Foi sob os arcos da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em pleno fervor e vaivém da Rua Vigário José Inácio, no Centro Histórico, que Francisco Brilhante se tornou um dos personagens mais conhecidos e queridos de Porto Alegre. Se o local onde exibia sua arte não possuía pompa e circunstância, o personagem, por outro lado, parecia saído das vielas de Montmartre, tradicional bairro dos pintores em Paris. Muita gente que passou por seus retratos e deu uma rápida espiadela naquele senhor de boina preta com barba, cavanhaque e cabelos brancos como neve talvez desconheça algo um tanto significativo. Trata-se do precursor e primeiro pintor de rua da capital gaúcha, o que não é pouca coisa.
Entretanto, Porto Alegre lembra de forma discreta do artista. A Praça Francisco Brilhante, conhecida como Passeio Francisco Brilhante, fica em frente ao Rua da Praia Shopping e abriga exatamente alguns discípulos do pintor. O espaço não tem sequer uma placa de identificação em memória ao homenageado. E uma rua com seu nome existe no bairro Farrapos, perto da Arena do Grêmio. A proposição, na época, foi feita pelo então vereador Jaques Machado, já falecido.
O professor Paulo Gomes, do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), examina a relevância do pintor para o cenário das artes plásticas.
— Uma figura pública, de afável memória e curiosa admiração. Afável memória, pois ele pertenceu à cidade, fez parte dela, integrou a paisagem urbana. Curiosa admiração por ser um artista exposto ao público. A presença do professor Brilhante na Igreja do Rosário, ensinando e produzindo retratos, provocou admiração de várias gerações que, sem acesso a museus e galerias, tiveram nele sua referência de artista. Um artista público, à margem do sistema formal das artes, apesar da sua formação no Instituto de Belas Artes — pondera.
O especialista ainda pontua determinadas características na formação do artista:
— Seu domínio técnico, seja no desenho ou na pintura, é notável, e isso pode ser também apreendido nos depoimentos de ex-alunos, que relatam que ele, com um ou dois toques de pincel, dava vida e iluminava uma tela inábil.
Desde os anos 1950, Francisco da Silva Brilhante ficava sentado no mesmo lugar retratando quem quisesse ser eternizado pelas tintas do artista. Nos últimos tempos de vida, precisava da companhia de uma bengala e de um discreto protetor cervical sob a gola da camisa, devido a um problema herdado das tantas horas dedicadas à arte.
Nasceu em 2 de abril de 1901 e, ainda criança, tomou gosto pelo desenho. Dessa maneira, com um pedaço de carvão retratava o rosto dos vizinhos pelos muros. O problema era que alguns não aprovavam esse comportamento e entregavam o garoto para o pai, Antônio da Silva Brilhante, proprietário de uma fábrica de fogos de artifício. O menino levava uns sopapos, mas nada que interrompesse os primeiros passos de uma extensa carreira nas artes plásticas.
Seu domínio técnico, seja no desenho ou na pintura, é notável, e isso pode ser também apreendido nos depoimentos de ex-alunos, que relatam que ele, com um ou dois toques de pincel, dava vida e iluminava uma tela inábil
PAULO GOMES
Professor do Instituto de Artes da UFRGS
Os jornais humorísticos daqueles primeiros anos do século passado serviram como espaço de criação. Assim, seus desenhos iniciais, quando tinha apenas 12 anos de idade, apareceram nas páginas impressas do Bem-Te-Vi e do Sova. Decidiu estudar e passou pelas salas de aula do atual Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho. Em seguida, ingressou na Escola de Belas Artes (hoje Instituto de Artes) da UFRGS, em Porto Alegre. Formou-se e, perseguindo seus instintos, buscou se aperfeiçoar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
— Francisco Brilhante fez parte da primeira geração de estudantes formados pela então Escola de Belas Artes, tendo sido aluno de um grupo pioneiro e histórico no ensino de arte em nível acadêmico em Porto Alegre, todos artistas-professores, como Libindo Ferrás, Oscar Boeira, Francis Pelichek, Eugênio Latour e Augusto Luiz de Freitas — contextualiza Francisco Dalcol, diretor-curador do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).
