Depois de passar pelo Instituto Hércules Galló, em Galópolis, e ser um dos destaques do Pavilhão 2 da Festa da Uva, a exposição itinerante José Zugno - Um Semeador de Ideias a Serviço da Vida Agrícola estará em Forqueta de 8 a 15 de maio. A mostra será a atração paralela do Filó Comunitário, que ocorre neste domingo (8), a partir das 15h, no Salão Comunitário da Igreja de São Virgílio, a mais antiga de Forqueta, datada de 1880.
Forqueta, aliás, é uma das tantas localidades do interior beneficiadas pelas iniciativas do engenheiro agrônomo José Zugno (1924-2018) a partir dos anos 1960. Foi quando ele passou a organizar as famosas exposições de produtos agrícolas, realizadas de forma pioneira em Santa Lúcia do Piaí, Vila Seca, Criúva, Fazenda Souza, Vila Oliva, Ana Rech e Galópolis - em Forqueta, a primeira delas ocorreu em fevereiro/março de 1966.
Os resultados positivos dessa iniciativa marcaram o início da diversificação de culturas e a qualificação técnica dos agricultores. Em resumo: para os produtores, representou melhorias na qualidade de vida e valorização de sua atividade. Para os agrônomos, tornou-se terra fértil ao propósito da profissão de produzir alimentos. Para a população urbana, significou o acesso a alimentos mais diversificados e mais baratos.
A exposição
A mostra em Forqueta conta com painéis temáticos sobre o trabalho de José Zugno na região. Exemplo disto são as imagens de plantio e colheita de tungue (fotos abaixo), cultura que contou com grande incentivo do agrônomo como forma de complemento de renda para os produtores rurais - Zugno foi sócio-fundador da Cooperativa dos Plantadores de Tungue Paulo Monteiro de Barros (Cotung) e seu diretor-presidente por mais de 30 anos, de 1964 a 1995.
Nas fotos desta página, alguns registros preciosos do lendário Studio Dal Monte para as famílias de agricultores nas localidades situadas entre Forqueta e Farroupilha. Na imagem acima, o estande da Cotung na terceira exposição de produtos agrícolas realizada em 1967, no antigo Pavilhão da Festa da Uva, na Rua Alfredo Chaves (atual prefeitura). Vê-se José Zugno (à direita) acompanhado do então prefeito Hermes Weber (E) e do senhor, então secretário de Agricultura do RS.
A saber: o óleo extraído das sementes dos frutos das árvores de tungue é usado na indústria química, principalmente na produção de impermeabilizantes, agentes secantes, conservantes, protetores de superfícies de madeira, vernizes, resinas, tintas e, mais recentemente, biodiesel.
Parcerias
A mostra é resultado de mais de dez anos de resgate, organização e catalogação do acervo de José Zugno realizados por seu filho Ricardo Zugno, também autor do livro A Palmeira Humana - Memórias do Naturalista e Escritor José Zugno, lançado em 2019.
Já o filó integra o Projeto Forqueta Cultural, realizado pelo Ponto de Cultura Costurando Sonhos e pela Varsóvia Educação e Cultura.
Pioneirismo
Sob o comando de José Zugno, o Município de Caxias do Sul implementou, em 1949, uma Diretoria de Fomento e Assistência Rural (DFAR), que viria a introduzir neste meio variedades mais produtivas de cultivos, diversificação de produtos agrícolas, inseminação artificial do gado, serviço de tratores, entre tantas outras iniciativas.
Para se ter uma ideia desse pioneirismo, a própria Emater (órgão estadual para assistência agrícola) só viria a ser criada seis anos depois (1955). A Diretoria de Fomento se transformou mais tarde na atual Secretaria de Agricultura do município.
Agende-se
O quê: exposição “José Zugno - Um semeador de ideias a serviço da vida agrícola”
Quando: abertura neste domingo (8), às 15h. Visitação até 15 de maio.
Onde: Salão de Festas da Igreja de São Virgílio – Forqueta - Caxias do Sul
Quanto: entrada franca