O município de Tio Hugo fica em um importante entroncamento rodoviário no Norte do Rio Grande do Sul. Em 1996, conseguiu a emancipação. Na época, o território pertencia a Ibirapuitã, Ernestina e Victor Graeff. Com pouco mais de três mil habitantes na estimativa do IBGE, o município leva o nome de um antigo morador.
Quem foi o tio Hugo? Em busca da resposta, conversei com o Padre Adalíbio Barth, que lançará em abril de 2022 o livro Tio Hugo - O Tio De Todos Nós.
Hugo André Londero nasceu em 29 de abril de 1914 em Santa Maria, filho de imigrantes italianos e com sete irmãs mais velhas. A família se mudou dois anos depois para Passo Fundo, onde o menino cresceu, estudou e se formou em contabilidade. Depois de trabalhar em uma venda de colônia, abriu o próprio armazém na Avenida Brasil. Hugo casou com Eloína de Araújo, com quem teve os filhos Luís Carlos, Sérgio e Eliana. Depois da separação, a mulher seguiu com os filhos para Curitiba.
Hugo ficou no Planalto gaúcho, sempre empreendendo. Ele teve propriedade rural para produção de leite e escritório contábil em Passo Fundo. Em 1958, comprou uma chácara e foi morar na localidade de Santos Vaz, atual município de Ibirapuitã. Com a mudança, estava mais perto da região que receberia seu nome no futuro.
Em 1962, o empreendedor viu uma oportunidade durante as obras da BR-386. Comprou um hectare de uma propriedade rural e construiu um pequeno posto de combustível às margens da nova estrada. Com uma única bomba, entrou em operação no ano seguinte. Hugo já estava com quase 50 anos e a clientela o chamava de tio. Ele não gostava. Ficava muito incomodado. A questão é que o estabelecimento não tinha nome, por isso motoristas diziam que era o posto do tio Hugo.
A história mudou após conversa com uma sobrinha, que convenceu o tio a aceitar a denominação que já estava na boca do povo. O empresário saiu do encontro e encomendou mil chaveiros com propaganda do Posto Tio Hugo. O nome também foi pintado na fachada.
Num ponto rodoviário estratégico, o estabelecimento ganhou mais movimento e, com o tempo, vizinhos. Começaram a surgir borracharia, oficina e residências no entorno. Tio Hugo virou nome da localidade, que na época pertencia ao município de Passo Fundo.
Em 1974, Hugo vendeu o posto, que leva o seu nome até hoje. Ele morreu em Curitiba em 1993, dias antes de completar 79 anos.
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