Nessa época, longe de casa e precisando de dinheiro para se sustentar, começou a pintar junto à Quinta da Boa Vista, um parque municipal localizado no bairro de São Cristóvão. Também integrou o grupo do Núcleo Bernardelli (formado por pintores modernistas brasileiros e fundado em 12 de junho de 1931). Lá, durante o período noturno, desenhava. Retornou para a capital nos anos 1930. Um alívio para a mãe, Engracia Pereira Brilhante, que, com o coração apertado, chorava de saudade do filho.
— O artista desenvolveu produção em pintura vinculada ao tema da paisagem, mas foi com a ênfase dada ao retrato que se notabilizou em sua trajetória. Nos seus retratos, fixou a imagem de pessoas comuns e de inúmeras figuras públicas, entre personalidades culturais e políticas — acrescenta Dalcol, salientando que o pintor possui dois retratos no acervo do Margs, um deles um autorretrato de 1973, doado pelo próprio autor em 1981.
Casou-se com Edelmira Posada Brilhante em 8 de dezembro de 1933. O casal teve dois filhos – Ivanisa e Domingos Antônio, este já falecido. A família vivia em uma casa modesta na Avenida Pernambuco, a poucos metros da esquina com a São Pedro, no bairro São Geraldo. Para quem passava defronte à residência, era comum vê-lo sentado na sala, com as pernas esticadas e rodeado por pinturas, porque a janela estava sempre escancarada e ficava perto da calçada.
Uma estimativa sinaliza a criação de 30 desenhos a cada duas horas. Era uma máquina de criação. Conforme o controle de fornecimento de papel da empresa Lemac, que lhe enviava quantidades fixas de mil folhas, foram feitos 20 mil retratos. Porém, números extraoficiais apontam para 40 mil obras realizadas até 13 de julho de 1987, quando morreu aos 86 anos, em decorrência de problemas broncopulmonares e de infecção renal.
Por mais de 25 anos, lecionou desenho e pintura no salão paroquial da Igreja do Rosário. Havia um senhor que comprava as telas pintadas pelo artista ainda com o quadro molhado. Entre as personalidades que eternizou estão Mario Quintana – inclusive há fotos de Brilhante retratando o rosto do poeta –, Washington Luís, Borges de Medeiros, Ildo Meneghetti, Monteiro Lobato e Erico Verissimo.
Expôs em Paris e teve um documentário de sua vida que chegou aos Estados Unidos, além de ter realizado a decoração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A Associação Leopoldina Juvenil também contou com sua decoração por vários anos. As telas estão espalhadas por Argentina, Itália e em coleções particulares.
O artista desenvolveu produção em pintura vinculada ao tema da paisagem, mas foi com a ênfase dada ao retrato que se notabilizou em sua trajetória. Nos seus retratos, fixou a imagem de pessoas comuns e também de inúmeras figuras públicas, entre personalidades culturais e políticas
FRANCISCO DALCOL
Diretor-curador do Margs
Havia uma brincadeira em torno do pintor. O ex-deputado e professor Carlos de Britto Velho comprou no comércio uma reprodução da Mona Lisa e levou o quadro para casa. Antes de sair, brincou com a empregada dizendo para ter cuidado porque a obra tinha sido pintada por Leonardo da Vinci. A resposta dela foi desconcertante:
— Conheço esse tal de Da Vinci. Ele pinta sob os arcos da Igreja do Rosário.
A primeira exposição ocorreu há um século. Na ocasião, Brilhante tinha 20 anos e expôs na sede do jornal A Máscara, defronte à antiga Livraria do Globo. O último vernissage aconteceu no Banco Europeu, em junho de 1985. Na Inglaterra, foi premiado por um autorretrato em 1972. Oito anos mais tarde, recebeu o título de Sócio Honorário da Casa do Artista Plástico Rio-Grandense.
