Ele está presente no dia a dia de praticamente todo mundo, seja nas receitas, adicionado em preparações prontas ou até disfarçado com outros nomes nas listas de ingredientes. Quase ninguém está livre de consumir alguma quantidade de açúcar, pois ele pode ser encontrado até mesmo em produtos que não têm sabor doce.
Quando consumido em quantidades equilibradas, o açúcar é só mais um componente de uma alimentação saudável. O problema, na maioria das vezes, está na "demonização" dele.
O consumo de açúcar estimula o centro de recompensa do cérebro e está associado a uma resposta de prazer. Esse processo acaba desencadeando um comportamento condicionado, algumas vezes confundido com o que ocorre com o vício em drogas. Nosso cérebro "aprende" que consumir açúcar aumenta a sensação de bem-estar. Ou seja, toda vez que passamos por situações de estresse, surge aquela vontade de ingerir a substância novamente.
A compulsão por doces geralmente aparece em pessoas que fazem dietas muito restritivas e se privam do consumo deles. Isso também pode acontecer quando passamos muitas horas em jejum ou até mesmo quando não temos uma alimentação balanceada e faltam alguns nutrientes. É muito comum, ao adequarmos a ingestão de nutrientes em um processo de educação nutricional, essa compulsão por doces diminuir bastante.
De qualquer forma, mesmo para aquelas pessoas que não têm dificuldades em comer com parcimônia os alimentos açucarados, o consumo deve ser reduzido. Confira aqui alguns tipos de açúcar que existem:
Açúcar refinado
É aquele tipo que a gente conhece da infância: o branquinho, de pedras pequenas e fácil dissolução. Ele é um alimento ultraprocessado e pode ser considerado de baixa qualidade nutritiva, pois o processo de refinamento não só acrescenta alguns aditivos químicos, como também retira vitaminas e sais minerais da composição.
Açúcar mascavo
É o mais integral dos oriundos da cana, extraído depois do cozimento do caldo. Como não passa por refinamento, apresenta coloração mais escura e sabor mais intenso. Por isso também são preservados os nutrientes, com destaque para a quantidade de ferro.
Açúcar cristal
Passa por um leve processo de refinamento mas, mesmo assim, grande parte dos nutrientes são perdidos. Ele tem os grãos maiores que o açúcar refinado e de mais difícil dissolução e acaba sendo mais utilizado para receitas.
Açúcar orgânico
Ele é mais escuro que o refinado e o cristal por não passar pelo mesmo refinamento, o que faz dele um pouco mais nutritivo também. A grande diferença é a não presença de ingredientes artificiais, fertilizantes químicos ou agrotóxicos no cultivo.
Açúcar light
É a combinação do açúcar refinado com adoçantes artificiais ou naturais. É menos calórico e tem um poder de adoçar maior do que o açúcar comum, mas acaba tendo um sabor mais artificial.
Açúcar de coco
É extraído da seiva do coqueiro, não do coco. Ele é um alimento minimamente processado, não tem conservantes e nem passa por refinamento, o que preserva suas qualidades nutricionais.
Frutose
É o açúcar extraído de frutas e do milho. Tem um alto poder de adoçar, e geralmente vem adicionado em altíssimas quantidades em forma de xarope em produtos industrializados.
É importante lembrar que, por ser um carboidrato simples, todo tipo de açúcar deve ser evitado em casos de diabetes, e consumido com muita moderação em portadores de doenças que descompensam no caso do consumo excessivo, como a síndrome metabólica, obesidade, síndrome do ovário policístico, doenças hepáticas e alguns tipos de cânceres.
Raquel Lupion é formada em Nutrição e Educação Física, tem especialização em Nutrição Clínica e Mestrado em Ciências do Movimento Humano. Sua motivação é promover um estilo de vida saudável, fugindo de radicalismos e tentando encontrar o caminho do meio entre o que é necessário e o que é prazeroso. Na vida profissional, divide seu tempo entre atender em consultório, dar aulas de ioga, palestrar e ministrar cursos. Escreve semanalmente em revistadonna.com.