanic. No filme que representou a Bósnia e Herzegovina no Oscar, uma tradutora da ONU (Jasna Duricic) tenta salvar o marido e os dois jovens filhos do Massacre de Srebrenica, perpetrado por tropas sérvias em julho de 1995. Quo Vadis, Aida? defende a verdade como única forma de lidar com guerras, ditaduras, regimes de apartheid oficiais ou não oficiais, perseguições políticas, étnicas, religiosas etc. e faz um alerta: nunca podemos fechar os olhos para os traumas do passado. (Canal Telecine do Amazon Prime Video e do Globoplay)