Ticiano Osório
A perturbação que Zona de Interesse (The Zone of Interest, 2023) provoca no espectador começa antes mesmo da primeira cena. Depois que aparecem os créditos de produção, o nome do diretor Jonathan Glazer e o título deste que é um dos 10 indicados ao Oscar de melhor filme, a tela permanece imaculadamente preta por uns dois minutos, deixando a sala de cinema na escuridão completa, enquanto a assombradora música composta por Mica Levi transborda pelas caixas de som. O recurso funciona como um alerta: é preciso escutar o que não está sendo mostrado neste drama ambientado na Segunda Guerra Mundial que retrata o cotidiano do comandante do campo de concentração nazista de Auschwitz junto a sua família. Parafraseando o clássico russo de Elem Klimov, vá e ouça.
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