Este domingo, 1º de setembro, assinala os 85 anos da invasão da Polônia pela Alemanha nazista, ponto inicial da Segundo Guerra Mundial, um tema inesgotável no cinema.
Aliás, filme de guerra é um gênero cinematográfico praticamente inesgotável. Primeiro porque não faltam conflitos atuais a serem retratados ou antigos a serem revisitados. Segundo porque esse tipo de produção permite a seus realizadores tanto exibir seu esmero técnico quanto exprimir suas ideias políticas.
E terceiro porque existem várias vertentes a serem exploradas. Uns assistem por causa da reconstituição de batalhas e do detalhamento de estratégias. Outros apreciam as histórias de heroísmo (ou covardia) dos soldados na linha de frente. Há quem entenda que o papel desse tipo de produção é o de denunciar o horror e a loucura, a desumanização e a mortandade. E temos também os personagens históricos marcantes e não raro controversos.
Esses quatro perfis de espectador podem encontrar dezenas de opções nas plataformas de streaming. Na lista a seguir, separei 45 títulos, de clássicos a bem recentes, muitos deles premiados no Oscar ou em festivais como os de Berlim e Cannes.
45 melhores filmes sobre a Segunda Guerra Mundial
1) O Grande Ditador (1940)
De Charles Chaplin. Uma das obras mais icônicas de Chaplin, que interpreta Adenoide Hynkel, uma paródia escrachada do líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler. Jack Oakie dá vida a Benzino Napaloni, que ironiza a figura de Benito Mussolini, o comandante da Itália fascista. Lançado em 1940, antes de os Estados Unidos entrarem na Segunda Guerra Mundial, foi o primeiro longa falado do astro e recebeu cinco indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e ator. (Telecine)
2) Casablanca (1942)
De Michael Curtiz. Humphrey Bogart e Ingrid Bergman vivem Rick e Ilsa, casal separado na tomada de Paris pelos nazistas. Tempos depois, eles se reencontram em Casablanca, no Marrocos. Ele é dono de um bar, e ela chega com o novo companheiro, Victor Laszlo (Paul Henreid), líder da resistência aos alemães. Com um dos mais famosos triângulos amorosos de todos os tempos, Casablanca faturou os Oscar de melhor filme, direção e roteiro. (Max)
3) A Um Passo da Eternidade (1953)
De Fred Zinnemann. Em um alojamento do exército havaiano, nos dias que antecedem o ataque a Pearl Harbor, um soldado solitário e campeão de boxe (Montgomery Clift) se recusa a lutar, preferindo tocar clarinete. O rapaz é submetido a uma série de torturas e punições sob ordens do severo capitão Holmes (Philip Ober), cuja esposa (Deborah Kerr) inicia um romance com o sargento Warden (Burt Lancaster). Ganhou oito Oscar, incluindo melhor filme, direção e ator coadjuvante (Frank Sinatra). (Belas Artes à La Carte e Aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
4) A Ponte do Rio Kwai (1957)
De David Lean. Em um campo de prisioneiros dos japoneses na Birmânia, oficial britânico é obrigado a comandar a construção de uma ponte para o inimigo. Ganhou sete Oscar, incluindo os de melhor filme, direção e ator (Alec Guinness). (Aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
5) Os Canhões de Navarone (1961)
De J. Lee Thompson. Duas armas alemãs poderosas controlam os mares na ilha grega de Navarone, impedindo a saída das tropas britânicas de uma ilha vizinha. Contra chances mínimas, um esquadrão enfrenta mares tempestuosos e colinas imponentes e tenta destruir os canhões. Estrelado por Gregory Peck, Anthony Quinn e David Niven, recebeu sete indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e direção. Ganhou em efeitos especiais. (Aluguel em Amazon Prime Video e Apple TV)