— Foi o precursor dos pintores de rua. Aqueles pintores ou desenhistas que conseguem fazer o que vários movimentos de arte não conseguiram fazer, levar a arte para todos, sem exceção. Daí sua importância para a cidade e para os artistas da Capital. Abrir caminho para outros artistas, acadêmicos ou autodidatas — observa a professora Carla Andrea Lopes Allegretti, do curso de Design de Moda do Centro Universitário Ritter dos Reis (Uniritter).
A docente comenta outro aspecto do artista:
— Meu sentimento é de que Francisco Brilhante parecia não se preocupar com questões como estar na vanguarda ou ter receio de ser criticado. Pelo contrário. E suas pinturas remetem a um movimento bem anterior, o Impressionismo. Digo remetem, pois impressionistas eram os pintores do século 19 — pontua.
O funcionário público aposentado Paulo Guarnieri, 67, tem uma história envolvendo o professor Brilhante. Aconteceu quando tinha 16 anos e aspirava ao mundo da pintura.
— Ficava sempre rodeando ele perto da igreja. Um dia, pedi para a minha mãe me inscrever no curso dele, mas ela não deixou. Alegou que o professor era um pintor de rua. Então me matriculou na Escola Nacional de Desenho, que acabei abandonando. Nunca mais mexi com pintura depois disso — relembra.
O Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul, de Renato Rosa e Decio Presser, tem um verbete sobre o professor Brilhante. Um trecho diz que o pintor recebeu saudação do poeta Mario Quintana quando realizou exposição individual em 1982 no Banco de Boston, em Porto Alegre: “Brilhante, meu amigo/as tuas visões da velha Porto Alegre/me deixam umas dezenas de anos/mais moço./E desconfio que acabo de dizer/uma bobagem/porque a arte, o artista, o poeta/nada tem a ver/com a cronologia,/invenção dos almanaques./Eles pertencem ao eterno presente”.
Wilson Furtado Cavalcante, o Cava, 72, ex-professor do Ateliê Livre da prefeitura de Porto Alegre, conhecido como Atelier Livre Xico Stockinger, possui uma relação de afeto com Brilhante, que o acolheu em um momento de grande dificuldade na vida.
— Aos 16 anos de idade, minha situação era muito precária e não tinha sequer onde ficar em Porto Alegre. Procurei o professor Brilhante na paróquia onde ele tinha um ateliê nos fundos. Fiquei dormindo lá por uns três ou quatro dias, e soube que ele vivia perto da Avenida São Pedro. Depois que fui embora, às vezes, voltava para conversar com o amigo — detalha, situando o relato pessoal em 1966.
Atualmente aposentado, Cava considera o estilo de Brilhante “impressionista” e ainda revela que, a partir do gesto de solidariedade do artista, acabou entrando para o universo da pintura (também é gravurista). Não chegou a atuar rotineiramente como um pintor de rua, mas criou telas em ocasiões como Natal, Ano Novo e Páscoa, em frente à Santa Casa de Misericórdia e no entorno do chafariz da prefeitura.
“Acredito que ele não foi valorizado o suficiente”, diz filha do artista
A professora aposentada Ivanisa Brilhante, 81, cresceu entre cavaletes, telas e pincéis. A filha do artista vive com limitações em função de um problema de coluna em um apartamento na Rua São Luís, no bairro Santana, onde possui nas paredes alguns quadros pintados pelo pai. Entre as obras, uma se destaca entre as demais – um autorretrato feito pelo pintor com a ajuda de um espelho em 1971. Na entrevista a seguir, ela recorda do trabalho e da relação com o mestre criador e familiar.
Qual a lembrança mais antiga que a senhora tem de seu pai pintando?
Nasci e me criei em meio a cavaletes, paletas e tintas. Isso sempre lembra a minha infância, que foi marcada por essas coisas. O pai estava sempre pintando e desenhando em casa.
