O Hamas anunciou, nesta terça-feira (6), a nomeação de Yahya Sinwar, chefe da organização na Faixa de Gaza, como seu novo líder político. O anúncio ocorre uma semana após o assassinato do líder Ismail Haniyeh no Irã, depois de quase 10 meses de guerra com Israel.
"O Movimento de Resistência Islâmica Hamas anuncia a nomeação do líder Yahya Sinwar como líder do comitê político", disse a organização em um comunicado.
Minutos após o anúncio, foguetes foram disparados da Faixa de Gaza em direção a Israel, uma ação reivindicada pelo braço armado do Hamas, as Brigadas Ezedin al Qassam.
O Exército e as autoridades israelenses acusam Sinwar de ser um dos idealizadores do ataque de 7 de outubro contra Israel que desencadeou a guerra em Gaza, tornando-o um importante alvo militar.
O líder político anterior, Ismail Haniyeh, foi morto em 31 de julho durante uma visita a Teerã, em um ataque com explosivo que Hamas e Irã atribuíram a Israel, mas sobre o qual as autoridades israelenses não comentaram.
Um funcionário do Hamas disse à agência de notícias AFP, nesta terça-feira, que a nomeação de Sinwar é uma "mensagem forte" a Israel.
— (Essa escolha é) uma mensagem forte dirigida ao ocupante (Israel) de que o Hamas continua no caminho da resistência — declarou o funcionário, que pediu anonimato.
— O assassinato de Haniyeh, que acreditava em um acordo de cessar-fogo e em um acordo de troca de prisioneiros (com Israel) leva o Hamas a escolher um líder que gere a luta e a resistência contra o inimigo — acrescentou.
O ataque do grupo palestino em 7 de outubro no sul de Israel deixou 1.198 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Os combatentes do Hamas fizeram 251 reféns, dos quais 111 permanecem sequestrados em Gaza, embora 39 deles estejam mortos, de acordo com o Exército de Israel.
A ofensiva israelense na Faixa de Gaza já deixou 39.653 mortos, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza, que não detalha o número de civis e combatentes mortos.