Líderes mundiais intensificaram, nesta sexta-feira (1º), as críticas a Israel em razão do ataque promovido contra uma multidão na última quinta-feira, em Gaza. O episódio gerou ainda pedidos por um cessar-fogo. Além disso, Estados Unidos, União Europeia e Organização das Nações Unidas (ONU) pediram investigação independente sobre o que aconteceu durante o comboio humanitário que entregava suprimentos à população.
Autoridades palestinas acusam Israel de realizar disparos contra uma multidão que esperava por mantimentos. Segundo o grupo terrorista Hamas, que governa o território desde 2007, 112 pessoas morreram e 760 ficaram feridas. As Forças Armadas de Israel negam e afirmam que as mortes aconteceram em razão de uma confusão durante a ação humanitária, e descrevem o incidente como um "tumulto durante o qual morreram e ficaram feridos dezenas de habitantes, alguns deles atropelados pelos caminhões de ajuda".
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu que a tragédia complica as negociações para um cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Washington exigiu "respostas" de Israel após a tragédia de quinta-feira e pediu uma "investigação exaustiva".
No mesmo sentido, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, pediram uma análise do incidente.
Segundo a ONU, 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes do território palestino cercado por Israel estão ameaçados pela fome, após quase cinco meses de conflito, que provocou mais de 30 mil mortes.
Países se manifestam
Alemanha e França também pediram uma investigação. Itália e Espanha afirmaram que uma trégua é "urgente". A China pediu um "cessar-fogo" e a garantia de entrega de ajuda humanitária a Gaza.
A Arábia Saudita condenou "os ataques das forças de ocupação contra civis indefesos". A Liga Árabe criticou um "ato bárbaro e brutal que despreza totalmente a vida humana".
O Catar, um dos principais mediadores na guerra, pediu uma "ação internacional para acabar de maneira imediata com a agressão (israelense)".
O Conselho de Segurança se reuniu em caráter de urgência na quinta-feira, a portas fechadas, depois que o secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou-se em "choque" com a tragédia e pediu uma "investigação independente eficaz".
Novos bombardeios em Gaza
Durante a noite de quinta-feira (29), foram registrados novos bombardeios contra Gaza, em particular em Khan Yunis e Rafah, no sul do território, onde milhares pessoas buscaram refúgio.
Também foram registrados confrontos entre soldados israelenses e combatentes do Hamas na Cidade de Gaza e Khan Yunis, segundo testemunhas.