6) Julgamento em Nuremberg (1961)
De Stanley Kramer. O filme não é sobre o julgamento dos líderes nazistas, que já haviam sido condenados, mas de quatro juízes que usaram seus cargos para permitir e legalizar as atrocidades contra os judeus. Valeu a Maximilian Schell o Oscar de melhor ator, no papel do advogado de defesa Hans Rolfe, e venceu também na categoria de roteiro adaptado. O elenco estrelado inclui Spencer Tracy (também indicado ao troféu de ator), Judy Garland (concorrente como atriz coadjuvante) e Montgomery Clift (que competiu como ator coadjuvante). (Oldflix)
7) Fugindo do Inferno (1963)
De John Sturges. Prisioneiros aliados estão confinados em um campo de concentração que os nazistas acreditam ser intransponível. Steve McQueen, astro em ascensão e apaixonado por velocidade, exigiu pilotar uma motocicleta em meio a um tiroteio. (Belas Artes à La Carte e MGM)
8) Patton: Rebelde ou Herói? (1970)
De Franklin J. Schaffner. Ao reconstituir a história do vitorioso militar que se recusou a ir a um encontro diplomático, o diretor discute questões como heroísmo, patriotismo, reconhecimento e honra. Foram sete conquistas no Oscar, incluindo melhor filme, direção, ator (George C. Scott) e roteiro original. (Disney+)
9) Tora! Tora! Tora! (1970)
De Richard Fleischer, Kinji Fukasaku e Toshio Masuda. Reencena, tanto do ponto de vista estadunidense quanto do japonês, a preparação, os eventos e os erros que possibilitaram o ataque nipônico à base área de Pearl Harbor, em 1941, fato que forçou a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. O título do filme é o código utilizado em caso de sucesso do Japão, que traduzido para o português significa "Tigre! Tigre! Tigre!". No elenco, Jason Robards e Toshiro Mifune. O episódio também foi retratado na barulhenta e melosa superprodução Pearl Harbor (2001), dirigida por Michael Bay e estrelada por Ben Affleck, Kate Beckinsale e Josh Hartnett. (Disney+)
10) A Águia Pousou (1976)
De John Sturges. Sequestrar Winston Churchill, o líder e grande estrategista da resistência britânica aos nazistas, é a cartada de Hitler que pode ser decisiva nos rumos da Segunda Guerrra. Para cumprir a ousada missão, uma tropa de elite alemã desembarca em um povoado da Inglaterra. No elenco, Michael Caine e Donald Sutherland. (Looke)
11) Cruz de Ferro (1977)
De Sam Peckinpah. Uma frente de soldados alemães luta para sobreviver aos ataques soviéticos na Segunda Guerra Mundial, contando com a liderança do novo comandante, o condecorado oficial Steiner (James Coburn), que busca apenas uma coisa: a Cruz de Ferro para honrar sua família. (Looke)
12) O Barco: Inferno no Mar (1981)
De Wolfgang Petersen. Com um impressionante trabalho de cenografia, o filme recria o claustrofóbico interior de um submarino nazista perseguido pelas forças dos aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Interpretado por Jürgen Prochnow, seu comandante é um navegador experiente e grande estrategista que tenta preservar a moral da tripulação em meio à progressiva tensão dos enfrentamentos que vão avariando o submarino e tornando cada vez mais tensa a luta daqueles marinheiros pela sobrevivência. Afora sua excelência como filme de ação, O Barco é também um emocionante manifesto sobre a bestialidade da guerra e a condição humana em situações extremas. Concorreu a seis Oscar, incluindo o de melhor direção. (Aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV, Google Play e YouTube)
13) A Escolha de Sofia (1982)
