O legado do empresário Abramo Eberle (1880-1945) para Caxias do Sul promete avançar neste 2021, em especial o icônico complexo da Maesa, a chamada Fábrica 2. E já no primeiro dia útil do ano, um pouco dessa marcante história será abordada em uma live apresentada pela arquiteta Ariane Pedrotti.
Será a partir das 19h desta segunda (4) no instagram do escritório Vazquez Arquitetos, recentemente contratado pela prefeitura de Caxias para desenvolver o projeto de ocupação do prédio.
Durante a transmissão, Ariane abordará detalhes da arquitetura do edifício, que passou a sediar a fundição e diversas outras seções da Metalúrgica Abramo Eberle a partir de 1948 - e que norteou sua dissertação de mestrado Restauração e Requalificação da Segunda Fábrica da Metalúrgica Abramo Eberle S/A - Maesa, defendida em março de 2019 na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Plano e equipe
Denominado Masterplan, o estudo do escritório Vazquez Arquitetos busca apontar qual espaço deve receber cada equipamento previsto no plano de ocupação e quais as intervenções necessárias. Mais de uma dezena de profissionais estarão envolvidos no trabalho, cada um especializado em uma área de patrimônio.
Cinco integram o grupo principal - Matias Revello Vazquez e Taísa Festugato, de Caxias do Sul; Lucas Volpatto e Oritz de Campos, atuantes em Porto Alegre; e Lucas Ferh, em São Paulo. Já o grupo de consultores é formado por Ariane Pedrotti (que comanda a live desta segunda), Dangle Marini, Edwiges Leal, Alencar Massulo, Edilson Barros, Helenice Macedo, Claudio Maiolino, Jorge Tinoco, Silvio Oskman, Gerusa Colombo, Giovana Ulian e Fabio Vanin.
A gerência do projeto Maesa está a cargo da ex-secretária municipal da Cultura Rúbia Frizzo, que recentemente lançou o livro Maesa - Poema Arquitetônico.
Pátio Eberle para (re)descobrir
Tanto a Maesa, no bairro Exposição, quanto a Fábrica 1, na Rua Sinimbu, vem tendo a história de seus prédios recontada. No Pátio Eberle, como o edifício central foi batizado, um caminho histórico localizado no térreo destaca várias curiosidades e detalhes da antiga metalúrgica.
Integrantes do cenário urbano de Caxias desde meados dos anos 1940, eles nem sempre são percebidos pelos passantes. Entram aí, por exemplo, as duas piteiras do telhado, os vitrais no acesso pela Sinimbu e a calçada de pedras portuguesas reproduzindo as engrenagens, símbolos da metalurgia. A exposição permanente, que convida o visitante a “descobrir e redescobrir” o lugar, pode ser conferida acessando-se o Pátio Eberle pelas ruas Sinimbu, Borges de Medeiros e Os Dezoito do Forte.