Só pode haver um assunto na cabeça dos colorados. Nada pode ser maior do que a decisão de domingo (21) diante do Flamengo ou o último jogo na próxima semana contra o Corinthians, que encerrará uma campanha do Inter que pode ser coroada com um tetracampeonato brasileiro.
A hora é de foco total nos jogos, seja para a torcida ou principalmente para os profissionais do clube. Para os dirigentes, porém, é preciso haver espaço para outros pensamentos importantes. A vida, com título ou não, seguirá adiante a partir da manhã do dia 26, quando o grande comandante Abel Braga não estará mais no cargo.
Prever a saída de Abel é seguir a lógica. Por mais que o trabalho seja estupendo, ficou claro para o treinador de que o projeto para 2021 tem outro nome escolhido para o cargo. Talvez até tenham revelado a ele que o espanhol Miguel Ángel Ramírez herdará o posto, embora não haja a oficialização pública disto.
A esperança de alguns, de que haja continuidade do técnico com maior número de jogos da história do clube, praticamente se desfaz pelo simples fato de que, se fosse para ficar, Abelão já teria sido anunciado como tal, causando um impacto positivo em momento tão importante.
É quase inacreditável que nos próximos dias, não mais do que duas semanas, o vestiário do Inter, com taça ou não, vá ter um novo comandante, provavelmente com um idioma diferente e com planos que dificilmente serão semelhantes aos adotados neste final eletrizante de Brasileirão. O Gauchão não faz parte da etapa inicial do trabalho da temporada 2021. Vem aí uma disputa com time alternativo. A Libertadores, por força da atual classificação no certame nacional, será assunto para abril, pelo menos os jogos. Antes haverá o período de acerto de elenco com reforços e dispensas.
Em uma semana, se encerrará a passagem mais intensa de Abel Braga pelo Beira-Rio, mesmo para quem foi um dia campeão da América e do mundo. Em três meses, ele já teve quase de tudo: ganhou Gre-Nal depois de um jejum de mais de dois anos, estabeleceu recorde absoluto de jogos dirigindo o clube, teve a maior série de vitórias da história do Brasileirão de pontos corridos e até percalços pessoais como a covid-16 enfrentou. Só falta a taça. Se ela vier até o dia 25, faltará a estátua.
