Antes tarde do que mais tarde, o presidente Jair Bolsonaro percebeu que estava, literalmente, brincando com fogo ao tratar os incêndios na Amazônia de forma irresponsável. A reação internacional à falta de ação diante das queimadas e às declarações desastradas como a de que os incêndios teriam sido provocados por ONGs acordou o governo brasileiro.
Corretamente, o presidente acionou as Forças Armadas para trabalharem no combate aos incêndios, coisa que a vizinha Bolívia já vinha fazendo em seu território. A imagem de um Boeing contratado nos Estados Unidos para conter o fogo na amazônia boliviana correu o mundo enquanto o governo brasileiro acordava dos longos dias em que tentou ignorar dados oficiais e fotos de satélite da floresta em chamas.
Mesmo que o presidente francês Emmanuel Macron e as celebridades engajadas na campanha em defesa da Amazônia tenham usado fotos antigas ou de outras paisagens, o grito de alerta ecoou pelo planeta.
Diante da ameaça de países europeus de boicote à compra de produtos brasileiros e de implosão do acordo Mercosul-União Europeia, a ala serena do governo mostrou ao presidente que era preciso trocar o discurso raivoso pela ação, sob risco de perder mercados conquistados a duras penas, como advertira o ex-ministro Blairo Maggi.
Caberá ao Exército combater o fogo e à ministra Tereza Cristina (uma das mais competentes da Esplanada dos Ministérios) desarmar a bomba, convencendo os europeus de que o Brasil está comprometido com a preservação da floresta.
Aliás
Em um périplo pela Europa, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e a ministra Tereza Cristina tentarão convencer os parceiros comerciais de que o Brasil é um país sério.
Orçamento Participativo
Sem ranço ideológico, a prefeitura de Porto Alegre convidou um ex-secretário de Tarso Genro para falar sobre os 30 anos do Orçamento Participativo e o desafio da participação social. Vinicius Wu veio do Rio de Janeiro na condição de pesquisador da Fundação Getulio Vargas.