Como foi crescer com o cheiro de tinta?
A gente se acostuma, e chega uma hora que a pessoa nem percebe. Na verdade, até sente falta do cheirinho da tinta.
Quando a senhora era criança, chegava a ir ver o professor Brilhante pintar sob os arcos da Igreja do Rosário?
Quando eu estava no Centro, passava na Rua Vigário José Inácio para falar com ele. Mas não ia lá apenas para vê-lo. As refeições eram sagradas, e o pai ia almoçar em casa todos os dias. Quando ele ficou bem mais velhinho, eu dizia: “Pai, não vai para o Centro”. Ele respondia: “Tá, não vou”. Mas quando eu chegava da escola, pois trabalhava como professora, perguntava para minha mãe onde estava ele. E a resposta era: “Ah, foi para o Centro”. Não adiantava, era uma cachaça para ele ir ao Centro pintar.
Qual é a sensação de ser filha de um artista tão importante e, ainda por cima, o primeiro pintor de rua da capital gaúcha?
Não sei dizer qual é a sensação. Porque, para mim, meu pai não é um artista, é o meu pai. O melhor pai do mundo. Pode ser que haja pais iguais, mas melhor do que ele, não. Ele foi o melhor pai.
A senhora pinta ou tentou aventurar-se com o pincel alguma vez?
O pai tinha um grupo de alunos que saía para pintar aos sábados. Ele me deu caixinha e tinta para acompanhá-los. Mas era uma desgraça. O céu misturava com a água, com a terra, com o mar. Era uma coisa só. Me desesperei e me decepcionei, e não quis mais.
Era uma cachaça para ele ir ao Centro pintar
IVANISA BRILHANTE
Filha do pintor
As obras do professor Brilhante estão muito espalhadas?
Há muitas obras espalhadas, mas, aqui em Porto Alegre tem bastante coisa. Acredito que estejam em coleções particulares.
A senhora possui quadros dele?
Na sala, tenho um autorretrato que ele fez e me deu, e dois pastéis de doma (imagens da lida de campo) que adoro.
Em Porto Alegre, há o Passeio Professor Brilhante, em frente ao Rua da Praia Shopping, na Praça da Alfândega. E tem uma rua pequena com o nome do artista na Vila Farrapos. A senhora não acha que deveria haver uma homenagem maior, como um busto ou até uma estátua do pintor?
Achar, eu acho. Não vou pedir nada. Os artistas de rua vieram aqui em casa porque desejavam fazer a Sociedade Professor Francisco Brilhante, mas queriam que eu alugasse e pagasse a casa. Disse que não podia, pois sou professora aposentada. Se arcasse com mais essa despesa, o que sobraria para mim? Isso que eu ainda não estava doente. Agora pago cuidadora, não posso estar com muita despesa.
Se a senhora pudesse definir o artista Francisco Brilhante e suas obras, como seria?
Acredito que ele não foi valorizado o suficiente.
Por que diz isso?
Por que acho que ele poderia ser bem mais valorizado.
Discípulos levam legado de pintor adiante no Centro Histórico
Quase 35 anos após a morte de Francisco Brilhante, alguns pintores mantêm vivo o seu legado. As telas estão expostas para os clientes que transitam pelo passeio que homenageia o artista. Espalhados em uma área que vai das grades localizadas perto do relógio digital em direção ao monumento de Mario Quintana e Carlos Drummond de Andrade, os artistas lutam pelo pão de cada dia. É o caso de Carlos Machado, 70, que é natural de Bagé e há 17 anos comercializa suas pinturas na Praça da Alfândega.
— Desde criança, sempre desenhei. Foi assim no colégio e no quartel, onde acabei ficando alguns anos a mais porque ilustrava os polígrafos dos cursos de sargento e tenente — afirma, salientando que também atuou como cartazista de uma rede de supermercados durante 13 anos.
