O leite não é mais um alimento probiótico como era antes, quando tinha bactérias que ajudavam a digerir a lactose. A nutricionista funcional Melissa Suarez explica que essas bactérias faziam boa parte da quebra das moléculas de lactose, demandando menos trabalho do nosso sistema digestivo:
– Agora, nós fazemos o trabalho dessas bactérias e, por não conseguir digerir, parte dessas moléculas fica circulando como corpo estranho dentro do nosso organismo. Por isso, estamos sempre ativando nosso sistema imunológico para nos defender do leite. Isso gera um estresse oxidativo.
Os aditivos usados para venda de leite em larga escala são a causa dessa mudança. O fato de as vacas receberem hormônios para produzirem mais leite desequilibra o metabolismo hormonal do humano, sem contar que, no processo de pasteurização, são adicionados outros conservantes.
– Se o leite fosse mais in natura, causaria menos danos. No passado, digeríamos ele melhor porque era mais cru, tínhamos acesso às enzimas do leite, e o corpo conseguia se defender melhor. Mas o principal problema é tomar leite todos os dias. O leite da vaca não é ideal para o ser humano, é ideal para a vaca. É ideal para um bicho que tem cinco vezes mais do que o nosso peso, com um intestino muito maior do que o nosso – afirma Melissa, que aboliu o leite da alimentação há 10 anos.
Ainda sobre o sistema de produção de leite, o nutricionista Gabriel Carvalho lembra que a qualidade da ração usada no Brasil é questionável, uma vez que permite um nível de micotoxinas (toxinas de fungos) extremamente alto – o que acabamos ingerindo e tendo que metabolizar.
Prós e contras do consumo de leite
Prós
— Tem alta concentração de cálcio, dificilmente encontrada na mesma proporção em outros alimentos
— Tem alta densidade nutricional: mais nutrientes do que calorias
— A gordura do leite aumenta o colesterol bom
— É benéfico para hipertensos
— Produz saciedade
— A versão semidesnatada é recomendada para quem quer perder peso
— A versão integral ajuda na absorção da vitamina D
Contras
— Dois dos principais componentes do leite – lactose e proteína – geram cada vez mais problemas na população
— É de difícil digestão
— Não é mais “cru” como no passado e perdeu probióticos que ajudam na sua digestão
— Produção em larga escala estimula uso de hormônios nas vacas e conservantes no processo de pasteurização
— A versão sem lactose não resolve para quem tem hipersensibilidade ao leite. Tem os mesmos hormônios e aditivos da versão convencional
— Consumo de antibióticos destrói a flora intestinal e aumenta a probabilidade de intolerância à lactose
— Tem muito mais proteína do que o corpo consegue digerir, o que sobrecarrega os rins
A diferença entre leite integral, semi e desnatado
Integral
Tem no mínimo 3% de gordura. Em um copo de leite de 300ml, terá 9g de gordura. Tem gordura saturada, que aumenta o bom e o mau colesterol. Ideal para quem precisa ganhar peso. Ajuda na absorção da vitamina D.
Semi
É o preferido dos profissionais pois mantém a saciedade e não tem o mesmo índice de gordura do integral. Ideal para quem tem hipertensão, colesterol alto e quer controlar o peso.
Desnatado
Tem menos de 0,5% de gordura. Por ser desnatado, o nível de cálcio não está comprometido