O Instituto Caldeira faz as primeiras obras nos prédios da antiga fábrica de tecidos Rio Guahyba, em Porto Alegre. O complexo industrial, sem uso desde 2016, fica na Rua Frederico Mentz, no bairro Navegantes. O hub de inovação já ocupa os 22 mil metros quadrados dos prédios da indústria Renner, em frente à Rio Guahyba. Com a expansão, poderá mais do que dobrar a área total no futuro.
Durante o programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, visitei os pavilhões industriais na semana passada. A primeira observação é sobre a grandiosidade do espaço. Os prédios, boa parte da década de 1940, ainda precisarão de reformas, mas são muito bonitos. Lembram os tempos áureos das indústrias da cidade. É incrível saber que duas gigantes do setor têxtil ganham vida nova com empresas de tecnologia.
As primeiras empresas devem começar a operar já em 2025 no complexo da Rio Guahyba, que soma 33 mil metros quadrados. Os pavilhões oferecerão espaço também para grandes eventos.
Um antigo tear de madeira e dois cofres Berta estão preservados, memória do passado dos prédios.
Rio Guahyba
Oscar Schaitza abriu uma fábrica de tecidos na antiga Rua Stock, no bairro Navegantes, em 1908. O fundador era figura destacada na comunidade alemã da cidade. Em 1910, admitiu os sócios Frederico Guilherme Bier e Emilio Ullmann.
Como incorporador, cinco anos depois de Schaitza deixar a empresa, Bier transformou a firma em sociedade anônima em 1919. O nome Companhia de Indústrias Textis Sul-Brasileira S.A. durou pouco tempo. Em 1920, já estava renomeada como Fábrica Rio Guahyba Fiação e Tecelagem. A empresa cresceu e novos prédios foram inaugurados na década de 1940. A Rua Stock acabou incorporada, ficando dentro do complexo.
O nome da empresa foi trocado para Companhia Industrial Rio Guahyba na década de 1960, quando a família Bier deixou o comando. A indústria deixou de produzir em 2005. Muitos funcionários foram transferidos para a Cettraliq - Central de Tratamento de Efluentes Líquidos Ltda., empresa de tratamento de água residual de outras indústrias, que continuou operando no complexo do bairro Navegantes até 2016.
O terreno e os prédios da massa falida da antiga fábrica Rio Guahyba foram leiloados em 2019.