A Ponte do Imperador é atração turística de Ivoti, no Vale do Sinos. Construída com blocos de pedra, fica sobre o Arroio Feitoria, ao lado do Núcleo de Casas Enxaimel. O nome é uma homenagem a Dom Pedro II, porque a conclusão da obra foi possível após repasse de recursos pelo governo imperial.
Localizada em uma localidade conhecida pelo curioso nome de Buraco do Diabo, a ponte facilitou o deslocamento dos moradores e o transporte de mercadorias na próspera colônia formada por imigrantes alemães. Classificada como estilo romano, foi tombada em 1986 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O andamento da obra está registrado nos relatórios dos presidentes da província. Na prestação de contas de 1857, consta que o engenheiro José Maria Pereira de Campos escolheu o melhor ponto para a construção entre as linhas Bom Jardim e 48, que pertenciam a São Leopoldo. Uma comissão ficou encarregada da fiscalização da obra, custeada pelo governo provincial e pelos colonos.
Pelo relatório de 1858, a construção começou naquele ano e estava em bom andamento. O atraso foi causado pela necessidade de desapropriação de um terreno.
Em 1864, o presidente da província, Espiridião Eloy de Barros Pimentel, escreveu que a construção estava parada desde 1859. Ele chegou a pedir um novo projeto, substituindo parte da estrutura de pedra por madeira. Convencido pelo engenheiro Luiz Manoel Martins da Silva, optou por seguir o projeto original, que era mais caro, mas prometia maior durabilidade. Pimentel ordenou o repasse de 20 contos de réis do Ministério da Agricultura, parte da verba do governo imperial destinada a obras no Rio Grande do Sul.
Em nova concorrência, de acordo com o relatório, foi escolhida para retomada da obra a sociedade formada por Daniel Kolling, Nicolau Blauth e Jacob Kilpp.
Na primeira fase, o construtor contratado foi Jacob Datsch. A conclusão foi feita por Kolling, Kilpp e Jacob Blauth. Nicolau Blauth foi um dos financiadores.
Em abril de 1866, o presidente da província, Francisco do Rego Barros, relata que estava concluída a obra. O custo total foi de 74 contos de réis, sendo 20 contos de réis do Ministério da Agricultura.
A ponte já resistiu a inúmeras enchentes do arroio em mais de um século e meio.
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