Abandonada e esquecida. Um dos símbolos de Porto Alegre precisa de mais atenção.
A revitalização da Usina do Gasômetro está parada desde outubro de 2021, após a demissão de trabalhadores do consórcio RAC-ARQUIBRASIL. Em fevereiro, a prefeitura e as empresas chegaram num consenso. Um aditivo foi aprovado indicando que o contrato sofreria reajuste e a maior parte dos trabalhos restantes seria retomada em abril.
Quase dois meses se passaram e até agora nada ocorreu. Por isso, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), tomou uma providência. Notificou o consórcio na última sexta-feira (20) a fim de que as empresas estabeleçam um cronograma de retorno.
- A empresa manifesta a intenção de retomar as obras, mas efetivamente ainda não voltou. É bem verdade que ela também tem algumas reivindicações, e na notificação também pedimos que as formalize - informa o secretário André Flores.
Elas têm até sexta-feira para responder. De acordo com Flores, isso deve ocorrer. Porém, caso o consórcio não se pronuncie, a secretaria irá iniciar o processo de apuração de penalização e será analisada a possibilidade de contratação emergencial para realizar as obras.
As empresas precisarão realizar as intervenções para atender os objetivos da Bienal do Mercosul, que usará parte da Usina entre setembro e novembro. Neste período, a reforma para novamente e só é retomada ao final do evento. Neste período, a reforma para novamente e só é retomada ao final do evento.
A coluna procurou o consórcio para que se manifestasse. Até o momento não foi dado retorno sobre as intenções das empresas.
Segundo o último aditivo, as empresas não executariam a reforma da parte elétrica, que seria realizada a partir de uma nova licitação. A retirada deste item permitiu reajustar o contrato no valor máximo permitido, atualizando as necessidades atuais da revitalização.
Após a volta aos trabalhos, o consórcio realizará as intervenções necessárias e o contrato será encerrado, sem que ainda seja possível voltar a usar a Usina. Faltarão, então, a parte elétrica, algumas intervenções hidráulicas e serviços nos espaços do teatro e do cinema que ficarão pendentes.
Sobre a nova licitação, Flores descarta realizá-la seguindo como base o atual projeto executivo. Atualmente, há uma sindicância dentro da prefeitura para analisar os erros e responsabilidades pelas falhas que ocorreram até agora.
A Usina do Gasômetro está fechada desde novembro de 2017, por causa da falta de atualização de Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). A recuperação da Usina tem hoje 45% dos serviços executados.
O valor da obra subiu para R$ 16,33 milhões, o que representa um reajuste de 42,65% em relação ao proposto inicialmente. O contrato havia sido assinado em novembro de 2019, ao custo R$ 11,44 milhões, e foi reajustado em janeiro de 2021, quando passou para R$ 13,97 milhões.
A revitalização começou em janeiro de 2020. Serviços deveriam ter sido finalizados em março de 2021. Essa é uma das 21 obras que o prefeito Sebastião Melo determinou como prioritárias.