O Complexo da Maesa, em Caxias do Sul, pode receber as primeiras obras para implantação do Mercado Público já em 2021. Essa é expectativa da equipe que trabalha no projeto de ocupação do prédio, caso não haja atraso em nenhum trâmite.
Dentro de todas as atividades não administrativas previstas para serem implantadas no conjunto de pavilhões, o Mercado Público é apontado como prioridade pela atual gestão e também pela próxima.
Segundo Rubia Frizzo, gerente de projeto da Maesa, essa projeção é possível porque em 2021 o foco deve ser os trâmites para ocupação em si do complexo. Desde que o Estado repassou o imóvel ao município, em 2014, o trabalho consistiu na elaboração de estudos da área e na definição do que a área iria abrigar. Nos últimos meses, o foco tem sido o leilão da massa falida do Grupo Voges.
— Esse ano foi muito, metaforicamente falando, de limpar a área. Claro que (para ter obras) precisamos dos trâmites. Às vezes o setor público é mais lento do que o privado — observa Rubia.
Uma última etapa de estudo completo, porém, ainda vai ocorrer em 2021. É o masterplan, um levantamento detalhado de quais intervenções são necessárias para restaurar cada parte do complexo. A análise também vai ajudar a definir, com base nas características arquitetônicas, qual pavilhão é mais adequado para cada atividade. O contrato está em fase de assinatura e a elaboração do estudo vai levar três meses, ao custo de R$ 322 mil.
— O serviço vai dar suporte técnico em restauro. Foi contratado inclusive com esse objetivo — observa Rubia.
O projeto definitivo do Mercado Público depende da finalização do masterplan, mas a equipe da Maesa já encaminha estudos preliminares. Entre eles está a busca de referências em outros mercados públicos do mundo. Além disso, já há definições iniciais, como a existência de área gastronômica e bancas de artesanato. Uma área de 10 mil metros quadrados com mezanino também foi escolhida para abrigar o empreendimento, embora ainda possa ser alterada. O espaço tem acesso pela Rua Dom José Baréa e possui rampa para caminhões, pé-direito alto e piso de alta resistência.
A implantação do Mercado Público também depende da captação de recursos. Conforme Rubia, por ser um patrimônio tombado, é possível buscar financiamentos via leis de incentivo à cultura ou recursos a fundo perdido. Outras alternativas são parcerias público-privadas, que ainda dependem de ajustes na legislação que cedeu o complexo ao município. O valor previsto para o Marcado Público ainda não foi calculado. Da mesma forma, não há um orçamento para a recuperação de toda a Maesa.
— Os projetos que forem encaminhados serão tratados um a um. Não existe um orçamento geral até porque não se sabe o que precisa ser feito — explica Rubia.
Conservação do prédio
Enquanto os projetos não ficam prontos, equipes do município atuam no plantio de flores, capina e poda dos jardins internos, além de pequenos reparos estruturais. Intervenções mais complexas, no entanto, dependem da elaboração do masterplan, para que se defina o restauro ideal a fazer. Um dos exemplo é o telhado, que apresenta danos em parte dos pavilhões.
— Como os prédios são de tijolos e o piso é de concreto polido, não tem problema. Não tem como fazer, a priori, uma intervenção geral porque é caro — afirma Rubia, acrescentando que não há risco de o telhado ruir.
Assim como as áreas internas, a fachada do complexo também será restaurada. O trabalho será com base em um projeto específico que ainda precisa ser elaborado.
Apesar do Mercado Público ser o primeiro equipamento não administrativo a ser instalado no espaço, a Secretaria do Meio Ambiente será transferida ao complexo em julho de 2021. A ordem de início para a reforma do espaço foi assinada nesta terça-feira (15). A Maesa já abriga um posto da Guarda Municipal e a Divisão de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural (Dippahc) da Secretaria da Cultura.