De Alan J. Pakula. O título que virou expressão: invoca a imposição de se tomar uma decisão difícil sob pressão e enorme sacrifício pessoal. Meryl Streep ganhou o Oscar de melhor atriz por interpretar Sofia, uma polonesa que, sob acusação de contrabando, é presa com seus dois filhos pequenos, um menino e uma menina, no campo de concentração de Auschwitz. Um sádico militar nazista dá a ela a opção de salvar apenas uma das crianças da execução, ou ambas morrerão. (Aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV e Google Play)
14) Vá e Veja (1985)
De Elem Klimov. A representação da violência e selvageria que marcaram os confrontos entre soviéticos e nazistas tem como personagem central um jovem camponês da Bielorrússia (Alexei Jewgenjewitsch Krawtschenko) que, em 1943, junta-se a um grupo de milicianos que enfrentam os alemães. Em meio aos combates, o jovem se desgarra do grupo e passa a vagar sem rumo testemunhando horrores que a câmera de Klimov torna dolorosamente palpáveis. É um dos filmes essenciais do gênero. (Belas Artes à La Carte)
15) Adeus, Meninos (1987)
De Louis Malle. Na França ocupada, uma escola católica protege um menino judeu (Raphael Fejto), escondendo sua verdadeira identidade de todos, inclusive de seu amigo, Julien (Gaspard Manesse). Baseado nas memórias de Malle, venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza e disputou o Oscar nas categorias de filme internacional e roteiro original. (Oldflix)
16) Fuga de Sobibor (1987)
De Jack Gold. Alan Arkin e Rutger Hauer estrelam a reconstituição de uma fuga em massa do campo de extermínio nazista localizado na Polônia. (Looke)
17) Filhos da Guerra (1990)
De Agnieszka Holland. Na Polônia, o garoto judeu Salomon Perel (Marco Hofschneider) precisa se passar por um membro da juventude hitlerista para se manter vivo. Indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado. (Em DVD)
18) Mediterrâneo (1991)
De Gabriele Salvatores. Vencedora do Oscar de melhor filme internacional, a comédia dramática acompanha as desventuras de um grupo de soldados italianos que se isolam em uma ilha grega durante a Segunda Guerra Mundial. (Em DVD)
19) A Lista de Schindler (1993)
De Steven Spielberg. A Segunda Guerra Mundial é costumeiramente revisitada pelo cineasta, vide a comédia 1941: Uma Guerra Muito Louca (1979), a aventura O Império do Sol (1987), o drama O Resgate do Soldado Ryan (1998, veja logo abaixo) e a série Band of Brothers (2001), além da franquia Indiana Jones. Em A Lista de Schindler, que ganhou sete prêmios no Oscar (melhor filme, direção, roteiro adaptado, fotografia, montagem, direção de arte e música), ele conta a história verídica de Oskar Schindler, um industrial alemão que salvou mais de mil judeus do extermínio nos campos nazistas. O personagem é vivido por Liam Neeson, que concorreu ao Oscar de melhor ator. Seu antagonista é o comandante Amon Goeth, uma assombrosa interpretação de Ralph Fiennes, indicado ao Oscar de coadjuvante. Esplendidamente fotografado em preto e branco e rodado na Polônia, o filme alia a inventividade visual de Spielberg a um extraordinário poder de emocionar. (Netflix e Telecine)
20) A Vida É Bela (1997)
De Roberto Benigni. Premiado com o Oscar de filme internacional, de melhor ator (o próprio Benigni) e de música original (Nicola Piovani), ousa ao misturar comédia (na primeira parte, na cidade italiana de Arezzo) com drama, na segunda. O protagonista é um judeu enviado com sua esposa (Nicoletta Braschi) e o filho pequeno para um campo de concentração, onde ele usará da fantasia para esconder do menino os horrores do nazismo. (Oldflix e aluguel em Amazon Prime Video)
21) Além da Linha Vermelha (1998)