Agora aposentado, Carlos Machado se orgulha de ter criado dois filhos com o dinheiro de suas telas. Mora perto de onde expõe e trabalha de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Aos sábados e domingos, pinta por encomenda em casa. E não sai para a rua se chove. Aliás, como quase todos colegas.
— Estou bem conhecido aqui e o pessoal me respeita muito. Tenho 47 telas fora do país, e a última foi para a Alemanha. Retrato é o meu forte. Pinto muito as imagens dos militares dos quartéis — diz, ressaltando que jamais entrou em cursos e que foi autodidata na profissão.
Conforme ele, os melhores meses para vendas são novembro e dezembro, em função das encomendas para o Natal. Muitas pessoas levam fotos antigas de algum familiar falecido para o artista retratar em tela. No período da pandemia de covid-19, os ganhos despencaram.
— Estimo que as vendas caíram em torno de 70% a 80% por causa do coronavírus. A comercialização é muito irregular. Em janeiro, por exemplo, não vendi nenhuma pintura. E, em fevereiro, comercializei 20 telas — compara.
Machado contou como foi o primeiro encontro com Brilhante, na metade da década de 1980.
— Quando vim de Bagé para Porto Alegre em 1985, passei por aquele senhor pintando em um cavalete na Igreja do Rosário. Não sabia quem era, mas parei para observar o que pintava. Mais tarde, li uma matéria sobre a vida dele no jornal — recorda.
Ao contrário do colega, Flávio Porto, 61, não gosta de fazer retratos. Atua na Praça da Alfândega desde 1990, ano de inauguração do Rua da Praia Shopping. Curiosamente, começou a pintar apenas aos 40 anos de idade.
— Sempre pintei cavalos e flores. Hoje, em função da pandemia e para sobreviver, trabalho também com arte digital. A covid deixou as ruas desertas — lamenta.
Antes de se dedicar à pintura, arte que também aprendeu de forma autodidata, comercializava artesanato. Define seu estilo artístico como mais acadêmico, e reconhece as dificuldades desse ofício:
— Quando pintava cavalos e flores, vendia de três a quatro telas por semana. Mas muitos pintores de rua desistem. As vendas são difíceis, o material é caro e é preciso ter muita persistência.
O artista conheceu Francisco Brilhante quando tinha nove anos. Ele relembra como foi o encontro:
— Meu pai parou para conversar com o professor Brilhante no local em que ele pintava as pessoas, na Rua Vigário José Inácio. Como eu estava junto, escutei a conversa. Lembro que os dois conversaram sobre um retrato que o pintor fazia.
Há quatro anos na praça, Adilson Kaule, 53, trabalha com pedaços de MDF (material que resulta da aglutinação de fibras de madeira com resina sintética), onde coloca imagens e até frases. A pintura, confessa, também pratica. Porém, mais para a própria diversão.
— Pessoas já me pediram frases sobre o Francisco Brilhante para gravar em madeira. Não conheci o pintor em vida, mas sempre escuto comentários dos colegas sobre sua importância — relata, compartilhando que optou por ganhar a vida na rua depois de ficar anos na labuta em um escritório de turismo.
Francisco Rivas, o Pancho, 55, pinta camisetas com pincel perto dos demais colegas. Também vende telas com temáticas variadas que abrangem desde futebol e rock até política social.
— Trabalhamos em um espaço que homenageia Francisco Brilhante. Esse é um local importante e coletivo — orgulha-se, citando que está há oito anos no lugar.
Sorridente e com olhar alerta, Carlos Roberto da Silva e Silva, 65, ganha a vida há uma década na praça. Mas o período aumenta para 30 anos se somados outros pontos onde esteve no Centro Histórico, como na Sete de Setembro. Trabalha como caricaturista, inclusive ao vivo no Brique da Redenção, cria retratos e pinta telas:
— O professor Brilhante foi o ícone precursor dos retratos. Me espelho muito nele, pois faço retratos com grafite. Tive a oportunidade de ver o artista fazendo os desenhos na época. É um prazer imenso estar aqui no espaço em legado ao Brilhante.