As negociações para alcançar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas continuarão na próxima semana, segundo comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira (16), pelos Estados Unidos, Egito e o Catar. Em nota, os três países afirmaram que enviarão autoridades sênior de cada governo para uma nova rodada de conversas em Cairo, no Egito, para "concluir o acordo que avançou nesta sexta-feira".
Entretanto, o comunicado não fornece detalhes sobre em qual estágio estão as negociações ou se há sinais de aceitação por autoridades israelenses e palestinas.
Os três mediadores apenas informaram que o acordo em discussão tenta fazer uma "ponte" a partir dos princípios propostos pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e da resolução nº 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), além de preparar os arranjos humanitários necessários para a libertação de reféns e prisioneiros.
"As conversas foram sérias e construtivas, conduzidas em uma atmosfera positiva", afirma o comunicado, em referência aos últimos dois dias de reuniões realizadas em Doha, no Catar.
"O caminho agora está traçado para alcançar o cessar-fogo, salvando vidas, trazendo alívio para população de Gaza e diminuindo as tensões regionais", acrescentaram os três países, reiterando que "não há tempo ou desculpas de qualquer parte" para atrasar o acordo.
"Mais perto do que nunca", diz Biden
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mostrou estar otimista sobre as perspectivas de acordo.
— Estamos mais perto do que nunca de um acordo — disse Biden em entrevista concedida no Salão Oval da Casa Branca, também nesta sexta-feira, após dois dias de negociações, em Doha, encerradas com o acordo para retomada das conversas na próxima semana.
— Não quero azarar nada — disse Biden, complementando que um cessar-fogo estava "muito, muito mais perto do que há três dias"
Esta não é a primeira vez que Biden expressa otimismo sobre o alcance de um acordo para encerrar a guerra que já se prolonga por 10 meses.
Israel não respondeu imediatamente e uma declaração do Hamas não pareceu entusiasmada com o último acordo proposto para encerrar a guerra devastadora em Gaza e libertar os reféns israelenses mantidos no território. Um cessar-fogo é visto como a melhor esperança para evitar um conflito regional ainda maior.