De Terrence Malick. Um filme de guerra pode ser bonito? É a pergunta que vem à mente diante desta obra-prima de Malick, que venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim e foi indicada em sete categorias do Oscar, incluindo melhor filme e direção. Nick Nolte, John Cusack, Sean Penn, Woody Harrelson, Jim Caviezel e Adrien Brody integram o elenco desta reconstituição poética e filosófica da batalha de Guadalcanal, travada no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial. (Disney+)
22) O Resgate do Soldado Ryan (1998)
De Steven Spielberg. Ambientado na Segunda Guerra Mundial, durante a invasão da Normandia pelas tropas aliadas, acompanha a jornada de um pelotão do exército estadunidense liderado pelo capitão John Miller (Tom Hanks), que precisa realizar uma difícil missão: encontrar e resgatar um soldado (Matt Damon) que se encontra atrás das linhas inimigas, no interior da Europa. O tal soldado Ryan é o último sobrevivente de quatro irmãos militares. Indicado a 11 Oscar, incluindo melhor filme e ator (Hanks), e ganhador de cinco estatuetas douradas (direção, fotografia, montagem, efeitos sonoros e som), O Resgate do Soldado Ryan é um dos filmes mais cultuados do gênero. Os 20 e poucos minutos nos quais Spielberg reconstitui, com realismo impressionante, o Dia D (o desembarque nas praias francesas) tornaram-se um dos grandes momentos do cinema hollywoodiano. E, claro, influenciaram bastante as produções de guerra seguintes. (Claro TV e Globoplay)
23) Conspiração (2001)
De Frank Pierson. No inverno de 1942, as tropas de Hitler estavam famintas e congelando nas nevascas da Rússia, e os Estados Unidos tinham entrado na guerra. Liderados pelo general da SS Reinhard Heydrich (personagem de Kenneth Branagh), 15 homens de confiança do Führer se encontram para uma reunião secreta perto de Berlim. Lá, eles deliberam sobre a Solução Final, que tinha por objetivo eliminar os judeus da Europa. No elenco, Stanley Tucci e Colin Firth. (Max)
24) O Pianista (2002)
De Roman Polanski. Acompanha o inferno vivido por Wladyslaw Szpilman, famoso pianista polonês que trabalha em uma rádio de Varsóvia e precisa fugir dos alemães que ocuparam seu país. Venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes e os Oscar de melhor direção, roteiro adaptado e ator, para Adrien Brody. (Netflix e Telecine)
25) A Queda! As Últimas Horas de Hitler (2004)
De Oliver Hirschbiegel. No filme indicado ao Oscar internacional, Adolf Hitler (encarnado por Bruno Ganz) aparece brincando com seu cachorro, elogiando a massa preparada pela cozinheira, beijando na boca Eva Braun, pegando no colo uma criança e até derramando uma lágrima. Esse retrato da faceta humana do genocida nazista tinge de controvérsia A Queda!, que se concentra nos acontecimentos a partir do dia 20 de abril de 1945, data em que o Führer se refugiou no bunker instalado no subsolo da Chancelaria Alemã, enquanto o exército russo fechava o cerco a Berlim, nos estertores da Segunda Guerra Mundial. A sequência em que Hitler esbraveja com seus oficiais se transformou em um dos mais famosos memes da internet. (Em DVD)
26) Cinema, Aspirinas e Urubus (2005)
De Marcelo Gomes. Em 1942, um mascate alemão (Peter Ketnath) fugido da Segunda Guerra Mundial viaja com seu caminhão pelo sertão nordestino. A ele se junta um retirante (João Miguel) que deseja driblar a fome e a miséria seguindo em direção ao Rio de Janeiro. (MUBI e Reserva Imovision)
27 e 28) A Conquista da Honra (2006) / Cartas de Iwo Jima (2006)
De Clint Eastwood. Neste díptico, o cineasta retrata a guerra no Pacífico por dois pontos de vista opostos. Em A Conquista da Honra, ele conta as histórias dos seis soldados que, em 1945, levantaram a bandeira dos EUA na Batalha de Iwo Jima, ilha que estava sob o domínio do Japão. (Aluguel em Amazon Prime Video, Apple TV e Google Play)
