Fundada em 1931, em Nova Pádua – quando a localidade ainda pertencia a Flores da Cunha –, a Cooperativa Vinícola Santo Antônio notabilizou-se pela produção do lendário Vinho Redentor, marca que se entendia também a licores, conhaques, vermutes e aguardentes de cana.
Parte dessa história pode ser revista folheando-se edições do Pioneiro entre 1951 e 1959. Nelas encontramos os mais diversos anúncios destacando a empresa – desde os “75 postos de vinificação e produção em Flores da Cunha, e a matriz, localizada na Rua Machado de Assis, 190, no bairro São Pelegrino, em Caxias; até as ramificações e escritórios em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo (confira nas reproduções abaixo).
Novo prédio em 1959
Um marco da trajetória da Santo Antônio também foi destacado pelo Pioneiro em 1959, época em que a cooperativa inaugurou seu “moderno e confortável prédio, comportando um amplo escritório, espaçoso engarrafamento com maquinário atualizado e laboratório para análise dos vinhos”, conforme reportagem veiculada na edição de 15 de agosto de 1959 (reprodução abaixo).
O novo espaço ficava defronte às pioneiras instalações da Rua Machado de Assis – próximo à linha férrea e à vizinha Sociedade Brasileira de Vinhos, atual shopping Bourbon San Pellegrino.Consta no texto de 1959:
“A Cooperativa Vinícola Santo Antônio, por escolha de seus associados, tem como diretor presidente o sr. Artur Belincanta; como diretor comercial o sr. Modesto Mezzomo; como diretor gerente o sr. Pedro Riboldi; e como procurador geral o sr. Pedro Rossi”.
Churrasco para celebrar
A programação daquele 8 de agosto de 1959 incluiu ainda assembleia geral dos cooperativados, pela manhã, seguida de bênção das instalações pelo bispo Dom Benedito Zorzi, corte da fita simbólica e, logicamente, um grande churrasco para celebrar o feito.
Conforme texto do Pioneiro, estiveram presentes o então prefeito Bernardino Conte, Armando Biazus (à época presidente do Legislativo), o deputado Onil Xavier dos Santos, Victorio Trez, Severo Ravizzoni (prefeito de Flores da Cunha), Abrelino Vazzata (presidente da Câmara de Vereadores de Flores da Cunha), Agostinho Zandomeneghi, Arthur Rech, Italino Pedron, Amilcar Rossi, Frei Dionísio, Domingos Bianco, Raul Bigarella, Silvio Toigo, Frederico Segalla, Armando De Antoni, Valdomiro Teixeira, João Antonio Tessari, Lourdes Facchin e Neptuno Borne.
A saber: em 1959, a Cooperativa Vinícola Santo Antônio contava com 211 associados e produzia um total de 40 mil hectolitros de vinho. Em 2010, a Santo Antônio foi uma das cinco cooperativas com mais de 80 anos de tradição que deram origem à Nova Aliança – constituída a partir da fusão das antigas Aliança e São Victor (Caxias), São Pedro e Santo Antônio (de Flores da Cunha) e Linha Jacinto (de Farroupilha).
Início em 1931
Conforme o histórico contido na matéria de 1959, a empresa foi fundada em 12 de julho de 1931, na localidade de Nova Pádua, à época distrito do município de Flores da Cunha. Em 12 de setembro de 1938, foram incorporadas as cooperativas vitivinícolas Trentina, São João, Três de Outubro, Otávio Rocha e São João Bosco, passando a constituir-se em uma só – estabelecendo sua matriz em Caxias, nas imediações da linha do trem, e mudando a razão social para Cooperativa Vinícola Santo Antônio Ltda. O texto de 1959 incluía outros dados:
“O crescente desenvolvimento de suas atividades comerciais levou-a a instalar uma filial em São Paulo no dia 1º de março de 1950, quando ocupava um prédio alugado para tal fim. Criou-se então o desejo, nos diretores daquele estabelecimento, de construir um prédio próprio na capital bandeirante, o que foi conseguido com a inauguração das modernas instalações em amplo prédio de dois andares, em 1º de junho de 1955”.
Diretoria em 1975
A Cooperativa Vinícola Santo Antônio também foi destacada no álbum “Centenário da Imigração Italiana (1875-1975)”, lançado em 1975. À época, tinha como dirigentes Claudino Venturini (presidente), Euclides Menegat (diretor comercial), Otalino Morsolin (diretor gerente) e Raul Bigarella (diretor geral). São desse livro a imagem que abre a matéria e o registro acima, dos clássicos garrafões empalhados.
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