O ataque do Irã contra Israel nesta terça-feira (1º) é mais um capítulo da série de confrontos no Oriente Médio que teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas, grupo terrorista estabelecido na Faixa de Gaza, invadiu o território israelense realizando massacres e sequestrando 251 pessoas. Cerca de 1,2 mil civis foram mortos pelos milicianos.
Desde então, houve resposta israelense e escalada do conflito, envolvendo ainda outros grupos e países da região, como o Líbano.
Confira cronologia do atual conflito
- 7 de outubro de 2023: na madrugada, centenas de milicianos do Hamas se infiltram em Israel e cometem massacres em várias cidades fronteiriças e em um festival de música. Eles também sequestram 251 pessoas e as levam para a Faixa de Gaza. Quase um ano depois, 97 ainda estão em cativeiro, embora o exército israelense considere 33 deles mortos. Na mesma data, Israel declara estado de guerra e passa a bombardear a Faixa de Gaza.
- 9 de outubro de 2023: Israel anuncia um cerco total à Faixa de Gaza.
- 27 de outubro de 2023: após 20 dias de bombardeios quase diários, o exército israelense inicia uma campanha terrestre em Gaza.
- 15 de novembro de 2023: Israel toma o hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, que, segundo o exército, abriga um quartel-general militar do Hamas. A organização extremista nega.
- 24 de novembro de 2023: uma trégua de uma semana entre Israel e o Hamas se inicia. O acordo permite a libertação de 80 reféns israelenses e binacionais, em troca da libertação de 240 prisioneiros palestinos detidos em prisões israelenses. Também foram libertados 25 estrangeiros ou binacionais, a maioria trabalhadores agrícolas tailandeses. A trégua permite a entrada, a partir do Egito, de mais ajuda humanitária em Gaza.
- 3 de dezembro de 2023: um novo fator se soma ao conflito. Rebeldes houthis do Iêmen passam a atacar navios vinculados a Israel como forma de retaliação. Desde então, o exército israelense e os houthis têm trocado agressões.
- 4 de dezembro de 2023: recomeço das hostilidades após o encerramento da trégua. O exército israelense entra com tanques no sul de Gaza e amplia bombardeios aéreos e o combate terrestre.
- 7 de janeiro de 2024: as Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmam que concluíram as operações no norte da Faixa de Gaza ao desmantelar a infraestrutura militar do grupo terrorista Hamas. Segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, o foco da operação militar será "construir sobre o que foi alcançado" na região e se concentrar nas áreas central e sul do enclave.
- 29 de fevereiro de 2024: 120 pessoas foram mortas por disparos israelenses, segundo o Hamas, durante a distribuição de ajuda humanitária na Cidade de Gaza. Israel afirma que o comboio foi atacado pela multidão e que os soldados "atiraram em vários suspeitos".
- 15 de março de 2024: chega o primeiro carregamento, via navio, de ajuda humanitária à Palestina. Vários países passam a realizar entregas aéreas de ajuda em Gaza.
- 1º de abril de 2024: sete colaboradores da ONG americana World Central Kitchen, fundada pelo chef espanhol José Andrés, morrem em bombardeio em Gaza. O exército israelense reconhece "um erro grave".
- 13 de abril de 2024: o Irã ataca Israel com mais de cem mísseis e drones. A investida ocorre após o governo iraniano prometer responder "na mesma moeda" ao atribuir a Israel um ataque aéreo ao edifício do consulado iraniano em Damasco, na Síria, que matou sete membros da Guarda Revolucionária, incluindo o general de brigada Mohammad Reza Zahedi. Israel não reivindicou a responsabilidade pelo bombardeio.
- 20 de julho de 2024: Israel bombardeia o porto estratégico iemenita de Hodeidah em resposta a um ataque mortal de drones em Tel Aviv por rebeldes houthis, apoiados pelo Irã. Na fronteira entre Israel e o Líbano, os disparos entre o exército israelense e o movimento islamista libanês pró-Irã Hezbollah se intensificam.
- 30 de julho de 2024: um bombardeio israelense mata o comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, perto de Beirute. No dia seguinte, um ataque em Teerã, atribuído a Israel, mata o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh.
- 16 de agosto de 2024: após dois dias de negociações em Doha, Washington apresenta proposta de acordo para cessar-fogo. No entanto, o Hamas a rejeita.
- 25 de agosto de 2024: Israel anuncia que frustrou um ataque do Hezbollah graças a disparos preventivos, enquanto o movimento libanês afirma ter lançado com sucesso centenas de drones e foguetes contra Israel para vingar a morte de Fuad Shukr.
- 28 de agosto de 2024: Israel inicia operação militar em grande escala contra grupos armados na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967. A ONU pede o fim imediato da operação. A pressão por negociação aumenta em Israel depois que o exército recupera seis reféns mortos em um túnel de Gaza.
- 17 e 18 de setembro de 2024: duas ondas de explosões de pagers e walkie-talkies usados por membros do Hezbollah deixam 37 mortos e quase 3 mil feridos no Líbano.
- 27 de setembro de 2024: o exército israelense afirma que "eliminou" o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio realizado em Beirute, no Líbano.
- 30 de setembro: o exército de Israel inicia "incursões terrestres seletivas" no sul do Líbano. As operações militares, apoiadas por ataques aéreos e de artilharia, têm como alvo combatentes do grupo Hezbollah. Israel afirma ser preciso enfrentar a facção em razão das hostilidades que forçaram a retirada de centenas de moradores da região norte do país nos últimos meses.
- 1º de outubro: as forças de defesa de Israel informam que o Irã lançou os primeiros mísseis balísticos contra o país. O exército também orienta a população a se proteger do ataque. A Guarda Revolucionária do Irã afirma que o ataque ocorre em resposta às mortes de diversos líderes do Hezbollah, incluindo o chefe do grupo, Hassan Nasrallah. Teerã diz que lançará novos ataques se o Irã for atacado.