Depois de quase nove meses de espera, a prefeitura de Porto Alegre poderá seguir com seu plano de demolir o Esqueletão, prédio de 19 andares localizado no coração do Centro Histórico. Na terça-feira (18), o juiz Eugênio Couto Terra autorizou a derrubada do imóvel e o futuro ressarcimento pelos gastos da operação.
Um laudo do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais da UFRGS (Leme) apontou que, se nada for feito, o Esqueletão vai cair. A implosão foi praticamente descartada. Há risco de que o uso de dinamites possa impactar prédios vizinhos.
Um estudo apontando detalhes sobre a demolição já está sendo desenvolvido por uma empresa que presta serviço para a prefeitura. Ele deverá ser finalizado até julho. Depois disso, a Secretaria Municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos (Smapae) irá realizar a licitação para contratar a empresa que irá realizar a destruição.
De acordo com avaliação prévia, a demolição irá custar aproximadamente R$ 3 milhões, quase o mesmo valor gasto pelo governo gaúcho na destruição dos escombros do prédio de 14 andares da Secretaria Estadual da Segurança.
Segundo a prefeitura, os mais de 50 proprietários do prédio têm cerca de R$ 3 milhões em dívidas de IPTU. E, em setembro de 2021, a Secretaria Municipal da Fazenda (SMF) avaliou o imóvel, que tem área superior a 13 mil metros quadrados, em cerca R$ 3,4 milhões.
- Vamos fazer o que for necessário. Esse prédio causa insegurança para as pessoas destaca o secretário Cezar Schirmer, que deseja ver tudo resolvido ou encaminhado até o fim do ano que vem.
A estrutura de concreto está inacabada desde a década de 1950. Em 2018, um laudo preliminar da prefeitura apontou que o imóvel corria risco crítico de desabamento. Na ocasião, o Ministério Público chegou a pedir a sua demolição.
O Esqueletão também já havia sido interditado administrativamente pela prefeitura em pelo menos duas ocasiões, nos anos de 1988 e 1990. E houve uma interdição judicial em 2019. Em 2021, os últimos moradores deixaram o local.