Desde a demissão de Odair Hellmann, no dia 10 deste mês, após a derrota para o CSA, o Inter está em busca de um treinador. No momento, o jovem Ricardo Colbachini, 33 anos, dirige a equipe de forma interina. Desde a estreia, em três jogos, somou quatro pontos, com vitória sobre o Avaí, empate com o Santos e derrota para o Vasco.
A direção colorada esteve na semana passada em Bueno Aires, onde oficialmente se reuniu com o técnico Eduardo Coudet, atual campeão argentino com o Racing. O time é quinto colocado na Superliga 2019/2020, com dois pontos a menos do que o líder Boca Juniors, a quem venceu na última sexta-feira.
Porém, apesar de ter gostado do que foi proposto pelos dirigentes colorados, Coudet não pretende deixar Avellaneda antes do final do ano.
— Aquilo que ele disse na Argentina é o que vale para nós aqui. Neste momento, ele não pode, ele tem um contrato. Gostou do projeto que apresentamos e era uma intenção nossa que ele viesse agora, mas ele não abriu essa possibilidade por conta dos compromissos e até do respeito que tem com o Racing. Não é somente um contrato comercial que ele tem, tem um contrato moral. É o atual campeão argentino e, portanto, esse assunto se encerra aqui —disse Rodrigo Caetano, diretor-executivo do Inter, após a vitória sobre o Avaí na semana passada.
Outros dois argentinos foram cogitados, mas sem confirmação oficial: Ariel Holan, campeão da Copa Sul-Americana de 2017 pelo Independiente, e Sebastián Beccacecce, que o substituiu no clube a partir de junho deste ano.
Além dos gringos, mais quatro nomes foram especulados para comandar o Inter, seja até o final desta temporada ou até o dezembro de 2020, quando se encerra a gestão do presidente Marcelo Medeiros.
A lista de treinadores nacionais tem o atual campeão da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana, Tiago Nunes. O gaúcho de Santa Maria é o mais novo caso de sucesso no futebol brasileiro. No comando do Athletico-PR desde julho de 2018, ele ergueu dois troféus com a equipe paranaense e passou a ser objeto de desejo dos principais clubes do país.
— Não tenho pressa para nada. Tenho contrato com o Athletico-PR até dezembro e vou cumprir todo o meu contrato. Meu representante também não recebeu contato de nenhuma equipe. É um momento mágico na minha vida e na minha carreira, mas que estou vivendo pelas pessoas que me ajudaram a me colocar aqui. Então, o foco é no Athletico-PR, no Campeonato Brasileiro. A partir de dezembro, a gente vai parar para ver o que acontece — declarou Tiago, assim que seu nome foi cotado.
Outro treinador gaúcho citado foi Roger Machado. Ex-lateral multicampeão com o Grêmio, ele é apontado por muitos como um dos responsáveis pela retomada de vitórias de seu ex-clube. A partir do momento em que dirigiu a equipe, muitos jogadores que fizeram parte das conquistas da Copa do Brasil de 2016 e da Libertadores de 2017 passaram a ser utilizados como titulares.
Passagens sem brilho por Atlético-MG, onde até chegou a ser campeão estadual, e Palmeiras chegaram a deixá-lo desvalorizado no mercado. Porém, após um período sabático, voltou para trabalhar no Bahia. Lá, ganhou o Campeonato Baiano deste ano e faz boa campanha no Brasileirão.
— Não houve contato, de modo algum. Eu vivo um planejamento de um trabalho em andamento que está muito bem. Estou muito bem adaptado ao clube, vamos dar continuidade a isso. Obviamente que fico lisonjeado, principalmente vendo o nível de aceitação da torcida colorada em Porto Alegre. Eu tenho uma trajetória no maior rival como jogador e treinador. Ser apontado como uma das opções me deixa feliz, ainda mais nesse universo que nós vivemos — afirmou Roger, depois de ver seu nome nas cogitações para comandar o ex-rival.
Depois de dirigir o Inter nas três últimas rodadas de 2016, ano do rebaixamento colorado para a Série B, Lisca teve seu nome especulado para assumir o time até o final do atual Brasileirão. Sem clube desde abril, quando deixou o Ceará, o treinador de 47 anos foi direto ao ser perguntado, dias atrás, sobre um possível contato da diretoria colorada:
— Ninguém me ligou.
Apontado por muitos como nome preferencial de Rodrigo Caetano para exercer uma espécie de mandato-tampão, o carioca Zé Ricardo tem no currículo passagens por Flamengo, Vasco e Botafogo, além de ter dirigido o Fortaleza no curto período em que Rogério Ceni se aventurou no Cruzeiro.
No momento ainda sem uma definição, o Inter segue brigando por uma vaga na Libertadores de 2020. Na próxima rodada, terá um rival direto pela frente: o Bahia, de Roger Machado. Nesta partida, Ricardo Colbachini deverá seguir no comando, mais uma vez.
— Todos vocês sabem os movimentos que fizemos (para tentar contratar Eduardo Coudet e já tê-lo na atual temporada). Sempre buscamos um substituto que pudesse vir agora, não foi possível neste momento. Colbachini está técnico interino, não significa que não possa ficar até o fim do ano. Respeitamos a ansiedade dos torcedores, mas nem tudo a gente pode tornar público, porque alguns movimentos requerem um pouco de estratégia. Ele segue como interino e vai planejar o jogo com o Bahia. Mas, caso aconteça algum movimento diferente (a contratação do tampão), vocês serão comunicados — disse Rodrigo Caetano, após a derrota para o Vasco.
Nas últimas horas, também surgiu o nome de Vanderlei Luxemburgo, mas a diretoria colorada nega que tenha aberto negociações com o treinador.