De 1935 a 1981 ele esteve lá, demarcando a divisa entre os bairros São Rio Branco e São Pelegrino e abastecendo milhares de consumidores, não só de Caxias e região, mas do Estado e do Brasil. Falamos do complexo da Vinícola Mosele, situado na Avenida Rio Branco, onde hoje situa-se a Receita Federal.
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Fundada em 1935 pelos empresários Eduardo Mosele, José Jaconi e Fortunato Mosele, a empresa notabilizou-se no mercado pela vasta linha de produtos.
Da fábrica para a mesa dos consumidores do Estado e do Brasil saíam o Branco Seco, o Clarete Mosele, o Riesling Mosele, o Espumoso Frisante Branco Seco, o Reno Mosele, o Frisante Tinto, o Vermuth Branco, o Gemado OK, o Quinado e o Conhaque Mosele, além do suco de uva e do Fino Champagne Mosele. Sem falar, claro, nos lendários vinhos Raposa e Raposa Verde.
O escoamento de toda essa produção era beneficiado ainda pela localização privilegiada: boa parte da mercadoria costumava ser despachada pelo antigo ramal ferroviário, com os vagões sendo abastecidos bem atrás da vinícola.
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A produção
Em 1950, a empresa somava mais de 200 operários, possuindo ainda fábricas próprias de garrafas, barris e caixas para acondicionamento das bebidas, além de dois engenhos com destilaria para a produção de álcool e outros derivados. Na parte logística, a Mosele contava com escritórios e depósitos no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Também mantinha representantes em cerca de 200 praças do país.
Na imagem acima, o complexo visto das alturas no início dos anos 1950, com destaque para a extinta chaminé. Na época, o parque fabril estendia-se pelas ruas Protásio Alves e Desembargador Armando Azambuja. Tudo veio abaixo em 1981, posteriormente à falência da empresa.
Três anos depois, em 1984, a Receita Federal migrava do Edifício Adelaide (galeria do Bar 13) para uma Avenida Rio Branco sem o menor resquício da velha vinícola. Mas as lembranças seguem por lá até hoje...
Na foto aérea acima vê-se também as dependências do quartel, o velho casarão de madeira do Hotel Avenida (que pegou fogo em 2018, na esquina com a Olavo Bilac) e a Indústria Caxiense de Molduras. Ao fundo, a antiga Igreja dos Capuchinhos, na esquina da General Sampaio com a General Mallet, e o Convento Imaculada Conceição.
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Os diretores
Em 1947, a vinícola transformou-se em Sociedade Anônima, com sua razão social alterada para E. Mosele S/A – Estabelecimentos Vinícolas, Industriais e Comércio.
Entre seus acionistas figuravam, além do presidente Eduardo Mosele, o diretor técnico Fortunato Mosele, o gerente João Mosele e os diretores comerciais Firmino Bisol, Hugo Castello Koeche, José Mosele, Beno Weirich, Adelino de Barros, Paulo Segalla, Orlando Mosele e Rodolfo Schio.
Parceria
Com informações reproduzidas do livro Documentário Histórico do Município de Caxias do Sul – 1875-1950, de Duminiense Paranhos Antunes.