Uma fissura no consenso, um alerta contra os exageros, uma crítica ao puritanismo e ao "denuncismo". Para a escritora Catherine Millet, que participou da redação do chamado "Manifesto das Mulheres Francesas", esses eram os objetivos principais do documento – que acabou atraindo quase tanta atenção (e ódio) quanto o próprio movimento que criticava. O manifesto foi publicado no jornal francês Le Monde em janeiro, apenas três dias depois da histórica cerimônia do Globo de Ouro em que artistas se vestiram de preto em apoio ao movimento Me Too, que combate o assédio e o abuso sexual. Curadora e crítica de arte – e agora inimiga pública número 1 de parte do movimento feminista –, Millet, aos 70 anos, está acostumada a polêmicas. Em 2001, tornou-se mundialmente conhecida ao lançar o livro A Vida Sexual de Catherine M., em que compartilhava histórias íntimas. Ela é a conferencista do Fronteiras do Pensamento no próximo dia 2.
Com a Palavra
"Há uma gradação infinita entre uma grosseria e um assédio grave", defende escritora francesa Catherine Millet
Palestrante do Fronteiras do Pensamento, uma das autoras do chamado Manifesto das Mulheres Francesas quer um feminismo "que não faça guerra aos homens"
Cláudia Laitano
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