Um ataque aéreo atribuído a Israel contra o edifício do consulado do Irã em Damasco matou nesta segunda-feira (1º) ao menos oito pessoas, entre elas, um alto comandante da Guarda Revolucionária Islâmica, segundo a imprensa iraniana.
"O general de brigada Mohammad Reza Zahedi, um dos principais comandantes da Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, foi martirizado em um ataque de combatentes do regime sionista ao anexo do Consulado da República Islâmica do Irã em Damasco", a capital síria, informou a televisão estatal iraniana Irib.
A Força Quds é o braço de operações estrangeiras da Guarda Revolucionária.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido que conta com uma ampla rede de informantes na Síria, informou ao menos oito mortos, incluindo o chefe regional da Força Quds e outros cinco membros da Guarda.
Mais cedo, a agência oficial de notícias Sana havia noticiado um ataque israelense que "teve como alvo o edifício do consulado iraniano no bairro de Mazeh, em Damasco".
Israel não comentou o caso. Desde o início da guerra contra o Hamas, em 7 de outubro, suas forças têm intensificado os ataques contra grupos vinculados ao movimento palestino e apoiados pelo Irã.
O ministro sírio das Relações Exteriores, Faisal Mekdad, "condenou energicamente este atroz ataque terrorista".
"O inimigo israelense lançou ataques aéreos desde o Golã sírio ocupado, dirigidos contra o edifício do consulado iraniano em Damasco. O ataque destruiu todo o edifício, matando e ferindo a todos que estavam dentro. Trabalhos estão em andamento para recuperar os corpos e resgatar os feridos entre os escombros", afirmou o Ministério em comunicado.
53 mortos na sexta
Um correspondente da AFP no local confirmou que o anexo da sede diplomática, em um bairro nobre de Damasco, foi arrasado pelo ataque.
A imprensa estatal iraniana afirmou que o bombardeio em Damasco destruiu completamente o anexo, e que o embaixador do Irã na Síria ficou ileso. "Hosein Akbari, embaixador da República Islâmica do Irã em Damasco, e sua família não sofreram danos no ataque israelense", assegurou a agência de notícias iraniana Nour.
O bombardeio desta segunda ocorreu três dias após o OSDH denunciar ataques israelenses na Síria que mataram 53 pessoas, entre elas, 38 soldados sírios e sete combatentes do Hezbollah.
Este movimento libanês é aliado do regime sírio de Bashar al-Assad, do movimento islamista palestino Hamas e do Irã, todos inimigos de Israel.
Foi a maior baixa sofrida pelo Exército sírio em ataques israelenses desde que começou a guerra entre Israel e Hamas em Gaza, indicou a ONG.