Ao longo dos 15 anos de Destemperados, vimos muitas mulheres incríveis assumirem cargos importantes na gastronomia brasileira e se tornarem referência profissional e pessoal para muita gente. E, para a nossa sorte, tivemos a oportunidade de conversar com muitas delas, como Paola Carosella, Rita Lobo, Roberta Sudbrack, Helena Rizzo e Palmirinha.
Por isso, neste dia 8 de março, reunimos alguns dos principais ensinamentos e conselhos que aprendemos com cada uma delas. Acreditamos que, assim como para nós, poderá servir de inspiração para você também.
Curta o caminho do aprendizado
Paola Carosella, com mais de 30 anos de experiência na cozinha, aconselha quem começa a não ter pressa para chegar em algum lugar. O caminho é longo e, por ele, haverá inúmeras oportunidades para aprender, errar e levantar. Por isso, curta o processo!
– Aproveite esse momento de não saber, sem querer preenchê-lo rapidamente com tudo – comenta a chef.
Todo mundo pode cozinhar
Se tem alguém que descomplicou as técnicas, nomenclaturas e receitas elaboradas, foi Rita Lobo. Sua paciência para explicar cada passo, democratizando a gastronomia, é uma grande inspiração para nós. Até mesmo ela começou a aprender a cozinhar depois de adulta, mostrando que o que importa é ter prazer e vontade de aprender.
Cozinhe por amor
Roberta Sudbrack nos ensinou que os prêmios na vida de uma chef ou de um restaurante são homenagens que fazem parte do processo, mas não devem ser o objetivo final. Sudbrack diz que as premiações “não mudam a maneira de encarar o nosso ofício”. O que importa diariamente é “aquela coisa genuína de cozinhar por prazer e por amor”.
Tenha coragem
Quando perguntamos a Palmirinha o que diria para ela mesma de 20 anos atrás, respondeu “você não tem ideia de quão longe vai chegar. Não tenha medo de nada”. Uma grande lição sobre perseverança e coragem para ir atrás dos seus objetivos.
Qualidade supera quantidade
Considerada umas das melhores chefs do mundo, Helena Rizzo nos ensinou que a alta gastronomia não tem a ver com excesso de técnica, mas sim, com a qualidade dos produtos utilizados e do alimento entregue, além de um boa ideia. Seu restaurante Maní é a maior prova dessa máxima: celebra a culinária brasileira, os ingredientes locais e é conhecido por seus valores, como a sazonalidade e o respeito ao produtor.
Determine seus objetivos
De nada adianta traçar uma jornada no ramo da gastronomia sem saber ao certo onde deseja chegar. Paola Carosella relembra que a cozinha é um universo difícil, que vai exigir bastante energia e dedicação e, por vezes, pode se tornar uma competição contra as próprias cozinheiras/chefs. Por isso, é muito importante manter em mente quais seus valores e objetivos. A chef diz que é necessário “entender o custo disso, se estão dispostas e se a recompensa paga”.
Conecte-se com o que você faz
Helena Rizzo nos ensinou que o segredo de uma boa comida não está apenas no tempero, é preciso saber escolher os produtos certos e prepará-los corretamente. Conhecer os produtos que serão utilizados e saber lidar com cada um faz toda a diferença. Cada verdura, legume, tempero tem uma forma adequada de uso e essa deve ser respeitada.
– A gente tem que estar conectado com aquilo que estamos fazendo – acredita Helena.
Seja fiel ao que você acredita
Na alta gastronomia, é comum esperar elementos caros e pomposos, com muitos talheres, louças e uma equipe de cozinha complexa. Mas isso não é sinônimo de qualidade! Roberta Sudbrack mostrou ser possível tornar um dos restaurantes mais renomados do país com gastronomia simplificada, decoração minimalista e comida caseira. Ela acreditou nos seus valores, sua história e origem e tornou eles sua própria referência.
Seja você mesmo
O sucesso da Palmirinha na televisão foi justificado por ela mesma por conta da sua autenticidade. Nas palavras dela, “acredito que por eu ser quem eu sou dentro e fora da televisão fez com que as pessoas se identificassem”. Sua história e sua origem sempre estiveram presentes nas suas aparições. Seu conselho é “seja você e siga em frente!”
Valorize a comida natural
Um dos princípios mais admirados da Rita Lobo é que ela ensina a fazer comida fácil, com ingredientes frescos e “de verdade”, como ela mesma intitula. Ela diz que a solução para as famílias que já não comem mais à mesa e se alimentam de ultraprocessados está em “comer o que os nossos avós comiam”. Não apenas para ter uma vida mais saudável, mas para resgatar as relações de afeto perdidas do tempo em que café da manhã, almoço e jantar ainda eram um espaço para alimentar relações.