Uma das estreias nos cinemas de Porto Alegre nesta quinta-feira (24), O Quarto ao Lado (The Room Next Door, 2024) é um dos cinco melhores filmes em cartaz nas salas parceiras do Clube do Assinante, que oferecem 50% de desconto na compra do ingresso.
Nas unidades do GNC Cinemas (nos shoppings Iguatemi, Moinhos e Praia de Belas, na Capital, e em Caxias do Sul) e da rede Arcoplex (Cachoeirinha, Gravataí, Lajeado, Passo Fundo e Santa Maria), a meia entrada vale para sócio do Clube e um acompanhante todos os dias da semana, incluindo feriados e as sessões 3D. No Cine Laser, em Passo Fundo, os 50% são aplicados de segunda a sexta-feira, exceto feriados e pré-estreias.
Atenção: o desconto não é cumulativo com outras promoções. Veja as regras no site clubedoassinanterbs.com.br e confira, aqui, as minhas recomendações (a ordem é apenas alfabética). Consulte os sites dos cinemas para saber sobre os horários e preços das sessões. E clique nos links se quiser saber mais.
1) O Aprendiz (2024)
De Ali Abbasi. Lançado no Brasil às vésperas das eleições que podem reconduzir Donald Trump, 78 anos, à presidência dos Estados Unidos, o filme que retrata a sua ascensão como empresário do setor imobiliário e magnata midiático, nas décadas de 1970 e 1980. O primeiro acerto de O Aprendiz é não tentar acomodar em duas horas toda a trajetória do biografado — o diretor de Border (2018) e Holy Spider (2022) faz um recorte no tempo, preciso e emblemático: conseguimos compreender como Trump transformou-se na figura de hoje, tão poderosa e temida quanto alvo da ridicularização por causa de suas idiossincrasias políticas e de suas extravagâncias pessoais. O personagem é interpretado por conhecido como o Soldado Invernal do Universo Marvel e indicado ao Emmy pela minissérie Pam & Tommy (2022). Premiado por sua atuação na série Succession (2018-2023), Jeremy Strong interpreta o mentor do futuro mandatário da Casa Branca, o advogado Roy Cohn. E Maria Bakalova, que concorreu ao Oscar de atriz coadjuvante por Borat: Fita de Cinema Seguinte (2020), encarna Ivana.
2) O Quarto ao Lado (2024)
De Pedro Almodóvar. Trata-se de um marco duplo na carreira do cineasta espanhol. Foi seu primeiro longa-metragem falado em inglês e conquistou pela primeira vez para seu país o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Bem cotado para concorrer ao Oscar 2025 de melhor atriz (Tilda Swinton), roteiro adaptado (pelo próprio Almodóvar, a partir de livro escrito por Sigrid Nunez) e música original (Alberto Iglesias) o filme retrata a reaproximação de duas amigas. Interpretada por Julianne Moore, Ingrid é uma escritora de sucesso que está lançando um livro que escreveu para tentar lidar com o seu medo da morte. Durante a sessão de autógrafos, uma antiga conhecida lhe dá uma triste notícia: outra velha amiga, a jornalista de guerra Martha (papel de Swinton), está internada com um câncer em estágio terminal. Não dá mais para operar, só resta participar de um tratamento experimental. Martha faz o balanço da vida porque já não aguenta mais a tortura das falsas esperanças. A autopiedade não lhe cai bem, nem é estoica para suportar as dores terríveis: "Meu corpo vai continuar lutando enquanto eu sofro até o último suspiro?". É a deixa para o diretor abordar o tabu da eutanásia e do suicídio assistido, que envolve questões filosóficas, éticas e religiosas.
3) Robô Selvagem (2024)
De Chris Sanders. À primeira vista, pode causar uma sensação de déjà vu nos pais: outro longa-metragem de animação estrelada por um robô que precisa lidar com questões bem humanas, com sentimentos como amor, luto e empatia, com dificuldades de comunicação e com a preservação da Terra, a exemplo de O Gigante de Ferro (1999), Robôs (2005), Wall-E (2008), Operação Big Hero (2014) e Meu Amigo Robô (2023). Mas este filme é imperdível. Assinado pelo mesmo diretor de Lilo & Stitch (2002) e Como Treinar seu Dragão (2010), ambos em parceria com Dean DeBlois, Robô Selvagem equilibra aventura, comédia e drama, com pitadas de terror. Tem crítica social, mensagem ecológica e doses generosas de emoção, mas sem descambar para a pieguice. E é extremamente bonito — as técnicas de animação digital foram aprimoradas para que as cenas pareçam pintadas.
4) A Substância (2024)
De Coralie Fargeat. Não espere para ver no streaming: o filme com Demi Moore e Margaret Qualley merece ser visto na tela grande e com som alto porque explora ao máximo todos os recursos do cinema. Mas convém avisar que a tela grande e o som alto aumentam o desconforto, o choque e até o nojo que as cenas podem causar. Por meio do body horror, a diretora francesa mostra como os corpos das mulheres são objetificados e vendidos antes de serem descartados.
5) Super/Man: A História de Christopher Reeve (2024)
De Ian Bonhôte e Peter Ettedgui. Chorei feito criança ao ver o documentário que reconstitui a a trajetória do ator nova-iorquino que interpretou o icônico super-herói em quatro títulos - Superman (1978), Superman II (1980), Superman III (1983) e Superman IV: Em Busca da Paz (1987) — e que morreu há 20 anos, em 10 de outubro de 2004, poucos dias após comemorar seu 52º aniversário. Os diretores contam a jornada de ascensão, tragédia e superação de modo não linear, indo e voltando no tempo, e a montagem assinada por Otto Burnham é muito eficiente ao usar cenas das aventuras do Homem de Aço para ilustrar depoimentos. Claro que a nostalgia e a ligação afetiva pesaram: eu era de fato uma criança quando Reeve nos fez acreditar que era possível voar. Mas Super/Man não comove apenas por relembrar atos de heroísmo, ainda que fictícios, e celebrar o impossível. Como o título indica, convivem lado a lado — ou até se opõem — o personagem superpoderoso, símbolo de força, de nobreza e de esperança, e o homem que o encarnou, humano como todos nós, com suas inseguranças, seus traumas e suas falhas.
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