Pista ampliada, sistema que auxilia aeronaves em pousos e decolagens em funcionamento. O aeroporto Salgado Filho vive uma realidade esperada há mais de duas décadas pelos gaúchos.
Mesmo assim, a cerração segue atrapalhando a vida de quem planeja sair ou chegar cedo pelos ares da Capital. O começo da manhã desta segunda-feira (23) trouxe visibilidade abaixo dos parâmetros mínimos para pousos e decolagens. Pelo menos 20 voos foram afetados - seis de chegada e 10 de partida sofreram atrasos, dois alternaram para Florianópolis, um para São Paulo e outros dois foram cancelados.
Mas por que isso está acontecendo? Não se engane. A modernidade não irá vencer São Pedro.
Os equipamentos mais atualizados - que auxiliam a navegação, em pousos e decolagens - foram religados em 21 de abril. Eles passaram mais de dois anos desligados por causa das obras de ampliação de pista.
A Fraport lembra que o chamado ILS CAT II não é garantia de que não haverá mais impactos nos voos por conta da neblina. O sistema começou a operar a partir do dia 20 de junho de 2014.
"Os pilotos devem possuir habilitação para operar ILS CAT II e as aeronaves devem estar equipadas para tal. A operação CAT II exige visibilidade horizontal maior que 300 metros de comprimento e visibilidade vertical maior que 30,5 metros", informa a administradora do terminal.
O sistema funciona por frequência de rádio e auxilia o piloto a centralizar a aeronave em relação à pista. Quando a cerração é fraca o ILS CAT I pode ser usado. Ele auxilia o piloto a chegar a 60 metros de altura quando este tem uma visibilidade de 800 metros. Se a visibilidade é menor, entra em ação o ILS CAT II, que opera em circunstâncias piores: quando o avião está a 30 metros do solo com apenas 300 metros de visibilidade à frente.
Por isso que, desde que assumiu a gestão do Salgado Filho - em janeiro de 2018 -, a Fraport tem dito que o aeroporto nunca fecha. Estará sempre aberto para que pilotos e aeronaves, com condições, possam pousar ou decolar. Antes disso, a Infraero costumava avisar sobre fechamentos e reaberturas em casos de forte cerração.
Haveria então alguma forma de evitar os transtornos por causa da baixa visibilidade. O aeroporto Afonso Pena, localizado na região metropolitana de Curitiba, tem um equipamento mais moderno, o ILS CAT III. Mesmo assim, o terminal também sofre as consequências por causa da cerração.
Segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA) da Força Aérea Brasileira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) exige das companhias aéreas que as tripulações tenham, ao menos, vinte aproximações em três ou mais aeroportos diferentes para se habilitarem à operação do ILS CAT II durante o pouso. As companhias têm autonomia, no entanto, para decidir "seus respectivos níveis e padrões de excelência para a navegação aérea", desde que respeitem "normas de segurança e os regulamentos da aviação civil de seus países", diz o DCEA.