No inverno e, sobretudo, em dias de temperaturas muito baixas como nesta semana, notamos uma mudança nos nossos hábitos alimentares. A salada, por exemplo, que aparecia com mais facilidade no cardápio no verão, não é um prato que seja tão apreciado na estação de frio.
Além disso, é normal que o corpo "peça" por alimentos mais gordurosos e até aumente a nossa vontade de comer carboidratos ou aquele docinho. Não dá outra: com essas mudanças nos hábitos e preferências no inverno, é comum que você chegue ao verão com alguns quilos a mais.
Mas por que esse desejo por alimentos mais calóricos cresce no inverno? Há, também, quem sinta mais fome nos dias frios. A explicação tem a ver com o nosso comportamento alimentar, que é baseado em pilares externos, como a época do ano, e internos, que é a forma como seu metabolismo funciona. Entenda:
Fatores internos que influenciam seu hábito alimentar
O corpo trabalha de maneira diferente de acordo com a temperatura externa. Há um processo chamado termogênese, que é o jeito que o organismo encontra de nos manter aquecidos quando a temperatura externa é mais gelada do que o corpo. No inverno, o corpo precisa gerar mais energia para funcionar e ficar quentinho.
O que isso significa? Se o corpo gasta mais calorias para essa função, isso significa que, ao final do dia, terá gastado mais calorias do que no verão. Isso seria ótimo se você mantivesse o mesmo padrão alimentar, mas o efeito desse gasto calórico maior é justamente o aumento do apetite. Seu corpo vai pedir mais calorias - ou seja, mais comida.
Gastar mais calorias pode ser uma vantagem
Olhando por outro lado, se você trabalha o seu comportamento alimentar, come com atenção aos sinais de fome e saciedade e usa alimentos estratégicos, emagrecer no inverno pode ser mais fácil. Se o corpo está queimando mais calorias, fica mais fácil obter um déficit calórico - que é essencial no emagrecimento.
Para aproveitar isso de maneira eficiente e estratégica, você precisa ter refeições que proporcionem mais saciedade - e, de preferência, com alimentos que tenham baixa densidade calórica. Insira na dieta alimentos que são ricos em fibras e que tenham poucas calorias em grande quantidade. Uma dica é apostar em frutas como morango, maçã e kiwi.
Conte com ajuda profissional
Para ter uma alimentação estratégica e que entenda as suas necessidades nutricionais individualizadas, que adapte as suas refeições aos horários que fazem mais sentido para você e para seus sinais de fome e saciedade, procure um nutricionista.
Além disso, é importante se manter ativo em qualquer época do ano. Um profissional de Educação Física pode indicar qual o melhor exercício físico para você. Procurar ajuda é a maneira mais fácil, prática e inteligente de obter bons resultados.
Paula Mar Pinto é nutricionista clínica por formação, mas se considera uma "facilitadora de experiências saudáveis". Depois de muito brigar com a balança, resolveu se aliar a ela. É autora do projeto E Agora, Nutrinha?.