Cartas de Iwo Jima é a contraparte, falada em japonês e estrelada por atores nipônicos. Eastwood inspirou-se na correspondência do general Tadamichi Kuribayashi (encarnado pelo ótimo Ken Watanabe) com sua esposa e os filhos durante os 35 dias de resistência ao massivo ataque das tropas aliadas. Disputou os Oscar de melhor filme, direção e roteiro original. (Aluguel em Amazon Prime Video e Apple TV)
29) Dias de Glória (2006)
De Rachid Bouchareb. Narra um episódio que passa ao largo da história oficial da França: a participação na Segunda Guerra de soldados arregimentados em territórios franceses na África, ironicamente convocados a pegar em armas pela libertação de um país que ainda colonizava suas nações natais. O filme acompanha a trajetória de combatentes argelinos e marroquinos que, vestindo o uniforme francês, vão participar da campanha na Europa. Foi indicado ao Oscar internacional pela Argélia, e os cinco atores principais receberam um prêmio conjunto de interpretação no Festival de Cannes. (Em DVD)
30) Desejo e Perigo (2007)
De Ang Lee. Situado durante a ocupação japonesa na China, este thriller de espionagem tem a Segunda Guerra Mundial como pano de fundo. Trata-se de uma trágica e comovente história sobre a impossibilidade do amor, a partir da aproximação de uma jovem ativista (Tang Wei) que integra a resistência chinesa com um político colaboracionista (Tony Leung) que trabalha para os japoneses e que ela ficou incumbida de assassinar. Venceu o Leão de Ouro no Festival de Veneza. (Amazon Prime Video)
31) Os Falsários (2007)
De Stefan Ruzowitzky. Vencedora da estatueta de melhor filme internacional, esta produção austríaca narra a incrível história de um falsário judeu (Karl Markovics) que, preso pelos nazistas, concordou em ajudar seus algozes em uma grande operação de falsificação criada para financiar os esforços de guerra. Depois do conflito, ele fugiu e terminou a vida entre Montevidéu e Porto Alegre. (Looke)
32) Katyn (2007)
De Andrzej Wajda. Revê, pelos olhos das mães, das viúvas e das filhas, o massacre de 22 mil militares e policiais poloneses por soviéticos em 1940, a mando de Stalin. Concorreu ao Oscar internacional. (Em DVD)
33) Bastardos Inglórios (2009)
De Quentin Tarantino. Para muitos, é a obra-prima de Tarantino (aliás, o filme termina com a seguinte narração em off: "Acho que esta pode ser minha obra-prima"). Brad Pitt, impagável, vive Aldo Raine, um matuto tenente dos EUA que lidera um grupo de militares judeus na caça aos nazistas na França ocupada. A ordem é fazer uso de violência extrema, para tocar o terror nos soldados de Hitler. Christoph Waltz, que ganhou o Oscar de ator coadjuvante e recebeu troféu no Festival de Cannes, interpreta Hans Landa, um coronel poliglota da SS. E Mélanie Laurent é Shosanna, uma sobrevivente que assume outra identidade e passa a gerir um cinema de Paris que é frequentado pelos alemães. Parodiando filmes de guerra como Os Doze Condenados (1967), Bastardos Inglórios homenageia o dom de iludir do cinema ao subverter a história da Segunda Guerra Mundial. (Disney+ e Telecine)
34) A Estrada 47 (2013)
De Vicente Ferraz. O drama de quatro soldados da Força Expedicionária Brasileira que, para evitar o risco da corte marcial por deserção, tentam desativar um campo minado no caminho de um vilarejo italiano. Com Daniel de Oliveira, Júlio Andrade e Thogun. (Max)
35) Phoenix (2014)
