Eu lembro dos dias de calor na Brasília do meu pai. O negócio era viajar com os vidros abertos para arejar. Quando ele comprou um Gol nos anos 1990, usávamos também o sistema de ventilação. No verão, só jogava mais ar quente para dentro do carro. Por algumas décadas, o ar-condicionado foi um opcional. Um artigo de luxo até os anos 2000.
O primeiro carro fabricado no Brasil com ar-condicionado foi o Willys Itamaraty. No final de 1966, a indústria de São Paulo anunciou a grande novidade no "primeiro carro brasileiro classe A". A linha de 1967 já saiu com o opcional para os modelos sedã e Executivo, a limusine.
Na propaganda, a Willys Overland do Brasil anunciava que "nem calor, nem frio, nem poeira ou vento incomodam os passageiros do Itamaraty". As saídas do ar-condicionado ficavam junto ao banco traseiro. Com compressor e termostato automático, os clientes poderiam ter no interior do carro "temperaturas de primavera em pleno verão". O sistema foi desenvolvido com peças nacionais. Como o custo adicional era alto num carro de luxo, poucas pessoas puderam usufruir da comodidade.
Nas últimas duas décadas, o ar-condicionado gradativamente virou um item essencial dos veículos no mercado brasileiro. São raros os carros que saem de fábrica sem o ar-condicionado.
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