Fogo e fumaça
Depois da comoção internacional provocada pela onda de protestos contra as queimadas na Amazônia, puxada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que sugeriu levar o assunto à reunião do G-7, o governo brasileiro começou a semana enviando tropas do Exército para combater os incêndios na floresta. Foi a primeira medida prática após uma série de declarações desastradas, como a de que as queimadas teriam sido provocadas por ONGs internacionais.
O presidente Jair Bolsonaro rejeitou a oferta de ajuda do G-7 (U$ 20 milhões) e continuou a hostilizar Macron, que o chamou de mentiroso. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, entrou em campo para evitar prejuízos às exportações brasileiras.
Por decreto, o presidente proibiu, por dois meses, em todo o território nacional, as queimadas para limpeza de lavouras e campos. A semana termina com os ânimos mais serenos, apesar de indústrias da moda terem suspendido a compra de insumos de curtumes brasileiros.
Moro diz que fica
Desgastado com sucessivas intervenções do presidente Jair Bolsonaro no Ministério da Justiça, o que inclui a interferência na Polícia Federal e a demissão de seu indicado para a presidência do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), o ministro Sergio Moro garantiu à repórter Andréia Sadi, da GloboNews, que não pretende deixar o cargo. Moro descartou a possibilidade de concorrer a presidente em 2022.
Reforma deslancha no Senado
Com a entrega do parecer do relator, Tasso Jereissati (PSDB-CE), a reforma da Previdência deslanchou no Senado. Tasso cumpriu a promessa de não alterar o texto, para evitar o retorno à Câmara, e vai apresentar em uma emenda paralela as mudanças que os senadores consideram necessárias.
A previsão é votar a reforma em plenário no início de outubro, para que as novas regras para as aposentadorias entrem em vigor até o final do mês.
Duas boas notícias
O crescimento do PIB do trimestre em 0,4% afastou o risco de uma recessão técnica e animou o mercado, com a Bolsa retomando na quinta-feira (29) pontos perdidos nos dias anteriores.
Na sexta-feira (30), o IBGE divulgou outra boa notícia: o desemprego teve uma leve queda, de 12,5% para 11,8% no trimestre encerrado em julho, graças ao crescimento do trabalho informal. Ainda assim, o número de desempregados chega a 12,6 milhões.
Romaria ao STF
Primeiro, foi o governador Eduardo Leite a apresentar ao ministro Dias Toffoli, na terça-feira (27), os argumentos em defesa do congelamento das despesas dos poderes em 2020, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e pedir que derrube a liminar do Tribunal de Justiça (TJ) em Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo Ministério Público.
No dia seguinte, o presidente do TJ, Carlos Eduardo Duro, fez o mesmo caminho para apresentar argumentos em favor da manutenção da liminar.
Leite alegou que, com déficit previsto de R$ 4,3 bilhões para 2020, o Estado não tem como corrigir o orçamento dos outros poderes e órgãos autônomos, o que aumentaria os gastos em R$ 232 milhões. Duro argumentou que o Piratini interferiu na autonomia dos outros poderes do Estado ao decidir, por conta própria, deixar as despesas de 2020 sem reajuste.
Sai o impeachment, entra CPI
Por 22 votos a 11, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre mandou para o arquivo, na segunda-feira (26), o quarto pedido de impeachment do prefeito Nelson Marchezan. No dia seguinte, o vereador Roberto Robaina (PSOL) protocolou requerimento de abertura de uma CPI para investigar parte das denúncias contidas no documento apresentado por um biólogo filiado ao PP para pedir o afastamento do prefeito. Com 15 assinaturas, a CPI é apoiada pelas bancadas do PT, do PSOL e do Novo e por vereadores do PP, do PSB e do PDT.
PPP da Iluminação Pública
A prefeitura de Porto Alegre celebrou o sucesso do leilão da PPP da Iluminação Pública, a primeira do Estado. O consórcio vencedor apresentou proposta com preço 45,3% inferior ao máximo previsto no edital.