De Tony Petzold. O prestigiado cineasta alemão examina dilemas pós-Holocausto em mais uma parceria com a atriz Nina Hoss. Ela encarna uma mulher que teve o rosto desfigurado nos campos de concentração. Depois de uma cirurgia de reconstrução, ela vaga por uma Berlim bombardeada à procura do marido. (Reserva Imovision)
36) Invencível (2014)
De Angelina Jolie. O atleta olímpico das corridas Louis Zamperini (papel de Jack O'Connell) sofre um acidente de avião e cai em pleno mar durante a Segunda Guerra Mundial. Ele passa 47 dias no oceano e, quando consegue encontrar terra firme, é capturado pelos japoneses. (Netflix e Telecine)
37) O Filho de Saul (2015)
De László Nemes. A trama acompanha, em permanente close, um judeu húngaro (Géza Röhrig) obrigado a trabalhar para os nazistas no campo de concentração de Auschwitz. Ele afirma que um garoto executado é seu filho e cumpre odisseia para dar ao jovem um funeral judaico. Ganhou o Oscar de melhor filme internacional. (Max)
38) Até o Último Homem (2016)
De Mel Gibson. Narra a história real do paramédico Desmond Doss, que salvou 75 homens em Okinawa, no Japão, sem disparar um tiro. Foi indicado a seis Oscar, incluindo melhor filme, direção e ator (Andrew Garfield). (Max)
39) Negação (2016)
De Mick Jackson. Aborda a contestação do extermínio sistemático de judeus e outros grupos pelos nazistas — tese absurda, falaciosa e antissemita. A história começa em 1994, quando uma palestra da historiadora estadunidense Deborah Lipstadt (personagem real vivida por Rachel Weisz) é interrompida por David Irving (Timothy Spall), britânico cujos escritos tentam provar que Adolf Hitler jamais ordenou o genocídio judaico. O historiador arma um verdadeiro circo, acusando a estudiosa de difamá-lo no livro que ela está lançando e desafiando qualquer pessoa da plateia a apresentar algum documento que comprove a existência do Holocausto. A disputa judicial tem como cenário o Reino Unido, onde, segundo as leis, caberia ao acusado demonstrar sua inocência em um caso como aquele, e não ao denunciante apresentar o ônus da prova. O processo de Irving contra Lipstadt acaba colocando em julgamento no tribunal a própria aceitação histórica do genocídio. Negação ganha atualidade ao discutir essa questão em uma época atravessada por conceitos como "pós-verdade". (Para aluguel em Amazon Prime Video)
40) Dunkirk (2017)
De Christopher Nolan. Está ambientado na Segunda Guerra Mundial, durante a Batalha de Dunquerque, entre maio e junho de 1940, quando cerca de 400 mil soldados aliados ficaram encurralados pelas tropas alemãs no nordeste da França entre a terra e o mar. Na iminência de serem massacrados, britânicos e franceses torcem por um resgate marítimo da Inglaterra. Que, se vier e conseguir escapar do bloqueio inimigo, pode não ser suficiente para salvar todos. Nolan intercala três núcleos dramáticos: por terra, o acaso reúne dois jovens combatentes (Fionn Whitehead e Aneurin Barnard, aos quais vai se juntar o cantor Harry Styles, em sua estreia como ator) na briga pela sobrevivência; por água, um veterano marinheiro (Mark Rylance) parte da costa inglesa com o filho e um ajudante, atendendo à conclamação para que barcos civis auxiliem na evacuação dos homens do outro lado do canal; por ar, um piloto inglês (Tom Hardy) lidera um grupo de caças que tenta evitar os ataques dos aviões alemães a embarcações e tropas. Engenhosamente, há três arcos temporais distintos (respectivamente, uma semana, um dia e uma hora), que gradativamente vão convergindo para um clímax simultâneo. No Oscar, conquistou os troféus de edição, mixagem de som e edição de som e disputou outras cinco categorias: melhor filme, direção, fotografia, design de produção e música original. (Amazon Prime Video)
