O governo federal decretou, no final da tarde desta sexta-feira (23), Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos nove Estados da Amazônia legal: Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Tocantins, Amapá, Mato Grosso e parte do Estado do Maranhão.
De acordo com o decreto, o emprego das Forças Armadas durará um mês e abrange também áreas de fronteira, terras indígenas e unidades federais de conservação ambiental, que requererem "ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais" e "levantamento e combate a focos de incêndio".
Nesta sexta-feira, o presidente fará um pronunciamento para anunciar outras medidas de combate aos focos de incêndio na floresta amazônica. O Planalto não esclareceu o número de militares que serão deslocados para a região e como funcionará a estratégia de combate aos focos de incêndio.
Forte pressão de autoridades internacionais
A decisão de acionar as Forças Armadas foi tomada após forte pressão de autoridades internacionais. O assunto foi discutido em uma reunião, no Palácio do Planalto, com os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, entre outros.
Mais cedo, o presidente da República Jair Bolsonaro se queixou da falta de recursos para usar as Forças Armadas nas ações de enfrentamento às queimadas. Em cerimônia do Dia do Soldado, dirigindo-se aos militares, o mandatário afirmou que é "árdua a missão de desenvolver e defender a Amazônia".
— Muito mais difícil foi a missão dos nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la —declarou.
Realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, as missões de GLO ocorrem nos casos em que há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública. Nessas ações, as Forças Armadas agem por tempo limitado, com o objetivo de preservar a ordem pública, a integridade da população e garantir o funcionamento regular das instituições.
A crise das queimadas provocou reação de líderes globais, como o presidente francês Emmanuel Macron, que disse que Bolsonaro "mentiu" e colocou em risco a assinatura francesa no acordo entre o Mercosul e a União Europeia.