O Information Society é a principal atração do show que vai transformar o Auditório Araújo Vianna em uma danceteria dos anos 1980 e 1990. Marcada para as 20h deste domingo (22), a apresentação em Porto Alegre encerra a turnê brasileira que reuniu também o Double You e o Kon Kan (clique aqui para saber mais).
Formado por Kurt Harland (vocal), Paul Robb (sintetizadores) e James Cassidy (baixo e teclados), o trio estadunidense nasceu em St. Paul, no Minnesota, e teve como seu primeiro grande sucesso What's On Your Mind (Pure Energy), de 1988. Entre suas pérolas, estão Running (1985), a balada Repetition (1988), Think (1990) e o petardo Peace & Love, Inc. (1992).
Um dos fundadores do InSoc, Robb concedeu por e-mail a seguinte entrevista à coluna:
O nome da banda foi inspirado no Ingsoc, o acrônimo que define o Socialismo Inglês no livro 1984, de George Orwell? Por que foi adaptado para Information Society?
Eu não diria que foi "inspirado" no termo "Ingsoc", mas quando percebemos que Information Society poderia ser abreviada como InSoc, é claro que imediatamente pensamos nesse termo a partir de 1984. O fato de nos considerarmos não-conformistas musicais ajudou na associação.
Pelo que li em entrevistas, vocês têm um carinho especial pelo Brasil, muito por causa do Rock In Rio de 1991. Podem falar sobre a relação com os fãs brasileiros?
Temos sim um carinho especial pelo Brasil. Depois dos EUA, o Brasil é nosso principal mercado e definitivamente nosso lugar favorito para tocar ao vivo. Descobrimos que nossos fãs brasileiros têm uma capacidade única de entender tanto o humor da banda quanto o lado romântico da nossa música. Cada cidade em que tocamos no Brasil tem uma sensação um pouco diferente, e gostamos dessa diversidade. Além disso, amamos a música brasileira.
No repertório do Information Society, há alguma música que vocês considerem a preferida? Por quê?
Cada música tem um lugar especial para mim. É difícil ficar realmente emocionado com os grandes sucessos hoje em dia, porque já tocamos tantas vezes. Você pode imaginar o quão cansado Mick Jagger está de cantar Satisfaction? Sinceramente, acho que algumas de nossas músicas mais recentes estão entre as nossas melhores. Há uma música em nosso álbum mais recente, Oddfellows (2021), chamada The Mymble's Daughter que é minha favorita no momento.
Peace & Love, Inc., de 1992, é uma música que resistiu muito bem à passagem de tempo. Continua com frescor e uma energia contagiante. A letra, por sua vez, continua bastante atual, ao falar da mercantilização da felicidade, por exemplo, ou da supervalorização e da fabricação do politicamente correto. Podem falar um pouco sobre a construção da letra?
Sua observação está correta, a música é principalmente sobre a mercantilização dos valores humanos, e o mundo corporativo certamente percorreu um longo caminho nesse sentido desde 1992, quando a música foi escrita. Por um tempo, nos EUA, alguns fãs pensaram que a música era uma espécie de hino da direita, ou seja, que estávamos criticando qualquer um que ousasse defender a paz ou o amor. Mas, na verdade, a música não é nada disso; é uma crítica ao aproveitamento corporativo das emoções e valores das pessoas, tanto positivos como negativos. Na verdade, como os designers dos algoritmos do Facebook, TikTok e (do finado) Twitter podem testemunhar, as emoções e valores negativos parecem ser muito mais "valiosos" no mundo online do que os positivos. Quem pode negar que em 2024 o termo "politicamente correto" tem um significado muito diferente do que tinha em 1992?