41) Jojo Rabbit (2019)
De Taika Waititi. Hitler pode ser engraçado? É permitido rir do homem que condenou ao sofrimento e à morte milhões de judeus? Humor e Holocausto combinam? Perguntas como essas assaltam o espectador assim que começa Jojo Rabbit, ganhador do Oscar de melhor roteiro adaptado e indicado a outras cinco estatuetas: melhor filme, atriz coadjuvante (Scarlett Johansson), edição, design de produção e figurinos. (Disney+)
42) O Pássaro Pintado (2019)
De Václav Marhoul. O filme tcheco que adapta uma novela do escritor Jerzy Kozinski causou uma debandada na plateia durante sua exibição no Festival de Veneza, por conta das cenas de agressões físicas e sexuais e mutilações que permeiam a trama sobre um menino judeu que perambula por vilas e guetos. (Looke)
43) O Protocolo de Auschwitz (2021)
De Peter Bebjak. O filme eslovaco é baseado na trajetória de dois jovens judeus que revelaram ao mundo o que acontecia nos campos de concentração nazistas _ infelizmente, não foram tão bem ouvidos de imediato. Na trama, Rudolf Vrba e Alfréd Wetzler se chamam Freddy e Valér e são interpretados, respectivamente, por Noel Czuczor e Peter Ondrejicka. (Amazon Prime Video)
44) Oppenheimer (2023)
De Christopher Nolan. Épico com três horas de duração, orçamento de US$ 100 milhões e mais de 70 atores no elenco que reconstitui a turbulenta trajetória do físico estadunidense considerado o pai da bomba atômica: J. Robert Oppenheimer (1906-1967), brilhantemente interpretado pelo irlandês Cillian Murphy. O protagonista nos lembra como somos complexos e contraditórios: Oppenheimer é egocêntrico, mas também é atormentado por dúvidas e inseguranças (será que a bomba vai trazer a paz — mesmo que instada pelo medo — que ele imagina?); é um cientista, mas também é um sujeito passional; é um gênio, mas também é ingênuo ("Como esse homem que viu tanta coisa pôde ser tão cego?", afirma um personagem). Venceu o Oscar sem sete categorias, incluindo melhorr filme, direção e ator. (Amazon Prime Video)
45) Zona de Interesse (2023)
De Jonathan Glazer. Vencedor do Oscar internacional, perturba ao mostrar o cotidiano familiar do nazista comandante de Auschwitz, onde pelo menos 1,1 milhão de judeus foram exterminados. Ganhou também a estatueta de som, graças a um trabalho assombroso: existe o filme que a gente vê e o filme que a gente ouve. (Amazon Prime Video)
Bônus: Arquitetura da Destruição (1989)
De Peter Cohen. O ditador nazista Adolf Hitler manifestava na juventude o desejo de seguir no campo artístico. Este excelente documentário reconstitui a trajetória do pintor frustrado que se tornou um dos líderes mais nefastos da história da humanidade. O filme mostra como Hitler, guiado por um delirante ideal de beleza e perfeição estética, comandou uma sanguinária política de “purificação”, tanto da produção artística quanto do perfil racial e religioso da Alemanha, projeto que culminou na perseguição e morte de milhões de pessoas. O cineasta sueco também destaca o papel da propaganda no Terceiro Reich. (Canal CurtaOn, no Amazon Prime Video)
Bônus 2: O Destino de uma Nação (2017)
De Joe Wright. Depois de publicada esta lista, lembrei que esqueci do filme sobre os primeiros dias de Winston Churchill no cargo de primeiro-ministro do Reino Unido, no momento em que o exército alemão cercava as tropas britânicas em Dunquerque, na França. Ganhou o Oscar nas categorias de melhor ator (Gary Oldman) e maquiagem e cabelos, sendo indicado também aos prêmios de melhor filme, fotografia, design de produção e figurinos. (Amazon Prime Video)
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