Este fim de semana está apetitoso para quem gosta de ver no cinema os indicados ao Oscar — que teve a lista de concorrentes da 96ª edição divulgada na terça-feira (23) pela Academia de Hollywod. Na quinta (25), entraram em cartaz ou reestrearam quatro filmes que brigam pela principal estatueta. Ao todo, cinco dos 10 candidatos podem ser vistos nas salas de Porto Alegre.
Há ainda um longa-metragem estadunidense que só disputa o prêmio de roteiro original, mas deveria ter sido indicado em mais categorias, uma produção irlandesa que concorreu ao Oscar internacional no ano passado, um belo documentário gaúcho, um filmaço espanhol de 2022 e o japonês que foi o melhor filme de 2023 na minha opinião.
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1) As Bestas (2022)
De Rodrigo Sorogoyen. Vencedor de nove Goyas, o filmaço espanhol está ambientado em uma aldeia no interior da Galícia, onde o diretor acompanha as desavenças de um casal francês — que cultiva vegetais e reabilitar casas abandonadas — com os vizinhos, que querem vender as terras para a implementação de um parque eólico. (No Espaço Bourbon Country, às 21h, e na Sala Paulo Amorim, às 19h15min)
2) Anatomia de uma Queda (2023)
De Justine Triet. A França poderia ter o franco favorito ao Oscar internacional, mas escolheu outro título, O Sabor da Vida, que acabou eliminado nas semifinais. Ganhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes, Anatomia de uma Queda compete em cinco categorias na premiação de Hollywood: melhor filme, direção, atriz (Sandra Hüller), roteiro original e edição. (Cinemark Barra, às 17h45min e 21h15min, Espaço Bourbon Country, às 21h, GNC Iguatemi, às 21h10min, e GNC Moinhos, às 17h30min e 20h40min)
3) Barbie (2023)
De Greta Gerwig. Na esteira das oito indicações ao Oscar, incluindo o de melhor filme e ator coadjuvante (Ryan Gosling), a sátira em que a famosa boneca encara o patriarcado voltou a cartaz nas salas IMAX para encorpar sua bilionária bilheteria. Foi um pecado a diretora ficar de fora da lista de competidores de sua categoria. (Cinemark Wallig, às 18h40min)
4) Céu Aberto (2023)
De Elisa Pessoa. O município de Dom Pedrito é o cenário deste documentário sobre as transformações sociais e econômicas no interior do RS.
A diretora se permite cenas poéticas ou apenas observacionais enquanto registra o cotidiano de Andriele Rodrigues Soares desde os 12 anos, em 2016, até atingir a maioridade, em 2022. Nascida em uma família simples da zona rural, onde o pai lida com vacas, ovelhas e porcos, ela começa sonhando em cursar Zootecnia. Depois, vai se dedicar a tutoriais de maquiagem. Ou a alimentar a ideia de trabalhar com marketing digital. Quer ter a casa própria na cidade, mas noutra hora conta que está pensando em voltar a morar com os pais. Andriele é um símbolo da inconstância da adolescência e da juventude, mas também tem lições a dar sobre como "tudo na vida muda muito rápido". E que às vezes os desejos se realizam, mas nem tudo sai como a gente quer. (Sala Norberto Lubisco, às 14h30min)
5) A Menina Silenciosa (2022)
De Colm Bairéad. Representou a Irlanda na disputa do Oscar de melhor filme internacional em 2023 e tem a cena final mais comovente dos últimos tempos. No verão de 1981, Cáit, nove anos, integra uma família numerosa com pais pobres e negligentes, na zona rural. Enquanto a menina tímida tentar se adaptar à escola, sua mãe engravida novamente. Então, decide-se que a guria vai passar um tempo com primos distantes de meia-idade, o casal sem filhos Eibhlín e Seán. (Sala Norberto Lubisco, às 16h30min)
6) Monster (2023)
De Hirokazu Kore-eda. O melhor filme do ano passado segue fascinando a audiência com uma narrativa que evoca o clássico japonês Rashomon (1950), de Kurosawa, e aborda a monstruosidade da intolerância com o diferente, do bullying escolar, dos julgamentos precipitados e do corporativismo das instituições coletivas. (Espaço Bourbon Country, às 21h10min, e Sala Paulo Amorim, às 14h45min)
7) Oppenheimer (2023)
De Christopher Nolan. O campeão de indicações ao Oscar — são 13, incluindo melhor filme, direção, ator (Cillian Murphy), ator coadjuvante (Robert Downey Jr.) e atriz coadjuvante (Emily Blunt) — voltou a cartaz nas salas IMAX, espaço ideal para a proposta imersiva da cinebiografia de três horas sobre o pai da bomba atômica. (Cinemark Wallig, às 15h e às 21h20min)
8) Os Rejeitados (2023)
De Alexander Payne. Comédia dramática que encantou crítica e público com uma trama ambientada nos anos 1970. Um professor rígido e estranho (Paul Giamatti) se vê obrigado a passar os feriados do Natal e do Ano-Novo com um aluno que é inteligente, mas também encrenqueiro e com problemas familiares, e a cozinheira do colégio, de luto por causa da morte do filho único na Guerra do Vietnã. Cinco indicações ao Oscar: melhor filme, ator, atriz coadjuvante (Da'Vine Joy Randolph), roteiro original e edição. (Espaço Bourbon Country, às 16h, e GNC Moinhos, às 16h10min e 20h50min)
9) Segredos de um Escândalo (2023)
De Todd Haynes. Livremente inspirado em um caso de pedofilia que chocou os Estados Unidos na segunda metade da década de 1990, o de uma professora de 35 anos e um aluno de 12, só disputa o Oscar de roteiro original. Deveria ter recebido indicações nas categorias de ator coadjuvante (Charles Melton), atriz coadjuvante (Julianne Moore) e melhor filme — no lugar de Maestro, que não é nem sobre Leonard Bernstein, nem sobre regência, como escreveu o colunista Celso Loureiro Chaves. (Cinemark Barra, às 15h, Espaço Bourbon Country, às 14h30in e 22h, GNC Moinhos, às 14h, 16h25min, 19h e 21h10min, e GNC Praia de Belas, às 19h25min)
10) Vidas Passadas (2023)
De Celine Song. Uma das estreias da semana, jamais é manipulativo ou maniqueísta no retrato de um triângulo amoroso que tem como vértice uma escritora que emigrou da Coreia do Sul para os Estados Unidos. Foi indicado ao Oscar de melhor filme e ao troféu de roteiro original. (Espaço Bourbon Country, às 17h e 19h, GNC Moinhos, às 19h15min e 21h25min, e Sala Eduardo Hirtz, às 14h15min)