O dólar abriu em leve baixa nesta quinta-feira (26), cotado a R$ 6,17. Durante o feriado de Natal, o Google chegou a exibir um valor errado para a moeda norte-americana na quarta (25), enquanto o mercado estava fechado no Brasil.
Na segunda-feira (23), o dólar fechou o dia cotado a R$ 6,18. Ao longo da manhã de quinta, o valor máximo chegou a R$ 6,19, mas fechou em R$ 6,17.
Na tentativa de conter a alta da moeda, o Banco Central (BC) vendeu US$ 3 bilhões em um leilão à vista. Com esta intervenção mais recente, a autarquia já leiloou US$ 19,760 bilhões à vista no mercado desde 12 de dezembro. É a maior injeção de recursos em um único mês da história do regime flutuante de câmbio, acima dos US$ 12,054 bilhões vendidos em março de 2020, durante a pandemia de covid-19.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta quinta, Andrew Storfer, diretor da Anefac, avaliou que o dólar pode subir um pouco mais:
— O natural seria que, no início de janeiro, descesse um pouquinho este valor, não muito, abaixo de R$ 6 é impensável, mas não está descartado ele continuar escalando e, em algum momento, chegar próximo de R$ 7.
A escalada a patamares históricos teve início no fim de novembro, quando o dólar chegou à marca dos R$ 6 pela primeira vez. O pico respondeu à declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que anunciou isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Cotação do dólar ao vivo
Confira o gráfico da evolução da moeda, disponibilizado pela TradingView:
Valor do dólar atualizado
Dólar comercial: R$ 6,17
Máxima dólar comercial: R$ 6,19
Influência do governo
De acordo com Storfer, o pacote de corte de gastos do governo federal não foi suficiente para melhorar as projeções, já que a proposta foi muito tímida e ainda foi desidratada no Congresso.
— Aquela credibilidade do governo, que já estava baixa, foi jogada por terra, no sentido de que, assim, ele não vai economizar, ele vai continuar gastando e gastando ele põe mais lenha nesta fogueira da inflação — ponderou o economista.